O cardiologista Dr. Anders Barasa, mal consegue atender os pacientes na clínica do coração no Hospital da Universidade de Aga Khan em Nairobi. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em muitos lugares no continente mais pobre do mundo, o crescimento das economias vem provocando uma “epidemia” desconhecida: os índices de obesidade na África subsaariana estão se disparando mais rápido do que em qualquer outro lugar do mundo, provocando uma crise de saúde pública que paga o continente e o mundo de surpresa, escreveu o “The New York Times”.
Em Burkina Faso, a obesidade de adultos cresceu quase 1.400% nos últimos 36 anos. Em Gana, Togo, Etiópia e Benin foi mais do 500%.
Oito dos 20 países com o crescimento mais rápido da obesidade nos adultos se encontram na África, segundo estudo da Universidade de Washington, citado pelo jornal.
O crescimento econômico vertiginoso com propriedade privada, capital e livre iniciativa introduziu um cambio radical em todos os aspectos da vida.
Muitos africanos passaram a consumir alimentos importados, mas também fazem menos trabalho manual e migram do campo para as cidades.
O problema é que na África se preparavam opinião pública enfrentar outros problemas de saúde, doenças ou epidemias. E não a invasora obesidade.
Os médicos foram treinados para curar a malária, a tuberculose, febres tropicais e o AIDS, e não sabem e carecem de recursos para enfrentar a nova “epidemia”.
“Estamos vendo a pior epidemia que jamais verá o país a longo prazo, quiçá pior que a epidemia de HIV dos 90”, declarou Anders Barasa, cardiologista na Quênia, falando da obesidade.
Burger King no mall do bairro de Karen em Nairobi. |
Isso não significa que a fome foi derrotada. Ainda há milhões de famintos. Mas a situação está virando determinada pela propriedade privada e o capitalismo que os “teólogos da lbertacao” e que os militantes ambientalistas condenam ao inferno, sem fazer nada proporcionado à magnitude das carências alimentares de muitos.
Nancy Kunyiha, endocrinologista queniana, disse que quando abriu um consultório de diabetes há poucos anos, seus colegas da Faculdade de Medicina acharam que estava louca.
Porém, hoje a diabetes Tipo II vinculada à obesidade na África subsaariana virou uma “epidemia em rápido crescimento”, concluiu recente relatório. E os pacientes de Kunyiha quadruplicaram.
Valentine Akinyi mora num bairro pobre onde os moleques a chamam de “elefante” e está lendo muitos artigos sobre como perder peso. “Adoro Sprite”, confessa com um sorriso cúmplice.
Deixou a escola no secundário é ganha 40 dólares lavando roupa para se manter a ela e seus três filhos. Há milhões na mesma situação: já saíram da miséria, mas ainda tem status de pobres.
O paradoxo é que têm dinheiro para comprar batatas fritas e outros alimentos processados. A Coca-Cola montou uma estratégia especial para atingir esses “novos ricos” que estão saindo da pobreza.
Os melhoramentos se fazem sentir na alimentação da família e no lar. |
Para muitos quenianos ser magro ainda significa ser pobre ou estar doente, explica a Dra. Kunyiha.
A natalidade apresenta altos índices impulsionada pela melhora da saúde e favorece a migração para as cidades onde os quenianos adotam os novos alimentos e caem vítimas da “epidemia da obesidade”.
A agricultura produz mais e como recomenda o cardiologista Anderws Barasa: “se você trabalhar no campo oito horas por dia, você pode comer tudo o que quiser”. Mas, “se ficas sedentário, tudo muda totalmente”.
Esse problema não é só da África. Existe em todos os países ricos ou em vias de desenvolvimento. A novidade é que no existia no continente africano.
É um tipo de problemas ligado ao aumento da riqueza e que sempre são menos graves e dramáticos do que os problemas da miséria, das doenças endêmicas e da morte de fome.
Mas isto, as inefáveis esquerdas não falam e, arguindo serem pelos pobres, tripudiam contra o único sistema que no momento atual está acabando com a pobreza inclusive nas regiões mais miseráveis.