terça-feira, 18 de agosto de 2020

Piercing: moda de escravos e degradados virou bacana


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Orelha, sobrancelha, queixo, nariz, bochechas, língua — tudo serve.

A moda de incrustar objetos no corpo é a moda da dor e da infelicidade.

Mais assustador é o fundo moral e psicológico que ela revela.

Um historiador da arte, Denis Bruna, pesquisou antecedentes no mundo cristão.

No pagão, não precisava, pois índios americanos e selvagens africanos ainda costumam deformar o corpo com artifícios até mais sádicos e supersticiosos.

Em pinturas do fim da Idade Média, Bruna descobriu indivíduos com a face traspassada com anéis, cadeias, penduricalhos ou broches.

Numa Via Crucis de Hieronymus Bosch, os carrascos de Nosso Senhor aparecem com piercing, com o rosto furado por anéis. Uma parteira histérica, um velho lúbrico e infiéis também portam esses piercings como estigmas de infâmia.

Dois mil anos depois da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, a humanidade que recusou a Igreja e a Civilização Cristã disputa, para cravar em suas carnes, os sinais que outrora os pintores punham nos torpes semblantes dos carrascos que atrozmente crucificaram o Cordeiro sem mancha, nosso Divino Redentor.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A educação online não leva a porvir verdadeiro algum

No culturalmente riquíssimo Museu del Prado,
turma se desinteressa da arte para consultar o celular
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Os períodos de crise, como a da pandemia, são propícios para os augures e profetas do mundo que virá depois, escreveu Charlotte Fillol, especialista em educação e administradora do prestigioso Instituto Sapiens de Paris, nas páginas do “Le Figaro”.

Nada será como antes, fala o torvelinho adivinhatório, nem mesmo a educação.

A educação online seria imparável. O fechamento geral das escolas levou muitos jovens a procurar dados na Internet. Mas parece muito prematuro achar que esse fenômeno esporádico tenha chegado para ficar.

Numerosos pacientes acharam que este ou aquele remédio era eficaz contra o novo vírus, mas não se segue de ali que se tenha mostrado infalível.

O mero fato da crise do coronavírus ter constrangido mestres e alunos a procurar auxílios em linha não quer dizer que foi achada a fórmula do futuro para a educação, como por um golpe mágica.

De fato, a educação online continua sendo mais um problema do que uma solução, piorada pelo fato do modelo escolhido não ter sido o bom.

Em todos os campos da experiência humana onde irrompeu o digital parecia ter surgido uma solução tecnológica que facilitaria a atividade, sobre tudo industrial, maquinal ou burocrática.