quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Lutero pensa que é divino

O sono da razão e da Fé em Lutero e em seus seguidores produziu monstros. Francisco Goya, (1746-1828). Museu do Prado, Madri.
O sono da razão e da Fé em Lutero e em sequazes produziu monstros.
Francisco Goya, (1746-1828). Museu do Prado, Madri.




continuação do post anterior: Lutero não e não



Não compreendo como homens de Igreja contemporâneos, inclusive dos mais cultos, doutos ou ilustres, mitifiquem a figura de Lutero, o heresiarca, no empenho de favorecer uma aproximação ecumênica, de imediato com o protestantismo, e indiretamente com todas as religiões, escolas filosóficas etc.

Não discernem eles o perigo que a todos nos espreita, no fim deste caminho, ou seja, a formação, em escala mundial, de um sinistro supermercado de religiões filosofias e sistemas de todas as ordens, em que a verdade e o erro se apresentarão fracionados, misturados e postos em balbúrdia?

Ausente do mundo só estaria – se até lá se pudesse chegar – a verdade total; isto é, a fé católica apostólica romana, sem nódoa nem jaça.

Sobre Lutero – a quem caberia, sob certo aspecto, o papel de ponto de partida nessa caminhada para a balbúrdia total – publico hoje mais alguns tópicos que bem mostram o odor que sua figura revoltada espargiria nesse supermercado ou melhor, nesse necrotério de religiões, de filosofias, e do próprio pensamento humano.

Segundo em anterior artigo prometi, tiro os da magnífica obra do padre Leonel Franca S.J., “A Igreja, a Reforma e a Civilização” (Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 3ª ed., 1934, 558 pp.).

Elemento absolutamente característico do ensinamento de Lutero é a doutrina da justificação independente das obras.

Em termos mais chãos, que os méritos superabundantes de Nosso Senhor Jesus Cristo só por si asseguram ao homem a salvação eterna.

De sorte que se pode levar nesta terra uma vida de pecado, sem remorsos de consciência, nem temor da justiça de Deus.

Numa famosa meditação, Lutero defendeu como sendo seu ideal moral,
a vida do porco no lamaçal.
A voz da consciência era, para ele, não a da graça, mas a do demônio!

1. Por isso escreveu a um amigo que o homem vexado pelo demônio, de quando em quando “deve beber com mais abundância, jogar, divertir se e mesmo fazer algum pecado em ódio e acinte ao diabo, para lhe não darmos azo de perturbar a consciência com ninharias (...)

“Todo o decálogo se nos deve apagar dos olhos e da alma, a nós tão perseguidos e molestados pelo diabo” (M. Luther, “Briefe, Sendschreiben und Bedenken”, e, De Wette, Berlim, 1825 1828 cfr. op. cit., pp. 199 200).

2. Neste sentido, escreveu ele também:

“Deus só te obriga a crer e a confessar. Em todas as outras coisas te deixa livre e senhor de fazeres o que quiseres, sem perigo algum de consciência; antes e certo que, de si, Ele não se importa, ainda mesmo se deixasses tua mulher, fugisses do teu senhor e não fosses fiel a vínculo algum.

“E que se lhe dá (a Deus), se fazes ou deixas de fazer semelhantes coisas?” (“Werke”, ed. de Weimar, 12, pp. 131 ss. cfr. op. cit., p. 446).

3. Talvez ainda mais taxativo é este incitamento ao pecado, em carta a Melanchton, de 1° de agosto de 1521:

“Sê pecador, e peca a valer (esto peccator et pecca fortiter), mas com mais firmeza ainda crê e alegra te em Cristo, vencedor do pecado, da morte e do mundo.

Segundo Lutero, o triunfo de suas ideias religiosas trouxe a expansão de todos os vícios.
Segundo Lutero, o triunfo de suas ideias religiosas
trouxe a expansão de todos os vícios.
Detalhe de "O Triunfo da Morte", de Pieter Brugel.
“Durante a vida presente devemos pecar. Basta que pela misericórdia de Deus conheçamos o Cordeiro que tira os pecados do mundo.

“Dele não nos há de separar o pecado, ainda que cometêssemos por, dia mil homicídios e mil adultérios (“Briefe, Sendschreiben und Bedenken” ed. De Wette, 2, p. 37, cfr. op. cit. p. 439).

4. Tão descabelada é esta doutrina, que o próprio Lutero a duras custas nela conseguia acreditar:

“Nenhuma religião há, em toda a terra, que ensine esta doutrina da justificação; eu mesmo, ainda que a ensine publicamente, com grande dificuldade a creio em particular” (“Werke”, ed. de Weimar, 25, p. 330 cfr. op. cit., p. 158).

5. Mas os efeitos devastadores da pregação assim confessadamente insincera de Lutero, ele mesmo os reconhecia:

“O Evangelho hoje em dia encontra aderentes que se persuadem não ser ele senão uma doutrina que serve para encher o ventre e dar larga a todos os caprichos” (“Werke”, ed. de Weimar, 33, p. 2 cfr. op. cit., p. 212).

E Lutero acrescentava, acerca de seus sequazes evangélicos, que “são sete vezes piores que outrora. Depois da pregação da nossa doutrina, os homens entregaram se ao roubo, à mentira, à impostura, à crápula, à embriaguez e a toda espécie de vícios. Expulsamos um demônio (o papado) e vieram sete piores” (“Werke”, ed. de Weimar, 28, p. 763 cfr. op. cit., p.440).

“Depois que compreendemos não serem as boas obras necessárias para a justificação, ficamos muito mais remissos e frios na prática do bem (...)

“E se hoje se pudesse voltar ao antigo estado de coisas, se de novo revivesse a doutrina que afirma a necessidade do bem fazer para ser santo, outra seria a nossa alacridade e prontidão no exercício do bem” (“Werke”, ed. de Weimar, 27, p. 443 cfr. op. cit., p. 441).

6. Todas essas insânias explicam que Lutero chegasse ao frenesi do orgulho satânico, dizendo de si mesmo:

“Este Lutero não vos parece um homem extravagante? Quanto a mim, penso que ele é Deus. Senão, como teriam os seus escritos e o seu nome a potência de transformar mendigos em senhores, asnos em doutores, falsários em santos, lodo em pérolas!” (ed. Wittemberg, 1551, t. 4 p. 378 cfr. op. cit., p. 190).

Fac-símile do artigo "Lutero pensa que é divino". Folha de S.Paulo 10-01-1984.  Acervo Folha
Fac-símile do artigo "Lutero pensa que é divino".
Folha de S.Paulo 10-01-1984.  Acervo Folha
7. Em outros momentos, a opinião que Lutero tinha de si mesmo era muito mais objetiva:

“Sou um homem exposto e implicado na sociedade, na crápula, nos movimentos carnais, na negligência e em outras moléstias, a que se vêm ajuntar as do meu próprio ofício” (“Briefe, Sendschreiben und Bedenken”, ed. De Wette, 1, p. 232 cfr. op. cit., p. 198).

Excomungado em Worms em 1521, Lutero entregou se ao ócio e à moleza. E a 13 de julho escreveu a outro prócer protestante Melanchton:

“Eu aqui me acuo, insensato e endurecido, estabelecido no ócio, oh dor!, rezando pouco e deixando de gemer pela Igreja de Deus, porque nas minhas carnes indômitas ardo em grandes labaredas.

“Em suma, eu que devo ter o fervor do espírito, tenho o fervor da carne, da libidinagem da preguiça, do ócio e da sonolência” (“Briefe, Sendschreiben und Bedenken”, ed. De Wette, 2, p. 22 cfr. op. cit., p. 198).

Num sermão pregado em 1532: “Quanto a mim confesso – e muitos outros poderiam sem dúvida fazer igual confissão – que sou desleixado assim na disciplina como no zelo, sou muito mais negligente agora que sob o papado; ninguém tem agora pelo Evangelho o ardor que se via, outrora” (“Saemtliche Werke”, ed. de Plochman Irmischer, 28(2), p. 353 cfr. op. cit., p. 441).

O que de comum se pode encontrar, pois, entre esta moral, e a da Santa Igreja Católica Apostólica Romana?


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, Folha de S.Paulo, 10-01-1984)


O Pe Leonel Franca nasceu em 7-1-1893, em São Gabriel, RS.
Ingressou na Companhia de Jesus em 12-11-1908.
Em 1912 foi estudar filosofia na Universidade Gregoriana, Roma,
onde recebeu o título de Doutor em Teologia (1924).
Durante sua estadia na Cidade Eterna
publicou “A Igreja, a Reforma e a Civilização” (1923).
Em 1928, fundou a Universidade Católica de Rio de Janeiro,
da qual foi Reitor magnífico durante oito anos.
Rendeu sua alma a Deus em 3-9-1948.

O protestantismo evangélico segundo seus fundadores, pelo Pe. Leonel Franca S.J.


Toda a verdade sobre o protestantismo evangélico

Lutero: golpe contra a vontade

O porco no chiqueiro: ideal moral de Lutero!

A contestação protestante demolindo as verdades consoladoras

A recusa da confissão, do perdão e da Eucaristia

Negação do valor das boas obras

Emancipação de todo vínculo moral

Deturpando os Evangelhos

Corrupção dos costumes

Lutero: o “berço do puro Evangelho” virou “foco de abominável corrupção”

Muskulus: “não é possível piorar”

A obra-prima do fanatismo

Degeneração do casamento e desprezo da mulher

Da ‘segunda união’ ao ‘amor livre’ pelo divórcio e a poligamia

Extinguindo a santidade do matrimônio com a pastoral ‘misericordiosa’ de Lutero

O ‘reino do Evangelho’ vira ‘império da embriaguez e de todos os vícios’

Desaparição do amor e do respeito ao pobre

ANEXOS:
Plinio Corrêa de Oliveira

Lutero: não e não

Lutero pensa que é divino

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Lutero: não e não

Com Lutero no centro, a assembleia dos heresiarcas protestantes concordou num ponto especialmente blasfemo: o homem peca por vontade de Deus
Com Lutero no centro, a assembleia dos heresiarcas protestantes
concordou num ponto especialmente blasfemo: o homem peca por vontade de Deus!





Tive a honra de ser, em 1974, o primeiro signatário de um manifesto publicado em cotidianos dos principais do Brasil e reproduzido em quase todas as nações onde existiam as então onze TFPs.

Era seu titulo: “A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas – Para a TFP: omitir-se? Ou resistir?” (cfr. “Folha de S.Paulo”, 10-4-74).

Nele, as entidades declararam seu respeitoso desacordo face à “ostpolitik” conduzida por Paulo VI, e expunham pormenorizadamente suas razões para tanto. Tudo – diga-se de passagem – expresso de maneira tão ortodoxa que ninguém levantou a propósito qualquer objeção.

Para resumir numa frase, ao mesmo tempo toda a sua veneração ao Papado e a firmeza com a qual declaravam sua resistência à “ostpolitik” vaticana, as TFPs diziam ao Pontífice:

“Nossa alma é Vossa, nossa vida e Vossa. Mandai-nos o que quiserdes só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe”.

Lembrei-me desta frase com especial tristeza, lendo a carta escrita por João Paulo 2º ao cardeal Willebrands (cfr “L'Osservatore Romano”, 6-11-83), a propósito do quingentésimo aniversário do nascimento de Martinho Lutero, e assinada no dia 31 de outubro p.p. data do primeiro ato de rebelião do heresiarca, na Igreja do castelo de Wittenberg.

Está ela repassada de tanta benevolência e amenidade, que me perguntei se o Augusto signatário esquecera as terríveis blasfêmias que o frade apóstata lançara contra Deus, Cristo Jesus Filho de Deus, o Santíssimo Sacramento, a Virgem Maria e o próprio Papado.

O certo e que ele não as ignora, pois estão ao alcance de qualquer católico culto em livros de bom quilate, os quais ainda hoje não são difíceis de obter.

Tenho em mente dois deles. Um, nacional, é “A Igreja. a Reforma e a Civilização” do grande jesuíta Pe. Leonel Franca. Sobre o livro e o autor os silêncios eclesiásticos oficiais vão deixando baixar a poeira.

O outro livro é de um dos mais conhecidos historiadores franceses deste século, Funck-Brentano, membro do Instituto de França, e aliás insuspeito protestante.

Comecemos por citar textos colhidos na obra deste último: “Luther” (Grasset, Paris, 1934, 7ª ed., 352 pp.).

E vamos diretamente a esta blasfêmia sem nome:

Martinho Lutero foi frade agostiniano apóstata
“Cristo – diz Lutero – cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte, de que nos fala João. Não se murmurava em torno dele: ‘Que fez, então, com ela?’

“Depois com Madalena, em seguida com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim Cristo, tão piedoso, também teve de fornicar, antes de morrer” (“Propos de table”, nº 1472, ed. de Weimar 2. 107 – cfr op. cit. p.235).

Lido isto, não nos surpreende que Lutero pense – como assinala Funck-Brentano – que “certamente Deus é grande e poderoso, bom e misericordioso (...) mas é estúpido – ‘Deus est stultissimus’, (“Propos de table” nº 963, ed. de Weimar, I, 487).

“É um tirano. Moisés agia movido por sua vontade, como seu lugar-tenente, como carrasco que ninguém superou, nem mesmo igualou em assustar, aterrorizar e martirizar o pobre mundo” (op, cit. p. 230).

Tal está em estrita coerência com estoutra blasfêmia, que faz de Deus o verdadeiro responsável pela traição de Judas e pela revolta de Adão:

“Lutero – comenta Funck-Brentano – chega a declarar que Judas, ao trair Cristo, agiu sob imperiosa decisão do Todo-Poderoso. Sua vontade (a de Judas) era dirigida por Deus; Deus o movia com sua onipotência.

“O próprio Adão, no paraíso terrestre, foi constrangido a agir como agiu. Estava colocado por Deus numa situação tal que lhe era impossível não cair” (op. cit., p. 246).

Coerente ainda nesta abominável sequência, um panfleto de Lutero intitulado “Contra o pontificado romano fundado pelo diabo”, de março de 1545, chamava o Papa, não “Santíssimo”, segundo o costume mas “infernalíssimo”, e acrescentava que o Papado mostrou-se sempre sedento de sangue (cfr. op. cit. 337-338).

Não espanta que, movido por tais ideias, Lutero escrevesse a Melanchton, a propósito das sangrentas perseguições de Henrique 8º contra os católicos da Inglaterra.

“É lícito encolerizar-se quando se sabe que espécie de traidores, ladrões e assassinos são os papas, seus cardeais e legados. Prouvesse a Deus que vários reis da Inglaterra se empenhassem em acabar com eles” op. cit., p. 254).

Por isso mesmo exclamou ele também: “Basta de palavras: o ferro! o fogo”, E acrescenta: “Punimos os ladrões à espada. por que não havemos de agarrar o papa, cardeais e toda a gangue da Sodoma romana e lavar as mãos no seu sangue?” (op. cit. p. 104).

Esse ódio de Lutero o acompanhou até o fim da vida. Afirma Funck Brentano: “Seu último sermão publico em Wittenberg é de 17 de janeiro de 1546: o ultimo grito de maldição contra o papa, o sacrifício da missa, o culto da Virgem” (op. cit. p 340).

Não espanta que grandes perseguidores da Igreja tenham festejado a memória dele.

Fac-símile do artigo "Lutero não e não", FSP 27-12-1983. Acervo Folha
Fac-símile do artigo "Lutero não e não", FSP 27-12-1983. Acervo Folha
Assim “Hitler mandou proclamar festa nacional na Alemanha a data comemorativa de 31 de outubro de 1517, quando o frade agostiniano revoltoso afixou nas portas da igreja do castelo de Wittenberg as famosas 95 proposições contra a supremacia e as doutrinas pontifícias” (op. cit., p.272 ).

E, a despeito de todo o ateísmo oficial do regime comunista, o Dr. Erich Honnecker, presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Defesa, o primeiro homem da Republica Democrática Alemã [N.R.: comunista, dependente da Rússia soviética], aceitou a chefia do comitê que, em plena Alemanha vermelha, organizou as espalhafatosas comemorações de Lutero neste ano (cfr. “German Comments”, de Osnabruck, Alemanha Ocidental, abril de 1983).

Que o frade apóstata tenha despertado tais sentimentos num líder nazista, como mais recentemente no líder comunista, nada de mais natural.

Nada mais desconcertante – até vertiginoso, do que o ocorrido quando da recentíssima comemoração do quingentésimo aniversario do nascimento de Lutero num esquálido templo protestante de Roma no dia 11 do corrente.

Desse ato festivo, de amor e admiração à memória do heresiarca, participou o prelado que o conclave de 1978 elegeu Papa.

E ao qual caberia, portanto, a missão de defender, contra heresiarcas e hereges, os santos nomes de Deus e de Jesus Cristo, a Santa Missa, a Sagrada Eucaristia e o Papado!

“Vertiginoso, espantoso” – gemeu, a tal propósito meu coração de católico. Que, sem embargo, com isto redobrou de fé e veneração pelo Papado.

No próximo artigo me resta citar “A Igreja, a Reforma e a Civilização”, do grande Pe. Leonel Franca.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, Folha de S.Paulo, 27/12/1983)


continua no próximo post: Lutero pensa que é divino!

O Pe Leonel Franca nasceu em 7-1-1893, em São Gabriel, RS.
Ingressou na Companhia de Jesus em 12-11-1908.
Em 1912 foi estudar filosofia na Universidade Gregoriana, Roma,
onde recebeu o título de Doutor em Teologia (1924).
Durante sua estadia na Cidade Eterna
publicou “A Igreja, a Reforma e a Civilização” (1923).
Em 1928, fundou a Universidade Católica de Rio de Janeiro,
da qual foi Reitor magnífico durante oito anos.
Rendeu sua alma a Deus em 3-9-1948.

O protestantismo evangélico segundo seus fundadores, pelo Pe. Leonel Franca S.J.


Toda a verdade sobre o protestantismo evangélico

Lutero: golpe contra a vontade

O porco no chiqueiro: ideal moral de Lutero!

A contestação protestante demolindo as verdades consoladoras

A recusa da confissão, do perdão e da Eucaristia

Negação do valor das boas obras

Emancipação de todo vínculo moral

Deturpando os Evangelhos

Corrupção dos costumes

Lutero: o “berço do puro Evangelho” virou “foco de abominável corrupção”

Muskulus: “não é possível piorar”

A obra-prima do fanatismo

Degeneração do casamento e desprezo da mulher

Da ‘segunda união’ ao ‘amor livre’ pelo divórcio e a poligamia

Extinguindo a santidade do matrimônio com a pastoral ‘misericordiosa’ de Lutero

O ‘reino do Evangelho’ vira ‘império da embriaguez e de todos os vícios’

Desaparição do amor e do respeito ao pobre

ANEXOS:
Plinio Corrêa de Oliveira

Lutero: não e não

Lutero pensa que é divino

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

“Cara e coroa” religioso do terremoto da Itália

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O terremoto que assolou a Itália central no mês de agosto deixou diversas lições, nem sempre bem focalizadas na mídia e nas redes sociais.

Mais uma vez, a Providência fez sentir sua mão protetora sinalizando aos homens por onde passa a via da salvação: a mediação universal de Nossa Senhora, maternalmente extremosa nos momentos da maior dificuldade e dor.

Em Pescara del Tronto, uma das cidades mais devastadas pelo sismo, uma imagem da Virgem Maria permaneceu intacta em meio à destruição geral.

Logo depois da catástrofe, a imagem da Mãe de Deus foi encontrada íntegra entre os escombros.

Ela era cultuada habitualmente num nicho de cristal suspenso a dois metros de altura, voltado para a rua, como é frequente na Itália.

Ela ficou intacta, apesar da violência do abalo, e não é o primeiro caso registrado em terremotos, furacões e tsunamis no que vai do século XXI.


As tão repetidas e admiráveis circunstâncias não nos permitem duvidar da intervenção providencial nesses fatos.

Eles nos estimularam a criar uma página especial, aonde estamos recolhendo notícias sobre esses sinais milagrosos, esperançosos e fora do comum:

CLIQUE AQUI Imagens intactas nas catástrofes. Por quê?

Como estão sendo atendidos esses sinais de Nossa Senhora? Em um primeiro momento fala-se um pouco, e alguma foto, notícia ou testemunho viraliza.

Imagem de Nossa Senhora resgatada das ruínas do cemitério de Sant'Angelo, em Amatrice. A recuperação devolveu a esperança aos habitantes em desespero
Imagem de Nossa Senhora resgatada das ruínas do cemitério de Sant'Angelo, em Amatrice.
A recuperação devolveu a esperança aos habitantes em desespero
Mas o fato é esquecido com relativa rapidez, na voragem de informações da Internet. E não sendo feitas reflexões, não se tiram lições apropriadas.

Para reavivar a memória e ajudar a meditação, criamos a referida página Imagens intactas nas catástrofes. Por quê?

Porém, não podemos omitir que se a Providência permite acontecimentos tão terríveis como o terremoto de agosto, não é por nada.

O site espanhol “Adelante la Fe” informou sobre uma ofensa assustadora acontecida em uma das dioceses atingidas pelo terremoto.

O site reproduz a carta de um leitor, que dispensa comentários.

Aproveitando as férias, ele foi percorrer o Cammino San Benedetto (Estrada de São Bento), uma peregrinação de 300 km que parte de Norcia (Núrsia), cidade natal do grande Patriarca do Ocidente e fundador da Ordem Beneditina, e vai até o Subiaco e o Monte Cassino, passando pelos locais onde viveu o pai do monasticismo ocidental.

O padre Savino de Amatrice segura a 'Madonna de Filetta' delicadíssima imagem recuperada na igreja de Santo Agostinho inteiramente destruída
O padre Savino de Amatrice segura a 'Madonna de Filetta'
delicadíssima imagem recuperada na igreja de Santo Agostinho inteiramente destruída
A cidade e a diocese de Núrsia foram abaladas pelo tremor.

O leitor conta que partiu de Núrsia em direção a Cássia, cidade famosa mundialmente por causa de Santa Rita. Uma vez no centro, ele foi visitar a histórica igreja de São Francisco.

O templo é do século XII, conta com famosos afrescos medievais de grande piedade e beleza, e foi primorosamente restaurado.

Porém, ele verificou que a venerável igreja havia sido dessacralizada há pouco, como infelizmente vem acontecendo com centenas de outras igrejas católicas europeias, e não só na Itália.

Não só isso, ela acolhia uma exposição de imagens pornográficas explícitas. O peregrino ficou chocado e procurou o responsável pela mostra. Este lhe respondeu que o bispo de Spoleto-Norcia, D. Renato Boccardo, nada dissera contra a exposição blasfema e obscena.

O responsável acrescentou que a mostra era de conhecimento público e que o bispo não podia ignorar o que estava sendo exposto.

Além do mais, tentou justificar a ofensa escandalosa dizendo que era feita pela “boa causa”: o dinheiro coletado iria para os indigentes, pessoas com a síndrome de Down, deficientes físicos, etc.

Mostra pornográfica na igreja de San Francisco, em Cássia, antes do terremoto. Foto reduzida para não ressaltar os detalhes obscenos
Mostra pornográfica na igreja de San Francisco,
em Cássia, antes do terremoto.
Foto reduzida para não ressaltar os detalhes obscenos.
Revolução Cultural atrai castigos e desgraças.
Só faltou dizer – comentamos – que vai para imigrantes invasores muçulmanos.

O leitor tirou fotos para documentar a grave denúncia. O site preferiu prudentemente reproduzi-las com baixa resolução, para dar uma ideia geral do tamanho da ofensa e afastar a natureza perturbadora dos pormenores dos objetos pornográficos expostos com a anuência do bispo de “pastoral moderna”.

Não se deve, portanto, estranhar a pergunta feita por uma mulher católica a seu bispo diocesano sobre “onde está Deus” que permite tal catástrofe.

Esse bispo, aliás, fez questão de não se apresentar como tal e de não atender os fiéis espiritualmente necessitados, mas de agir como mais um dos resgatadores engajados na remoção material do entulho.

Fatos semelhantes àquela exposição estão se dando em muitas circunscrições religiosas. Como estranhar que outras semelhantes desgraças venham a acontecer, atraídas por essas ofensas tornadas possíveis pelo relativismo religioso?

Nossa esperança se centra inteiramente em Nossa Senhora, nosso único refúgio certo nessas horas difíceis e até trágicas.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Franciscanos abandonam San Marino esquecidos de São Francisco!

Sem vocações no mundo, franciscano fecham o convento São Francisco, em San Marino.
Sem vocações no mundo, franciscano fecham o convento São Francisco, em San Marino.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Após 800 anos de gloriosa presença na pequenina e simpática República de San Marino, encravada na Itália, os Frades Franciscanos abandonarão o país no próximo mês de outubro. A tremenda decisão poderá se tornar definitiva no próximo ano, explicou a Rádio Vaticano.

A causa está no esvaziamento das casas religiosas franciscanas no mundo inteiro. No convento do Centro Histórico de San Marino, que no passado chegou a contar com até 30 filhos de São Francisco, só restam três.

Devido à crise de vocações que se seguiu ao aggiornamento disposto pelo Concílio Vaticano II para atrair novos membros, a Ordem dos Frades Menores Conventuais teve agora de reestruturar as jurisdições na Itália central, fechando por volta de 15 conventos.

Ela visa assim reconcentrar os sobreviventes, em geral muito idosos, em comunidades onde possam subsistir numericamente como comunidade.

A “modernização” esvaziou cruelmente os mosteiros de conteúdo religioso e afastou as bênçãos de outrora. Entre as vítimas encontra-se o convento de Titano, em San Marino.