terça-feira, 25 de março de 2025

Igrejas holandesas viram boates, livrarias e academias de ginástica

A boate Paradiso em Amsterdã foi igreja
A boate Paradiso em Amsterdã foi igreja
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Em 2022, 60% da população holandesa declarou não ter religião alguma. 

Desde 2015, mais dos moradores do país vem declarando o mesmo. O que acontece num país quando a prática religiosa sai de cena?, perguntou a “Folha de S.Paulo”.

No Brasil, segundo o Censo de 2010, os sem religião assumiram a terceira posição estatista no país, superando espíritas, umbandistas, candomblecistas e judeus.

Na Holanda ou no Brasil, os sem religião são preponderantemente agnósticos, quer dizer possuem algum tipo de crença, mas não se identificam com nenhuma instituição religiosa e dispensam sacerdotes e pastores.

A diferença fundamental entre os dois países é que no Brasil, os sem religião não chegam a 15% da população, segundo o Censo.

Na Holanda o aumento dos sem religião criou um problema nacional. As igrejas estão perdendo sua função e fechando suas portas.

Em 2011, o Serviço Nacional do Patrimônio Cultural holandês estimou que, das 6.900 igrejas existentes no país, mais de 20% estava fechada para fins religiosos. Ou seja, uma em cada cinco igrejas.

Segundo a Plataforma para o Futuro do Patrimônio Religioso, iniciativa conjunta da Igreja Católica e das igrejas protestantes holandesas, o processo se acelerará mais ao ponto de até 2026 quatro igrejas serão fechadas por semana no país e que apenas 15 dos 150 mosteiros permanecerão ativos.

Numa antiga capela, funciona a 'Hotel Arena', boate das mais disputadas em Amsterdã
Numa antiga capela, funciona a 'Hotel Arena', boate das mais disputadas em Amsterdã
Agências reguladoras estatais, comissões da União Europeia e até organismos religiosos estão criando protocolos ver o que fazer com os prédios religiosos que fecham e correm o risco de serem abandonados.

Esses protocolos sugerem evitar a todo custo a demolição das igrejas, algo que já ocorreu às centenas. Em segundo lugar, recomendam que o governo as eclare bens de valor histórico e cultural. E, por fim, aquelas que sejam reutilizadas para fins coletivos, ou comunitários, embora não mais religioso.

As antigas igrejas holandesas que não foram demolidas ou abandonadas, 30% foram convertidas nesses espaços coletivos e outros 28% viraram apartamentos ou casas.

A boate Paradiso em Amsterdã, construída em 1880 como igreja hoje recebe shows e festas noturnas. Em Maastricht, a igreja dos dominicanos virou livraria. 

Em Gouda, a igreja da cidade é pista de gelo para crianças. 

Em Zeilberg, a igreja de Sint-Willibrordus se abre para uma academia de ginástica.

O rápido declínio do catolicismo no Brasil e aumento dos sem religião faz temer uma imitação do fenômeno holandês nas cidades brasileiras tão marcadas por edificações católicas.


terça-feira, 11 de março de 2025

Padre midiático abandona o sacerdócio

Matthieu Jasseron, sacerdote francés e influencer abandonou o sacerdocio após cinco anos
Matthieu Jasseron, sacerdote francês e influencer abandonou o sacerdócio após 5 anos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Está na moda que os sacerdotes modernizados, e por isso mesmo dessacralizados, se lancem a toda espécie de atividades afastadas de sua vocação sobrenatural com o pretexto de atrair fiéis à Igreja.

Mas na prática só fazem questão de obter números de popularidade na grande mídia ou nas redes sociais, afastados de sua verdadeira missão. É frequente que concluam sua autopromoção em episódios escandalosos.

Foi o caso lamentável do Pe. Matthieu Jasseron, que procurou fama como “influenciador do TikTok” mas após cinco anos deixou o sacerdócio.

O péssimo exemplo patenteou os perigos da exposição mediática e da perda de respeito pelo próprio ministério sacerdotal, escreveu “Forum Libertas”.

O ex-padre Jasseron atingiu o número superficial de mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, usando plataformas como TikTok.

Porém, o mesmo ambiente que o catapultou para a enganosa fama mundana acabou sendo o espaço que o afastou do caminho para o qual Deus o chamou no sacerdócio, comentou “Forum Libertas”.

Tanto procurou a popularidade que esqueceu da religião
Tanto procurou a popularidade que esqueceu da religião, e virou apóstata
O hoje sacerdote apóstata, no mundo digital foi um influenciador, ou figura pública cujas opiniões e comentários atraíram a atenção com respostas fáceis ou provocações anti-tradicionais sobre o papel da Igreja na sociedade.

Jasseron para conseguir maior número de seguidores caiu no engano diabólico de “catolicismo aberto”, aceitando a prática homossexual na Igreja, brincando com a Sagrada Eucaristia e entrando em confrontos com seus superiores eclesiásticos.

A sedutora fama e os aplausos constantes de seguidores nas redes, que não eram seguidores da Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, começaram a desviá-lo do bom caminho.

As plataformas digitais podem também podem tornar-se um espaço onde a pessoa se distrai e perde o sentido da sua verdadeira vocação, concluiu “Forum Libertas”.


terça-feira, 4 de março de 2025

Os últimos ‘bastiões’ católicos do Brasil?

No Círio de Nazaré, em Belém do Pará, participam millhões de católicos
No Círio de Nazaré, em Belém do Pará, participam millhões de católicos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O Nordeste e o Sul do Brasil (incluindo partes de Minas Gerais e a extensa área sulista colonizada por católicos italianos) são as últimas regiões onde a população católica ainda não caiu abaixo de 70%, em virtude de uma redução mais lenta do que no resto do país na última década, informou a BBC e o portal “Terra”.

Os dados são do Censo 2010 do IBGE, o qual confirmou a triste queda do contingente católico no País, que ficou em 64,6% da população total, enquanto os evangélicos subiram a 22,2%.

A proporção de católicos era de quase 100% nos tempos de Dom Pedro II, mas caiu para 91,8% em 1970.

Com os abalos trazidos no período dito “pós-conciliar” se acentuou a queda, com o número de católicos baixando quase 10 pontos percentuais por década até o atingir o atual 64,6%.

As regiões com a menor proporção de católicos no Brasil são o Sudeste e o Centro-Oeste, ambos com 59,5% de sua população autodeclarada católica.

No Nordeste a proporção de católicos é de 72,2% enquanto que no Sul é de 70,1%, sendo as maiores taxas do país, como aconteceu no censo de 2000.

O cientista político Cesar Romero Jacob, professor da PUC-Rio desenvolveu a pesquisa “Atlas da Filiação Religiosa” e atribuiu a decadência à própria Igreja Católica, “que não tem agilidade para deslocar padres e paróquias”.

Romaria do Pe. Reus em São Leopoldo, RS
Romaria do Pe. Reus em São Leopoldo, RS
De uma maneira geral, o catolicismo continua mais forte em áreas rurais, com 78% da população; outros 15% são evangélicos.

Nas áreas urbanas, 62% dos brasileiros se declaram católicos, enquanto 23,5% se dizem evangélicos.

A perspectiva é que a queda continue, considera o jornalista Luiz Paulo Horta. Obviamente, acrescentamos nós, com um espantoso aumento da perda das almas que não parece preocupar à CNBB, e ainda menos à Teologia da Libertação.

Também se multiplicaram os adeptos do espiritismo (2% da população total); os que praticam “outras religiosidades” (2,7%); e as pessoas sem religião (8%). Pela primeira vez, o censo registrou um número apresentável de ateus no país, chegando a 615 mil.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Nicarágua: socialismo priva doentes até da extrema-unção

Cristo da Catedral de Managua, destruído por bomba jogada por mãos suspeitas guvernamentais
Cristo da Catedral de Managua, destruído por bomba jogada por mãos suspeitas guvernamentais
Luis Dufaur
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Na Nicarágua, o governo de Daniel Ortega na sua política de perseguição à Igreja, proibiu os padres de visitar os doentes nos hospitais e de lhes dar a extrema-unção, segundo informou “Aleteia”.

O futuro da Igreja no país fica mais sombrio a cada mês. A advogada e investigadora nicaraguense Martha Patricia Molina recolheu recentemente uma dezena de testemunhos de sacerdotes de diversas dioceses confirmando a proibição de entrar nos hospitais.

Contudo, o sacramento dos enfermos é essencial na miissao da Igreja para salvar as almas. Pode ser recebido em qualquer idade e quantas vezes forem necessárias.

Por exemplo, na velhice extrema, numa doença crónica, ou em riscos de vida.

A Igreja é muito clara sobre isso ensinando que “um doente poderá receber novamente este sacramento em caso de outra doença grave. Se o estado da pessoa piorar, o sacramento pode ser repetido.

“É aconselhável receber a unção dos enfermos pouco antes de uma operação séria. O mesmo se aplica aos idosos cada vez mais frágeis.”

Acresce que o “socialismo para o século XXI” da Nicarágua, grande amigo do PT brasileiro, dissolveu dez organizações, incluindo universidades, grupos religiosos e organizações não governamentais (ONG) pretextando “irregularidades financeiras” nas entidades, segundo o Vatican News, citado por “Aleteia”.

Mons. Rolando Álvarez, bispo perseguido acabou expulso do país
Mons. Rolando Álvarez, bispo perseguido acabou expulso do país
Isto faz parte de um contexto ditatorial de restrições à sociedade. Desde 2018, mais de 3.500 entidades, incluindo partidos políticos e ONG, foram fechadas pelo socialismo do ex-guerrilheiro Ortega, hoje ditador.

As últimas medidas afetaram especialmente a Igreja Católica, que já sofria pelas repressões anteriores.

Quase 40% dos padres da diocese de Matagalpa teriam morrido suspeitamente ou fugido do país desde 2018.

Muitas comunidades ficaram sem seus líderes religiosos e a capacidade da Igreja Católica de servir os seus membros foi prejudicada significativamente.

O padre nicaraguense exilado Carlos Adolfo Zeledón Montenegro descreveu a situação como “devastadora”.

Ele destacou as dificuldades que enfrentam os fiéis devido à falta de clero. Acrescentou que a capacidade da Igreja de fornecer serviços religiosos básicos ficou muito enfraquecida.

Pelo menos 97 padres foram forçados a deixar a Nicarágua desde 2018 e outros 13 morreram estranhamente no mesmo período.

Essa perda total de 110 sacerdotes representou a diminuição de 20% do clero ativo em 2020.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Igreja Católica: aumentam os fiéis, diminuem padres e religiosos

Os católicos continuam sempre mais numerosos mas cada vez mais se afastam do clero em diminuição e revolução. Nem mesmo no Vaticano como nesta proclamação do dogma da Assunção em 1950
Os católicos continuam sempre mais numerosos
mas cada vez mais se afastam do clero em diminuição e revolução.
Nem mesmo vão ao Vaticano como nesta proclamação do dogma da Assunção em 1950
Luis Dufaur
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O número total de católicos no mundo está crescendo, hoje nós somos 1.389 milhões, ou seja, quase um em cada 5 seres humanos. Porém, o número de religiosos, seminaristas e padres não para de diminuir, especialmente na Europa, informou a agência “Aleteia”.

Isso apontam as últimas estatísticas da Igreja Católica apresentados pela agência vaticana Fides, em 17 de outubro de 2024 e que abrange o ano de 2022.

Todos os anos, a Fides, órgão de informação das Pontifícias Obras Missionárias, publica estas estatísticas respeito ao número de fiéis, sacerdotes, seminaristas e religiosos. Fides oferece dados discriminados por continente.

As estatísticas globais, registram 1.389.573.000 católicos.

Os dados da América do Sul e da América do Norte, estão incluídos no termo genérico “América”. Esta metodologia não permite evidenciar as tendências específicas dos três áreas geográficas (Norte, Centro,Sul) que não cobrem as mesmas realidades eclesiais.

Procissão do Senhor dos Milagres, Salta, Argentina
Procissão do Senhor dos Milagres, Salta, Argentina
Porém em 2022 houve um aumento de mais de 13 milhões de católicos em todos os continentes – em 2021 eram 1.375.852 mil –, com o desconto da Europa, onde se registrou uma diminuição de 474 mil fiéis.

Essa penosa queda na Europa é quase o dobro da perda do ano anterior, 2021, quando o Velho Continente ficou sem 244 mil católicos.

A tendência geral dos europeus nos últimos 10 anos, tem sido descendente, em contraste com o resto do mundo. A Europa conta atualmente com 285 milhões de católicos, ou seja, 20,55% da população católica mundial e é uma das mais desmoralizadas pelo "progressismo" pós-conciliar.

Há vários anos, o continente onde mais cresce o número de católicos é a África, que ganhou mais de 7 milhões de fiéis em 2022.

Este número é ligeiramente inferior ao de 2021, quando o continente aumentou em mais de 8 milhões de novos católicos.

A África apresenta um crescimento constante dos fiéis que ascendem agora a mais de 275 milhões, ou seja, 19,6% da população mundial, quase a mesma proporção dos católicos europeus.

A América, em crescimento numérico, ocupa o segundo lugar tendo acolhido quase 6 milhões de novos fiéis em 2022.

Na Ásia, o número de católicos aumentou em 889 mil e na Oceania em 123 mil.

Primeira comunhão na Ásia
Primeira comunhão no Oriente
As estatísticas da Fides mostram que desde 2015 a população católica permaneceu estável em 17,8% da população mundial.

O crescimento dos fiéis católicos na África repercute no aumento dos sacerdotes (mais 1.676 em 2022). Hoje há 53.659 padres africanos ou pouco mais de 13% do clero mundial.

Depois da África, a Ásia foi o continente que ganhou mais sacerdotes em 2022, com 1.160 novas ordenações. Os padres asiáticos somam 72.911 e representam quase 18% do total do clero.

A evolução positiva destas regiões, porém, não compensa as perdas de sacerdotes noutras áreas geográficas. No mundo continuam a diminuir ligeiramente, sendo 407.730 em 2022 em comparação com 407.872 no ano anterior.

A Europa perdeu 2.745 sacerdotes em 2022, seguida pela América, com 164.

Apesar disso, a Europa e a América têm mais sacerdotes: 157.577 e 119.145, respectivamente.

Em 2021, a Oceania registrou um aumento de 11 sacerdotes, mas em 2022 perdeu 69 sacerdotes, para ficar num total de 4.438.

Na África cresce mais o número dos católicos
África é o continente onde mais cresce o número dos católicos
A Agência Fides apresenta grandes disparidades numéricas na relação entre sacerdotes e fiéis. Um padre africano deve cuidar d uma média de 5.077 fiéis contra 5.101 no ano anterior.

Na América, cada sacerdote deve cuidar de 5.592 fiéis.

Na Ásia há uma ligeira melhoria, com 2.111 fiéis por sacerdote, em comparação com 2.137 em 2022. A Europa é a região melhor atendida, com um sacerdote para cada 1.812 fiéis.

Porém o declínio persistente do número de sacerdotes deverá continuar por causa do declínio do número de seminaristas: em 2022, havia apenas 108.481 nos cinco continentes, abaixo dos 109.895 em 2021.

A África oferece mais candidatos ao sacerdócio, com 34.541, ou 726 a mais que em 2021. Os seminaristas africanos são 32% do total mundial, ou quase um em cada três.

Depois de África, segue a Ásia, com 31.767 seminaristas, ou seja, 29% do total, embora com um decréscimo de 375 seminaristas em 2022. Africanos e asiáticos representam, portanto, mais de 60% dos futuros sacerdotes da Igreja.

Experiencias progressista como o 'Sínodo Alemão' afastam os fiéis europeus
Experiencias progressistas como o 'Sínodo Alemão' afastam os fiéis europeus
O número de europeus não cessa de diminuir e representa apenas 12% dos seminaristas em todo o mundo, ou seja, 13.461. Este número é 859 a menos que em 2021.

Em 2022, havia 49.414 religiosos não-sacerdotes e 599.228 freiras. Ambas as categorias estão em diminuição constante há anos, e em 2022 os religiosos perderam 360 e as freiras 9.730.

As religiosas eram 814.779 em 1998, sofrendo um declínio acentuado nos últimos 25 anos, apesar de alguns aumentos na África e na Ásia. Na Europa, o número de freiras diminuiu em 7.012 e na América em 1.358.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Pais não querem celular nas escolas

Celulares afastam do acompanhamento da aula
Celulares afastam do acompanhamento da aula
Luis Dufaur
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A grande mídia propaga que os brasileiros exigem tecnologias para seus filhos, se oporiam só os retrógrados ou broncos. Todas as crianças deveriam ser educadas nos métodos digitais do futuro.

Porém, entrevistas presenciais do Instituto Datafolha a 2.029 pessoas, de 113 municípios, apontaram que 62% dos brasileiros com 16 anos ou mais, querem a proibição dos celulares nas salas de aula e no recreio das escolas.

Aqueles que têm filhos de até 12 anos, o índice é maior, de 65%. O Ministério da Educação (MEC) decidiu então lançar um projeto de lei para banir o aparelho nos colégios do país, noticiou G1.

O próprio G1 visitou três escolas particulares em que os estudantes não podem usar o celular nas aulas.

Os testemunhos colhidos são eloquentes: crianças e adolescentes dizem terem descoberto o jogo, a brincadeira, o estudo, a amizade, etc., quando antes cada um ficava isolado absorto no celular.

Pesquisa análoga de TIC Educação divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil registrou que 28% das instituições de ensino urbanas e rurais já implementaram restrições rígidas aos smartphones.

Renúncia recomendada pela UNESCO
Renúncia recomendada pela UNESCO
Também a UNESCO, agência da ONU, divulgou relatório crítico contra essa tecnologia nas salas de aula e afirmou que seu uso não pode ser “soberano”.

Esse órgão internacional chamou a atenção para os prejuízos verificados na concentração dos estudantes.

Sugeriu então que os celulares sejam banidos das escolas, como está sendo feito em um em cada quatro países do mundo, como os EUA, França, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Canada, Suíça, Portugal e México.

Outro estudo, feito pela Universidade de Stavanger, na Noruega, afirma que surfar num site em vez de virar a página de um livro físico, atrapalha a memória e prejudica a habilidade de interpretação.

A Universidade Harvard, nos EUA, mostrou que o excesso de tecnologia causa prejuízos à comunicação, problemas no sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo.

Para Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, o celular não pode continuar presente no ambiente escolar e servindo de meio para as relações de crianças e adolescentes, como está acontecendo. Também pediu medidas às autoridades de estados e municípios.

Nova Zelanda já interditou nas escolas
Nova Zelândia já interditou nas escolas
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) concluiu que celulares e aparelhos eletrônicos impactam negativamente na capacidade de os alunos prestarem atenção nas aulas.

Nos EUA o estado de Flórida exigiu em lei que escolas distritais barrem o uso de celulares nas aulas.

Na França, desde 2018, o uso é proibido aos menores de 15 anos.

Na Holanda, o governo determinou limitações com o consenso de pais, professores e alunos.

No Canadá, os smartphones foram banidos total ou parcialmente em algumas províncias.

O banimento do uso de celulares por estudantes em todas as escolas do país, públicas e privadas, estaria sendo preparado para melhorar a atenção dos alunos na aula, confirmou o MEC à “Globo”.

O ministro Camilo Santana, disse em Fortaleza, que os “estudos científicos” e a experiência mostram os prejuízos da libertação desses equipamentos nas escolas.

A única dúvida consistiria em saber as condições de aplicação da lei aprovada no Congresso Nacional.

Voltou o interesse pelo estudo, pelo jogo no recreio e pela amizade entre alunos
Voltou o interesse pelo estudo, pelo jogo no recreio e pela amizade entre alunos
Na rede pública municipal do Rio de Janeiro, o prefeito vetou o uso de aparelhos dentro e fora da sala de aula, ou seja, nos intervalos e recreio noticiou a “CNN”.

“Ficar no celular atrapalha a convivência social, deixa a criança isolada em sua própria tela... a tecnologia na educação precisa ser usada de forma consciente e responsável.

“Do contrário, em vez de uma aliada, ela pode se tornar uma vilã do processo educacional”, explicou Renan Ferreirinha, secretário de Educação do Rio.



terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Nicarágua: a Coreia do Norte tropical proibiu o Natal

Católicos tentam bloquear porta da igreja para conter ataque de forças do governo
Católicos tentam bloquear porta da igreja para conter ataque de forças do governo
Luis Dufaur
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A Nicarágua comunista amiga do PT enviou a seu vassalo o Congresso uma reforma constitucional que a tornará o país ainda mais repressivo que Venezuela e Cuba, tornando o país uma Coreia do Norte tropical, segundo Juan Pappier, diretor latino-americano do grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.

A ditadura do ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega terá cobertura legal para prender opositores acusando-os de “traição” e retirar-lhes a nacionalidade.

O Partido Sandinista no poder e os seus aliados, todos eles gerados pela Teologia da Libertação, detêm 84 dos 90 assentos na Assembleia Nacional.

Um jornalismo minimamente independente ficou quase impossível na Nicarágua, disse Pappier.

Nas grandes manifestações de rua de 2018, os esquadrões paramilitares de Ortega mataram cerca de 350 manifestantes, na sua maioria pacíficos.

A dupla Ortega-Murillo fechou cerca de 5.000 organizações não governamentais, e retirou a cidadania de cerca de 450 opositores, jornalistas e ativistas dos direitos humanos.

Segundo o artigo 1º da reforma constitucional de Ortega, “todos aqueles que atacarem” os “direitos sagrados do povo nicaraguense serão considerados traidores do país”. De acordo com o artigo 17, “os traidores da pátria perdem a nacionalidade nicaraguense”.

Atentados religiosos viraram procedimento comum da ditadura socialista
Atentados religiosos viraram procedimento comum da ditadura socialista
Entre outros destaques das 66 páginas do plano de reforma constitucional de Ortega, que leva a sua assinatura:

- Define a Nicarágua como um país “revolucionário” e diz que o Estado se baseia em um conjunto de princípios, incluindo “ideais socialistas”.

- Cria uma “polícia voluntária”, uma força paramilitar como a que agiu contra os protestos de rua em 2018.

- A “copresidência” Ortega-Murillo “coordenará” os órgãos legislativo, judicial e eleitoral, bem como as organizações autônomas.

- Afirma que criticar os “ideais socialistas” poderia tornar ilegais os partidos políticos ou os meios de comunicação independentes.

Na realidade, esta reforma constitucional é só formal, porque todos os atropelos nela incluídos já vinham sendo praticadas de forma irrestrita.

Em 2024 foram proibidas quaisquer celebrações do Natal fora do âmbito do templo e nem mesmo postá-las no site da paróquia, escreveu reportagem de "La Nación".

Iglesia de São João Batista, emMasaya. Nos últimos 4 anos houve pelo menos 190 invasões de igrejas
Igreja de São João Batista, em Masaya.
Nos últimos 4 anos houve pelo menos 190 invasões de igrejas
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou em relatório de setembro (2024) que o sandinismo lançou um “ataque sistemático contra organizações religiosas” com a expulsão de 42 padres e seminaristas do país só no último ano.

“A perseguição resultou no encerramento de pelo menos 1.103 entidades religiosas desde 2018”, disse o diretor de operações e cooperação técnica do escritório, Christian Salazar.

As autorizações para procissões ou atos religiosos fora dos templos só são concedidas aos prelados da Teologia da Libertação amigos de Daniel Ortega e sua esposa Rosario Murillo.

A perseguição contra os cristãos incluiu o sequestro, a prisão, o exílio e até a perda da nacionalidade de bispos, padres, freiras e leigos.

As milícias paramilitares também se dedicaram a queimar, profanar, roubar e saquear inúmeros templos, além de confiscar bens de diversas entidades religiosas classificadas como “sob controle estrangeiro”.

Nem mesmo funerais ou qualquer atividade religiosa podem ser realizados nos cemitérios. No Natal, foram proibidos os presépios vivos.

As crianças tampouco puderam 'pedir uma posada', devoção tradicional em que os pequenos andam pelo bairro cantando canções de Natal e 'pedindo uma posada' para o menino Jesus, disse a Dra. Martha Molina Montenegro, exilada no Texas.

Quando o sandinismo se apossou do poder contou com grande apoio de membros da Igreja Católica, seguidores da Teologia da Libertação.

Policia asedia uma igreja
Policia assedia uma igreja
Ortega fez mais de 500 mortos e mil detidos nos protestos populares que, segundo ele, faziam parte de uma conspiração dos EUA. Para ele, bispos e padres tornaram-se “assassinos” e “conspiradores golpistas” a serviço do “imperialismo americano”.

Yaxys Cires Dib, diretor de Estratégias do Observatório Cubano de Direitos Humanos, sustentou que a perseguição religiosa em Cuba “se caracteriza por ter boas relações com autoridades eclesiásticas como o Vaticano”, formalidades que o regime sandinista já não cuida.

Há bispos e prelados que flertam com o regime como o Cardeal Leopoldo Brenes e o bispo de Leão, monsenhor Sócrates René San Diego, que aparece publicamente junto às autoridades que prendem seus sacerdotes e coloca símbolos sandinistas no átrio da Catedral em nome do “diálogo”.

O sexto relatório da Dra Molina Montenegro sobre “uma Igreja perseguida” é devastador registra 266 religiosos no exílio: um núncio, quatro bispos, 146 sacerdotes, 3 diáconos, 13 seminaristas e 99 freiras.



Confisco de mosteiros, da cúria episcopal e de prédios de formação religiosa



terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Japão de passado militar fica sem jovens e sem soldados

Navio de guerra japonés supermoderno acabou parado porque não há jovens na Marinha para tripulá-lo
Navio de guerra japonês supermoderno acabou parado
porque não há jovens na Marinha para tripulá-lo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Como o controle da natalidade e o pacifismo podem desfazer um povo? O Japão está dando um exemplo horroroso disso. Ele é um povo que, para bem ou para mal, mostrou ser guerreiro e militarista.

Em 2021 botou no mar a moderna fragata Noshiro, orgulho da Marinha japonesa equipada com mísseis antinavio e sonares de rastreamento submarino.

Seu planejamento não imaginou que o país não teria suficientes marinheiros para fazer navegar essa joia da tecnologia naval militar, segundo explicou o “The New York Times”.

A fragata foi planejada para combater com cerca de dois terços da tripulação que era necessária para o modelo que a antecedeu.

Então, mas hoje ela tem uma dotação inferior ao nível minimalista prevista, e vai ao mar até com menos marinheiros do que precisa.

Tarefas anteriormente efetivadas por sete ou oito marinheiros ficaram para três ou quatro.

O enfermeiro do navio lava a louça e a cozinha. E foram montados dispositivos de combate a incêndios para compensar a falta de tripulantes a bordo em caso de incêndios no mar.

“Para ser honesto, uma pessoa está realizando duas ou três tarefas diferentes”, explicou o capitão Yoshihiro Iwata, no porto de Sasebo, no sudoeste do Japão.

A cidade de Ichinono encheu locais públicos com manequins para fingir que tem crianças
O caso da Noshiro reflete a grave depressão demográfica do Japão. Nunca o país esteve tão ameaçado com ações navais tão provocativas pela China e pelo crescente arsenal nuclear da Coreia do Norte.

Porém, o Ocidente precisa que o Japão seja uma garantia confiável para conter o expansionismo da China.

O Japão tem o terceiro maior orçamento de defesa no mundo.

Mas a população encolhe, perto de um terço dos japoneses tem mais de 65 anos, e no ano passado os nascimentos caíram ao menor nível já registrado.

As Forças Armadas temem não serem capazes de reunir contingente para operar frotas e preencher os postos nos esquadrões do Exército.

O Exército, a Marinha e a Força Aérea do Japão há anos que não atingem as metas de recrutamento, e o número de militares na ativa — cerca de 247 mil — é quase 10% mais baixo que em 1990.

O Japão aumentou seu orçamento de defesa e os investimentos em equipamentos militares, além de acelerar os exercícios militares com os EUA.

O Japão precisa de novos batalhões habilidosos em tecnologia para operar equipamentos sofisticados, guiar drones ou proteger o país de ciberataques.

Acresce que no império do sol nascente, o pacifismo pregado a todos os níveis, desarmou psicologicamente à população. Essa acabou se opondo à aquisição de mísseis.

Mas, agora, está se vendo que a China é uma ameaça muito real, e isso reanima o militarismo.

Controle da natalidade gerou crise demográfica que afeta até as Forças Armadas
Controle da natalidade gerou crise demográfica que afeta até as Forças Armadas
A nova tendência, contudo, não se traduz em um aumento no alistamento às Forças de Autodefesa do Japão, as Forças Armadas japonesas.

O general Yoshihide Yoshida, chefe do Estado Maior Conjunto do Japão, reconheceu que “estamos enfrentando enormes dificuldades no recrutamento” e propõe aumentar a proporção de mulheres até 2030.

As forças armadas tentam atrair mulheres e recrutas com mais idade, priorizando a na burocracia e assim permitir que os uniformados homens jovens possam ser transferidos a postos de combate.

Mas, não é só questão de número. A guerra moderna demanda capacidades de alto nível para operar armamentos e equipamentos de vigilância avançados.

Acontece que o Japão desmilitarizado ficou atrás de seus aliados em termos de proteção contra a guerra cibernética.

“Não existe nenhuma estrutura militar para defender os cidadãos japoneses contra ciberataques”, afirmou o cientista de computação Hideto Tomabechi, pesquisador da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh.

O governo quer expandir sua força militar cibernética para até 4 mil agentes, porém muitos japoneses acreditam que o poder informático militar possa invadir sua privacidade.

“Há muita preocupação sobre o governo ser capaz de vigiar todos os e-mails, dados e buscas na internet dos cidadãos privados”, afirmou o ex-ministro da Defesa Itsunori Onodera.

Japão precisa soldados e recorre a mulheres e idosos
Japão precisa soldados e recorre a mulheres e idosos
O general Yoshida deu a entender que seria preciso oferecer salários mais altos ou alojamentos melhores.

Recrutadores da Marinha, por exemplo, têm dificuldades em atrair candidatos. Os marinheiros americanos, em contraste, conseguem acessar suas redes sociais e em certas ocasiões até receber encomendas da Amazon a bordo.

Algumas táticas de recrutamento fracassaram, como foi o thriller The Silent Service, ambientado em um submarino nuclear, que procurava atrair candidatos com essa peças publicitária.

Esse leque de fatores põe em dúvida que o Japão possa barrar eficazmente a agressão chinesa comunista que vai se adensando no horizonte.


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Progressismo católico não quer batismos e protestantes batizam dezenas de milhares na Amazônia

Pajé Barbosa anfitrião do Iº Encontro de Caciques e Pajés do Ceará
Pajé Barbosa anfitrião do Iº Encontro de Caciques e Pajés do Ceará.
"Batizar" turistas pode ser bom negócio
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Por ocasião do Sínodo da Amazônia, um missionário católico comemorou que em sua área há trinta anos não se batizam na Igreja moradores locais, sendo aplaudido pelos presentes.

A espantosa afirmação vai contra séculos de obra missionária de sacerdotes e religiosas, alguns dos quais chegaram a padecer o martírio para a salvação das almas e educar os aborígenes, lhes ensinar profissões e ajuda-los a sair do primitivismo.

Mas a animadversão “comuno-tribalista” contra as águas salvíficas do sacramento batismal que transformam o pagão num filho de Cristo é uma bandeira da Revolução na Igreja Católica.

Não fazem assim as falsas religiões que se ufanam de batizar amazonenses às dezenas de milhares com ampla repercussão internacional.

É preciso ver em cada caso se esses batismos são válidos e não uma enganação para arrebanhar prosélitos e afastá-los da verdadeira Igreja que é a Católica.

Uma “igreja” autodenominada Igreja Quadrangular, filial de Belém, se ufanou ante a emissora americana CBN News de “estar remodelando o tecido espiritual da região”.

Ela disse ter estabelecido 3.200 congregações quadrangulares na região, e que nos primeiros seis meses de 2024 batizou 14.500 pessoas com objetivo de batizar mais de 30.000 pessoas até o fim do ano, segundo a “Web Gospel Ipiaú”.

O sociólogo José Eustáquio Alves, apontou a ausência da labor apostólica dos padres católicos na região que tem 30 milhões de habitantes.

Também está progredindo uma cerimônia supersticiosa e de cunho satânico: é o “batismo indígena”, em todo oposto ao Batismo católico e combatido desde sempre pelos bons missionários.

Padres salesianos no Alto Rio Negro, em 1914 catequizando  povos indígenas da região
Padres salesianos no Alto Rio Negro, em 1914 catequizando  povos indígenas da região.
Este apostolado é execrado pelo Sínodo da Amazônia
Não há padrinhos, o nome escolhido faz referência a animais ou plantas, os batizados são pintados com símbolos da bruxaria por um pajé, a água é objeto de estranhos misturas prévias, invoca-se deuses que lembram a macumba e é um bom negócio com os turistas estrangeiros que em número crescente pagam para receber esse sinal dos infernos.

Uma exceção digna de grande louvor foi dada pela Capelania Militar Católica da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) que realizou em 8 de outubro a cerimônia de administração do Sacramento do Batismo de a crianças, um adolescente e um adulto na Capela do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, na zona sul de Manaus.

Os batizados católicos da PMAM ocorrem durante o ano, administrando-o aos familiares do efetivo militar e civil mas também a todos aqueles que procuram a Capelania Militar para receber o sacramento fundamental do Batismo que torna crianças e adultos membros da Igreja Católica.

Precisamente a força policial contra a qual ressoam as críticas do comuno-progressismo católico, está fazendo, dentro de seus limites, aquilo que os maus sacerdotes se recusam a fazer.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Por que líderes católicos ignoram o martírio de seus irmãos na Fé?

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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O jornalista árabe muçulmano Bassam Tawil externou seu pasmo vendo a apatia do mundo católico ocidental quando um míssil teleguiado do grupo terrorista Hisbolá atingiu em cheio a Igreja Greco-Católica de Santa Maria em Iqrit, norte de Israel.

O ataque feriu gravemente um fiel de 85 anos. O Hisbolá se vangloriou do crime num vídeo dos seus mísseis demolindo a igreja.

Enquanto isso acontecia o Papa Francisco I insinuava que Israel é culpado do assassinato de duas mulheres católicas no complexo da Paróquia Católica da Sagrada Família, na Faixa de Gaza.

O papa ecoou falsas alegações do Hamas e de outros grupos terroristas. Mas não foi um fato isolado, explicável por razões pontuais, mas corresponde a uma linha de conduta que já tem vários anos, observou o muçulmano Tawil.

Quando os maometanos martirizam católicos no Oriente, os líderes de sua Igreja fingem não tomar conhecimento. Por quê?

Cada vez há mais provas de que terroristas islâmicos do Hamas utilizam igrejas para lançar seus foguetes, como revelou sem vergonha até Mons. Alexios, arcebispo grego ortodoxo de Gaza.

Fontes militares europeias e dos EUA atribuíram o ataque ao Hospital Al-Ahli na Faixa de Gaza, a um foguete árabe e desqualificaram o número de mortos aduzido pelo Hamas.

Porém, o Patriarcado Latino de Jerusalém adotou em comunicado a fake dos terroristas corânicos de que as vítimas “foram baleadas a sangue frio”, e tudo sem qualquer prova, exclama Tawil.

Apontando com dedo acusatório ao lado não culpado, o Papa e o Patriarcado Latino em Jerusalém adotam as falsas alegações do Hamas. Num piscar de olhos, levantaram falso testemunho e nem se incomodaram com a investigação do incidente da igreja em Gaza.

Assim também age a grande mídia no Ocidente.

Onde estavam o Papa e demais organizações católicas quando seus irmãos na Fé eram sistematicamente visados e perseguidos pela ramificação da Irmandade Muçulmana? Perguntou o muçulmano Tawil.

“O Hamas está transformando (as áreas controladas pelos palestinos) numa teocracia islâmica, e os cristãos são continuamente discriminados.

Grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica conceberam uma cultura de ódio contra os cristãos que produz numerosos atentados, escreveu o advogado internacional de direitos humanos Justus Reid Weiner.

Weiner diz que esses crimes religiosos se inspiram no pensamento primordial do Islã:

“no Islã cristãos e judeus recebem o status social inferior ou dhimmitude.

“A dhimma é um contrato legal de submissão imposto a judeus e cristãos que os sujeita a restrições legais e culturais sob a lei islâmica.

“Os muçulmanos podiam andar a cavalo, mas cristãos e judeus só podiam montar burros.

“Os muçulmanos podiam usar tecidos finos, mas cristãos e judeus só podiam usar tecidos grossos”.

Weiner observa que: “na sociedade palestina, os cristãos árabes não têm voz nem proteção. 70% dos cristãos árabes da Cisjordânia e Gaza agora vivem no exterior”.

No Natal, na Nigéria, 160 cristãos foram assassinados em ataques coordenados por grupos islamitas.

Em 2022 a Nigéria foi o nº 1 do mundo no sinistro ranking de cristãos martirizados pela sua fé.

Porém, quando se cometem essas atrocidades, raramente se ouve as vozes dos próprios líderes católicos ocidentais que dizem se preocupar com o bem-estar e a segurança de todos os homens.

Esses líderes estão causando enormes danos aos seus rebanhos, diz perplexo Tawil. E acrescentamos nós, escandalizam até muitos muçulmanos cultos como Tawil.

A insensibilidade desses líderes faz e ainda fará que os cristãos sejam alvo de ataques mais ferozes do que nunca.

Eles estão dando luz verde ao Hamas, ao Hezbolá e a outros terroristas islâmicos para que assassinem e destruam locais sagrados dos católicos.

Qual é então a sinceridade de suas exigências pela paz, pela vida, pelos direitos do homem, pelo ecumenismo, quando não parecem se importar até quando o banho de sangue de mártires os salpica sem cessar?




terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Saudade dos presépios e do Natal cheios de unção católica

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Postamos uma lembrança do tempo em que o autor das linhas era criança. Entretanto, é muito oportuna para o tempo de Natal.

Na festa de Natal, católicamente vivida, se concentram como em seu fulcro os aspectos mais maravilhosos que todos os contos podem conter.

Copiamos o post do blog "Luzes de Esperança".

Eis um artigo tocante sobre o Natal publicado num jornal que com freqüência vem carregado de notícias em sentido oposto:


MENINO, LÁ EM MINAS , eu tinha inveja dos católicos. Eu era protestante sem saber o que fosse isso.

Sabia que, pelo Natal, a gente armava árvores com flocos de algodão imitando neve que não sabíamos o que fosse. Já os católicos faziam presépios.

Os pinheiros eram bonitos, mas não me comoviam como o presépio: uma estrela no céu, uma cabaninha na terra coberta de sapé, Maria, José, os pastores, ovelhas, vacas, burros, misturados com reis e anjos numa mansa tranqüilidade, os campos iluminados com a glória de Deus, milhares de vagalumes acendendo e apagando suas luzes, tudo por causa de uma criancinha.

Veja vídeo
Como a Igreja Católica
canta o Natal
A contemplação de uma criancinha amansa o universo.

O Natal anuncia que o universo é o berço de uma criança.

Até os católicos mais humildes faziam um presépio.

As despidas salas de visita se transformavam em lugares sagrados.

As casas ficavam abertas para quem quisesse se juntar aos reis, pastores e bichos.

E nós, meninos, pés descalços, peregrinávamos de casa em casa, para ver a mesma cena repetida e beijar a fita.

Nós fazíamos os nossos próprios presépios. Os preparativos começavam bem antes do Natal. Enchíamos latas vazias de goiabada com areia, e nelas semeávamos alpiste ou arroz.

Logo os brotos verdes começavam a aparecer. O cenário do nascimento do Menino Jesus tinha de ser verdejante.

Sobre os brotos verdes espalhávamos bichinhos de celulóide.

Veja vídeo
A Igreja Católica
alma do Natal
CLIQUE PARA VER
Naquele tempo ainda não havia plástico. Tigres, leões, bois, vacas, macacos, elefantes, girafas.

Sem saber, estávamos representando o sonho do profeta que anunciava o dia em que os leões haveriam de comer capim junto com os bois e as crianças haveriam de brincar com as serpentes venenosas.

A estrebaria, nós mesmos a fazíamos com bambus. E as figuras que faltavam, nós as completávamos artesanalmente com bonequinhos de argila.

Tinha também de haver um laguinho onde nadavam patos e cisnes, que se fazia com um pedaço de espelho quebrado.

Não importava que os patos fossem maiores que os elefantes. No mundo mágico tudo é possível. Era uma cena "naïve". Um presépio verdadeiro tem de ser infantil.

E as figuras mais desproporcionais nessa cena tranqüila éramos nós mesmos. Porque, se construímos o presépio, era porque nós mesmos gostaríamos de estar dentro da cena. (Não é possível estar dentro da árvore!).

Éramos adoradores do Menino, juntamente com os bichos, as estrelas, os reis e os pastores.

Será que essa estória aconteceu de verdade? Foi daquele jeito descrito pelas escrituras sagradas?

As crianças sabem que isso é irrelevante. Elas ouvem a estória e a estória acontece de novo.

Não querem explicações. Não querem interpretações. A beleza da estória lhes basta.

O belo é verdadeiro. Os teólogos que fiquem longe do presépio. Suas interpretações complicam o mundo.

O presépio nos faz querer "voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de um outro mundo." (Octávio Paz )

Seria tão bom se os pais contassem essa estória para os seus filhos!"

Autor: Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 23.12.2008

E, acrescentamos nós do blog, como seria bom que os sacerdotes contassem essa estória para os fiéis nas igrejas!!!