A informação estereotipada a distância pode produzir as reações mais desencontradas e danosas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Com o Covid-19, a mídia voltou a insistir que o futuro da educação está no tele-ensino e aplicativos, com suas derivações como o tele-trabalho.
Esses elogios entusiastas da interação a distância, entretanto, não resistem à evidência mais primária: o ensino envolve antes de tudo um relacionamento humano entre o mestre e o aluno.
O assunto pegou fogo no Canadá e foi objeto de polêmica no site Pour une école libre au Québec.
Um ensino praticado através de uma tela digital mata o relacionamento vital entre o professor e o discípulo.
Essa convivência é tão básica e prévia a qualquer escolha humana que foi elogiada pelos grandes educadores da humanidade na Antiguidade, para começarmos por ai. Falamos de mestres insuperáveis como o filósofo grego Platão.
É preciso louvar, como fez Stéphane Ratti, professor Universitário de Línguas Clássicas e autor de inúmeros livros sobre o assunto, o “trabalho admirável dos professores que nos nossos difíceis tempos desenvolvem tesouros de imaginação para manter o contacto com seus alunos, definindo a natureza profunda e autêntica de uma missão que não pode se reduzir a um ensino a distância”.