terça-feira, 28 de março de 2023

Decadência gastronómica nos aviões: do caviar até o presente

Propaganda de serviços da VARIG
Propaganda de serviços da VARIG
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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webmaster de
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A decadência das refeições nos voos gera decepção.

Ficaram reduzidas a pratos de comida massificada ou um “snack”, sintoma do afundamento do nível de vida geral rumo ao miserabilismo. Assim ficou patenteado em reportagem de “La Nación”.

Há poucas décadas havia mesas com talheres de prata, copos de vidro e louças de porcelana.

O cardápio à la carte podia incluir ostras, coquetel de caranguejo, lagosta, presunto serrano, champanhe e outros requintes.

Em 1919, a antecessora da British Airways, ofereceu uma cesta de vime contendo uma bebida, um sanduíche e frios.

Nas escalas algumas empresas montavam um restaurante no avião
Nas escalas algumas empresas montavam um restaurante no avião
A Pan Am introduziu comida quente anotando os pedidos a preparar nas cozinhas da próxima etapa e que eram servidas num local especial da aeronave durante a duração da etapa.

Surgiram chefs especializados.

A Air France optou pela gastronomia francesa com caviar Beluga, vinhos exclusivos (sommelier a bordo) e champanhe.

A Lufthansa oferecia cerveja de barril.

Quando se criou a classe econômica o serviço abaixou.

Com os jatos os passageiros duplicaram e o tempo encurtou: surgiram talheres descartáveis e alimentos digeríveis às pressas.

Fotos de pasageiros em aviões causam nojo
No Concorde os ingredientes não aguentavam a aceleração, mas caviar e champanhe nunca faltaram.

A Ryanair derrubou a alimentação e após os atentados de 11 de setembro se generalizaram os talheres de plástico e as refeições foram trocadas por lanches.

Foi isso um autêntico progresso?


terça-feira, 21 de março de 2023

“Estamos numa tempestade perfeita de degradação cognitiva”

Tempestade perfeita de degradação cognitiva
Tempestade perfeita de degradação cognitiva
Luis Dufaur
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Peter Shankman, empresário e palestrante, tinha que escrever um livro e para se isolar comprou uma passagem de ida e volta em primeira classe de Nova York a Tóquio, um trajeto de 28 horas em silêncio mas, conseguiu.

A experiência lhe mostrou a confusão fenomenal em que vivemos por causa dos estímulos constantes e inúmeras distrações da sociedade digital multitarefa, comentou “El Mundo”.

Porque está se tornando heroico manter o foco e trabalhar duro num ambiente sob o bombardeio dos estímulos virtuais?

Segundo estudos científicos recentes os adolescentes estão ficando incapazes de se dedicar a uma mesma tarefa por mais de 65 segundos, e os adultos mal conseguem se concentrar em uma única tarefa por três minutos.

A cascata de e-mails, tweets, memes, alertas, histórias e emoticons que chovem sobre nós dia após dia amolecem os cérebros e os tornam inúteis para tarefas intelectuais complexas, diz o jornal espanhol.

Soma-se a todo-poderosa indústria do marketing que quer tirar dinheiro de suas procuras na rede. Uma super articulação da propaganda baseada em algoritmos nos apronta sem cessar todo tipo de armadilhas para nos propor na rede não o que procuramos, mas sim o que o mercado nos quer empurrar, mesmo sem precisar.

Estamos no meio de uma tempestade perfeita de degradação cognitiva como resultado das interrupções contínuas. A grande maioria da população diz que se sente menos competente do que há 10 ou 20 anos”, resume o jornalista e divulgador Johann Hari, por videochamada desde Londres.

Calma e reflexão produtiva numa outra concepção da vida. Fra Angelico retrata a São Domingos
Calma e reflexão produtiva numa outra concepção da vida.
Fra Angelico retrata a São Domingos
Depois de entrevistar mais de 250 neurocientistas, psicólogos, especialistas em saúde pública e luminares do Vale do Silício, Hari acaba de publicar um ensaio essencial para entender o que está acontecendo: “El valor de la atención: Por qué nos la robaron y cómo recuperarla” (“O valor da atenção. Por que nos foi roubado e como recuperá-lo”, editorial Península, Barcelona, 2023, 448 págs.).

Hari reconhece que com o passar dos anos, ler um livro, assistir a um filme ou manter uma conversa longa se tornou um exercício árduo. Ele notou essa deformação também em membros de seu ambiente mais próximo.

“É um sistema que, todos os dias, se dedica a despejar ácido em nossa atenção”, explica.

As pessoas que não conseguem se concentrar se inclinam para soluções autoritárias ou simplistas.

Na opinião de Javier Quintero, professor de Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Complutense e chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Infanta Leonor (Madrid) “há uma competição cada vez mais ativa pela intensidade da estimulação” que vai acelerando a velocidade das excitações e alterando os processos atencionais.

Por isso, é “absurdo” que o presente mais frequente dado às crianças que fazem a primeira comunhão seja um smartphone, exemplifica.

“Nessa idade, suas mentes precisam estar se desenvolvendo com outras coisas”, diz ele.

“Fico horrorizado com a típica cena do casal com o bebê em um restaurante em que a criança tem um tablet a poucos centímetros dos olhos e passa o dedo pela tela”, acrescenta o autor de The Teenage Brain (O cérebro adolescente, ed. Intrínseca, 2016 ) e Transtorno de Déficit de Atenção ao Longo da Vida (Editora Artmed; 2009. 388p).

Os adultos mal conseguem se concentrar numa tarefa por 3 minutos
Os adultos mal conseguem se concentrar numa tarefa por 3 minutos
“Para Paul Graham, um dos maiores investidores no Vale do Silício, o mundo está mais viciante. O TikTok está fisgando seus filhos mais do que o Facebook. Imagine como será no metaverso...

“Temos que construir um movimento de resistência. Não somos camponeses medievais na corte do rei Zuckerberg ou do rei Musk implorando migalhas de atenção. Somos cidadãos livres e mestres de nossas próprias mentes”, afirma.

Em conversa com o cientista norueguês Thomas Hylland Eriksen, professor de Antropologia Social, Hari datou o início da crise na Revolução Industrial.

Hari argumenta que a maquinaria do marketing levou o homem além dos limites de sua mente, esquecendo o canto dos pássaros nas cidades, incorporando nossos rostos na tela como se não houvesse mais nada fora do digital.

“A concentração é nosso maior superpoder. Se a perdermos teremos sérios problemas”, conclui.


terça-feira, 14 de março de 2023

Sínodo Alemão rumo ao precipício do cisma

O 'Sínodo' ou 'Caminho Sinodal' alemão nas pêgadas de Lutero. O heresiarca prega suas teses numa igreja de Wittenberg
O 'Sínodo' ou 'Caminho Sinodal' alemão nas pegadas de Lutero.
O heresiarca prega suas teses numa igreja de Wittenberg
Luis Dufaur
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O Secretário de Estado vaticano Cardeal Pietro Parolin e os cardeais Ladaria e Ouellet com aprovação do Papa, escreveram ao presidente do DBK (a CNBB alemã) atendendo a uma pergunta de cinco bispos alemães que “nenhuma Conferência Episcopal tem competência para constituir o 'Conselho Sinodal' em nível nacional, diocesano ou paroquial”, noticiou “Infocatólica”.

Os cardeais vaticanos se referiam às assembleias semelhantes às CEBs latino-americanas, geralmente conhecido como “Sínodo Alemão” ou “Caminho Sinodal”, em todas suas versões diocesanas. Os cardeais vaticanos afirmam que bispo algum está obrigado a participar dele que “formaria uma nova estrutura de governo da Igreja”.

Porém, a Conferência Episcopal Alemã reafirmou que não mudaria de rumo.

Deão Wolfgang Picken, renunciou ao 'Sinodo Alemão'
porque 'estava tudo preparado de antemão'
O Deão do clero católico de Bonn Pe. Wolfgang Picken embora partidário das reformas e mudanças bafejadas por dito “Sínodo”, renunciou a ele dizendo “não posso apoiar a falta de abertura com que muitos debates são realizados e numerosas propostas de reforma que abandonam levianamente a unidade com a Igreja universal”, informou também “Infocatólica”.

Ele se declarou decepcionado pela “falta de uma cultura de debate e de faculdades críticas” nesse “Caminho Sinodal”.

Denunciou que críticas e objeções, como a recente intervenção do Vaticano, têm sido amplamente ignoradas e, em vez disso, a própria agenda de cada um tem sido perseguida sem medo.

“Isso viola o princípio básico da sinodalidade. Trata-se de ouvir uns aos outros e se engajar em um diálogo sério”, disse.

Se desconectar até do Papa põe em risco a unidade com a Igreja universal, acrescentou.

Ele verberou a “obstinação inabalável e a crueldade com que é procurada uma via alemã separada” da Igreja Católica com “metodologia duvidosa”.

Ele explicou que “durante muito tempo, sentiu-se que os objetivos do Caminho Sinodal já estavam definidos de antemão”, o que o esvaziaria do pretenso espírito democrático contido na palavra talismã “Sinodal”.

O Pe. Picken se juntou à decisão tomada na mesma direção por quatro teólogos alemães.


A 'via sinodal' democrática e revolucionária blasfema contra a Igreja, diz o Cardel Muller
A 'via sinodal' democrática e revolucionária blasfema contra a Igreja, diz o Cardeal Muller
Na abertura da Assembleia de Primavera da Conferência Episcopal Alemã (BDK), o Núncio Apostólico Mons Nikola Eterovic, sublinhou que o Vaticano exclui categoricamente ditos “conselhos sinodais”.

Em seu discurso, explicou que a mulher não pode acessar o sacerdócio porque não há lugar para isso no princípio petrino, verdade que revolta os participantes do “Caminho Sinodal”.

E reafirmou, com o apoio do Papa Francisco: “recebi instruções ex oficio para especificar que, de acordo com uma correta interpretação do conteúdo da carta (acima referida) dos três cardeais, nem mesmo um bispo diocesano pode constituir um conselho sinodal em nível diocesano ou paroquial”.

E concluiu apelando a não reforçar forças centrífugas, mas sim a unidade e com o Papa em Roma “como Sucessor de Pedro, perene e visível princípio e fundamento da unidade da multiplicidade dos bispos e dos fiéis que tem o seu fundamento em Jesus Cristo, que “é o mesmo ontem, hoje e sempre”, completou “Infocatólica” que reproduziu o discurso em toda sua extensão.


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Cristãos virariam minoria nos EUA até 2040

Igrejas se esvaziam cada vez mais
Igrejas se esvaziam cada vez mais
Luis Dufaur
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O renomado Centro de Pesquisas Pew elaborou quatro modelos estatísticos sobre os futuros potenciais da religião nos EUA.

Em três das quatro projeções, a porcentagem de cristãos que girava em torno de 90% nas décadas de 1970 e 1980, ficou abaixo de 50% para o próximo meio século. Em dois cenários, a proporção cristã fica abaixo de 50% por volta de 2040, e continua caindo.

Esta é uma catástrofe religiosa histórica pois aponta para um país que efetivaria a canção rock “Imagine” de John Lennon e que poderia adotá-la como seu hino nacional, escreveu o também reputado colunista do “The New York Times” Ross Douthat.

Um mundo, canta Lennon, sem Céu nem inferno, sem países, nenhuma religião ou propriedade, onde não há nada pelo qual matar ou morrer, todos vivendo o hoje na paz; sem necessidade nem fome, uma irmandade entre os homens partilhando o mundo todo, e vivendo como um só, e você também.

Em poucas palavras, o sonho da utopia que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira denominou o “pecado imenso”.

Ou em direção a uma sociedade repleta de formas de espiritualidade novas ou remixadas, todas competindo pelas almas dos antigos católicos, dos ex-metodistas unidos, dos infelizes sem igreja.

Douthat escreveu o livro “Religião ruim, como nos tornamos um país de hereges” sobre o acentuado declínio da fé institucional depois dos anos 1960.

Nele fala que a cultura americana ainda está fascinada pela figura de Jesus, mas não liga para as igrejas, protestantes e católicas.

Em vez disso, faz atualizações americanizadas do evangelho que resultam no triunfo da heresia.

A tentativa de apresentar uma igreja adatada a modernidade esvaziou mais o culto divino
A tentativa de apresentar uma igreja adaptada a modernidade esvaziou mais o culto divino
O cenário religioso está ficando dominado por ideias cristãs populares que “enlouqueceram”, como disse Chesterton, com uma espiritualidade subjetiva que acha ser virtude, e até se diz “conservadora”.

Mas, pergunta-se, o que há no cerne dessas crenças “conservadoras”. Para Douthat é a crença materialista de que Deus não deseja outra coisa senão a prosperidade americana, o sucesso capitalista.

Essa heresia, argumenta, é a mais importante para entender a verdadeira influência da nova religiosidade nos EUA.

A ascensão de Trump foi um testemunho da força das principais heresias – a teologia da prosperidade, a religião da autoajuda e um nacionalismo cristão chauvinista – dentro da direita religiosa.

Trump acabou apelando para as partes mais nacionalistas do evangelismo aprovado por heresias de direita que não se dizem “heresias” mas acham que são “conservadoras”.

O “Grande Despertar” é um exemplo perfeito de energias espirituais cristãs separadas da verdadeira Fé tradicional – uma versão do revivalismo protestante despojado da dogmática protestante, mas mantendo um zelo cruzadista, uma retórica de conversão, confissão e transformação moral, uma necessidade às vezes frenética de expulsar o mal e o impuro modelando cada um sua “igreja”.

Douthat diz que sua ideia de uma “nação de hereges” partia da prática de muitos americanos com laços frouxos com o cristianismo. Eles serão frequentadores de igrejas no Natal e na Páscoa, e acharão ter alguma ideia dos princípios da fé.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

"Cultura da morte" leva a suicídio coletivo da humanidade

Cardeal Gerhrard Muller
Cardeal Gerhrard Muller: a cultura ateia do prazer leva ao suicídio da humanidade
Luis Dufaur
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O cardeal alemão Gerhard Müller, prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, alertou para o perigo do “suicídio coletivo” da humanidade.

Em mensagem ao 14º Congresso Mundial das Famílias, o cardeal prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, alertou para o perigo do “suicídio coletivo” para o qual impele a “cultura da morte ateia e niilista”, informou “Catholic World Report”.

O cardeal explicou que o niilismo prega que “Deus está morto”, que “não há nada de ruim no ser humano, e que tudo o que lhe agrada é permitido”.

Exemplificou com o historiador Yuval Noah Harari, “guru do pós-humanismo”, que prega a “visão de um super-homem divino diabolicamente desumana.

O niilismo atual incentiva, prossegue a mensagem do Cardeal, como sendo direitos humanos, “matar crianças no útero, a eutanásia de seres humanos 'não mais utilizáveis'” e a ideologia de gênero.

“O cristianismo promove uma civilização da vida e desafia a cultura da morte, que deveria terminar no suicídio coletivo da humanidade. Ateísmo é niilismo. Seu fruto é a morte”, disse o cardeal na apresentação lida por seu secretário no 14º Congresso Mundial das Famílias, no México.

Müller explicou que “o niilismo, isto é, 'o sentimento da nova era' de que 'o próprio Deus está morto'”, pode levar ao sentimento de que “não há nada de ruim no ser humano”. e que tudo o que lhe agrada é permitido”.

O cardeal se referiu às teses de Nietzsche, “o profeta do niilismo pós-cristão” que proclamava “a morte de Deus”; e do historiador Yuval Noah Harari, que “tornou-se algo como o guru do chamado trans e pós-humanismo”.

'Entretenimento' chinês simula a cremação do frequentador do jogo
'Entretenimento' chinês simula a cremação do frequentador do jogo
O prefeito emérito explicou que “o próprio Harari deve saber que a visão de um super-homem divino pode se tornar diabolicamente desumana. O século XX demonstrou isso cruelmente. Na Europa Ocidental e Oriental. Especialmente na Alemanha e na Rússia.”

“Se o homem deixa de ser uma criatura à imagem e semelhança do Deus trino, ele afunda nas profundezas do niilismo antropológico”, advertiu Müller.

Por exemplo, o cardeal se referiu a pessoas “que tiveram o rosto ou outras partes do corpo 'levantadas' ou 'atualizadas'. Não é mais uma moda de Hollywood, mas sim que essas pobres criaturas merecedoras de misericórdia caíram – sem saber – no niilismo antropológico.”

“O niilismo antropológico tem como pai o orgulho da criatura que quer se tornar como Deus (Gênesis 3:5) e quer estabelecer a diferença entre o bem e o mal, o verdadeiro e o falso por si mesmo”, disse ele.

O cardeal alemão verberou “a loucura cega dos ímpios, que trocam a ‘glória do Deus incorruptível’ por suas imagens ideológicas autofabricadas”.

O niilismo antropológico “é hostil à vida”, e incentiva “matar crianças no útero como um direito humano e a exigência utilitária da chamada 'morte misericordiosa' (eutanásia) para 'esgotados' ou seres humanos 'não mais utilizáveis'”.

“Mas os frutos podres do niilismo antropológico também se mostram no questionamento do casamento entre homem e mulher, que é visto como uma variante entre inúmeras possibilidades do gozo orgiástico da satisfação sexual”, continuou.

Cultura da morte excita a procura das extravagâncias deformantes da pessoa e da família
Cultura da morte excita a procura das extravagâncias deformantes da pessoa e da família
Assim, nega-se a relação do casamento com a fecundidade, “com a qual o Criador abençoou o homem e a mulher para que transmitam, preservem e promovam a vida criada por Deus”.

A ideologia de gênero, faz uma falsa distinção entre sexo biológico e gênero como uma construção sociocultural.

“Uma mudança real de sexo não é possível, a ficção de escolher livremente o próprio gênero é uma negação da vontade de Deus para nossa pessoa”, disse ele.

“Um homem, em virtude de sua disposição espiritual e corporal, tem a possibilidade de se tornar um marido amoroso para sua esposa e um pai fiel para seus filhos. Mas ele não pode ser esposa ou mãe de outra pessoa sem trair a si mesmo”, disse o cardeal.

O prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé disse que “ninguém pode reformar ou modernizar o ensinamento de Cristo, 'porque Ele mesmo (por sua Encarnação) trouxe consigo toda a novidade e modernidade para renovar e vivificar o homem'” como disse Santo Irineu de Lyon, recentemente declarado doutor da Igreja.

“O niilismo antropológico torna-se realmente perigoso para a Igreja quando teólogos católicos em posições-chave fazem um compromisso perverso com o pós-humanismo, apenas para que a Igreja 'sobreviver' como organização social em um mundo moderno sem Deus”, disse o cardeal.

Para esta “teologia sem Deus”, “a criação e a aliança, a Encarnação e o sacrifício de Jesus na cruz e sua ressurreição corporal são considerados apenas símbolos existenciais de qualidade mítica”. 




terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Mais de 1 bilhão de jovens sob risco de surdez por abuso de fones e música alta

Abuso de earphones pode danificar o cérebro
Abuso de fones de ouvido pode danificar o cérebro
Luis Dufaur
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Muitos jovens adquiriram o hábito – se não é vício – de abusar dos fones de ouvido a todo volume e ir a festivais ou locais com música estourando. 

Porém um estudo publicado na revista científica BMJ Global Health estima que mais de 1 bilhão de adolescentes e jovens em todo o mundo agindo assim riscam sofrer perda auditiva e é urgente adotar medidas preventivas de saúde, escreveu “O Estado de S.Paulo”.

Dados de 33 artigos publicados em inglês, espanhol, francês e russo entre 2000 e 2021, analisando 19.046 jovens de entre 12 e 34 anos de 20 países.

48% dele frequentaram locais barulhentos, como shows ou boates e 24% usaram excessivamente fones de ouvido em dispositivos como smartphones.

Esta faixa etária soma 2,7 bilhões de pessoas, e o estudo estimou que entre 670 mil a 1,35 bilhão dela pode estar em risco de perda auditiva.

Não há esse risco em níveis de ruído de até 80 decibéis durante 40 horas semanais. Para crianças o limite é 75 decibéis. Mas acima de 120 decibéis os danos podem ser imediatos.

A pesquisa registrou que os usuários de ditos dispositivos escolhem volumes de até 105 decibéis e os níveis médios em locais de entretenimento variam de 104 a 112 decibéis.

Desta forma, as descobertas sugerem que muitos jovens podem estar em risco de desenvolver perda auditiva permanente.

Atualmente, mais de 430 milhões de pessoas – mais de 5% da população mundial – têm perda auditiva incapacitante e número pode quase dobrar se não houver prevenção. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os incapacitados chegarão a 700 milhões até 2050.

Alguns fabricantes de fones de ouvido ou aparelhos de veículos programam alertas para avisar o usuário quando o nível do volume é perigoso.

A OMS postula mais iniciativas para garantir uma audição segura. E destaca seis recomendações para evitar a surdez de seus frequentadores:

Danos ao aparelho auditivo podem ser permanentes por excesso de decibeis
Danos ao aparelho auditivo podem ser permanentes por excesso de decibeis
1) garantir que locais e eventos limitem o risco de perda auditiva.

2) Monitoramento dos níveis de som com equipamentos calibrados por pessoal especializado.

3) Otimizar a acústica do local e dos sistemas de som.

4) Disponibilizar proteção auditiva individual para o público.

5) Acesso a zonas de silêncio para as pessoas descansarem os ouvidos.

6) Formação e informação para os trabalhadores do local.

Os conselhos são sensatos, mas por detrás desses sons permanentes e devastadores da saúde auditiva se encontra um desesperador vazio moral que medidas não podem preencher.

Para esse crescente vazio só a Igreja e ordem e a paz Civilização Cristã podem dar remédio.


terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Caem gigantes da tecnologia: na ‘crise do metaverso’, Meta demite milhares

Assim 'The Guardian' ilustra a crise súbita das outora gloriosas e famosas 'Big Techs'
Assim 'The Guardian' ilustra a crise súbita das outrora gloriosas e famosas 'Big Techs'
Luis Dufaur
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Pela primeira vez desde a sua fundação, a Meta (antes Facebook) demitiu 11.000 funcionários com um simples e-mail e enxugou o orçamento.

Esse foi o primeiro grande corte orçamentário da empresa controladora do Facebook e do Instagram empresa desde sua fundação em 2004 e prenuncia ainda mais.

A quebra marca o fim do rápido crescimento da Meta e seu “erro” em direcionar ações bilionárias para a construção do metaverso.

De acordo com o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a empresa congelará contratações, demitirá mais funcionários e reestruturar e cortará despesas e orçamentos da maioria das equipes, e se prepara para “crises sem precedentes”.

Lori Goler, chefe de pessoal da Meta, disse que a companhia não preencherá as vagas e suspenderá as transferências internas, informou “Investing.com”.

A Meta, perde usuários, a receita cai, a incerteza sobre o futuro do “metaverso” só aumenta, a pressão dos investidores só sobe.

A estabilidade até para os gigantes da tecnologia, definitivamente, não existe mais. Facebook em 10 anos, atingiu o valor de US$ 230 bilhões, sua avaliação chegou a US$ 1,1 trilhão, mas desde que colocou todas as suas fichas no metaverso, seu valor despencou mais de US$ 800 bilhões.

O TikTok chinês pareceu se mostrar melhor e agora luta para não cair na mesma.

Segundo “Forbes” Zuckerberg teria dito, em documentos internos: “eu diria que esta pode ser uma das piores crises que vimos na história recente”.

Grandes empresas tecnológicos passaram abruptamente da euforia a horizontes apocalípticos
Grandes empresas tecnológicos passaram abruptamente da euforia a horizontes apocalípticos
A BBC calculou que em outubro de 2021 alguns dos maiores nomes do setor — Apple, Netflix, Amazon, Microsoft, Meta (dona do Facebook) e Alphabet (dona do Google) — atingiram uma perda de mais de US$ 3 trilhões em valor de mercado acumulado em 12 meses na bolsa americana. 

Só a Apple acusou uma desvalorização de mercado de um trilhão de dólares em 2022 deixando de ser a empresa de tecnologia mais valorizada.

A gigante do comércio eletrônico Amazon, anunciou a demissão de 136 mil postos de trabalho no mundo todo até 21 de novembro, de acordo com o site Layoffs.fyi, que monitora os cortes de empregos na área de tecnologia. E num segundo momento demitiu mais 18.000 no plano mais massivo de supressão de empregos de sua história.

Além dos 11 mil funcionários de Meta demitidos a Twitter cortou 3,7 mil profissionais ou cerca de metade de sua força de trabalho.

A causa está na desaceleração econômica global em que as empresas investem menos dinheiro nas receitas de publicidade nas plataformas de rede social.

O Twitter saiu do mercado de ações após ser comprado pelo bilionário Elon Musk, malgrado os sinais de alerta que já existiam que falavam de uma eventual falência.

A depressão brusca para otimistas ingênuos
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos EUA, estimaram que o Twitter perdeu um milhão de usuários.

O Facebook perdeu quinhentos milhões de seguidores num ano - inédito em seus 18 anos de história.

As duas empresas contam com uma base de usuários enorme, mas a perda de usuários derrubou suas ações.

As gigantes de tecnologia acumulam uma perda de US$ 3 trilhões em 12 meses no mercado acionário americano

Outras plataformas desaparecem ou se tornam irrelevantes, como a MySpace que tinha 300 milhões de usuários em 2007 e hoje sobrevive com apenas seis milhões de usuários em todo o mundo.

A Orkut foi a rede social mais popular do mundo até ser desativado em 2014. Bebo, MySpace, Vine, todos vieram e se foram. O Twitter parece estar à beira de forçar seus usuários a migrar, escreve a BBC.


terça-feira, 8 de novembro de 2022

Na UE tribunais aprovam abortista que profanou altar e punem professor que apontou pedofilia de Maomé

Profanação abortista da igreja de Santa Madalena 'premiada' pelo Tribunal de Direitos Humanoss da UE
Profanação abortista da igreja de Santa Madalena
'premiada' pelo Tribunal de Direitos Humanos da UE
Luis Dufaur
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O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aprovou como “liberdade de expressão” uma atroz profanação da igreja da Madelaine em Paris em 2013 por parte do grupo líder das abominações morais “Femen”, noticiou “Infocatólica”.

Uma ativista do grupo foi até o tabernáculo, de topless, tatuada, usando uma coroa de espinhos palhaçada e o véu azul da Virgem, segurando nas mãos num auge de provocação e injúria “dois pedaços de fígado de boi, símbolo do menino Jesus abortado".

Em seu peito tinha escrito os slogans “Natal foi cancelado” e uma assinatura que aludia a um manifesto de 344 feministas pró-aborto.

A provocadora foi punida pela Justiça francesa com apenas um mês de prisão suspensa, multa de 2.000 euros e a inscrição do ato no registro criminal da ativista.

Porém o máximo Tribunal Europeu viu nesta macabra encenação anticristã, a ação de uma corajosa ativista feminista, cujo “único objetivo”, foi muito nobre: contribuir “para o debate público sobre os direitos das mulheres, mais concretamente sobre a direito ao aborto”.

A Corte decidiu que para proteger a “liberdade de consciência e religião” não se podia justificar a sentença da Justiça francesa que foi condenada a pagar-lhe uma reparação de 9.800 euros.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos vem assumindo a defesa dos ataques a templos cristãos especialmente contra a Igreja Católica. Em 2018, o Tribunal já tinha condenado a Lituânia por sancionar anúncios blasfemos contra Cristo e a Virgem Maria.

Mas sua posição é muito diferente quando se trata do Islã. Em 2018, condenou um professor austríaco que definiu “pedofilia” o domínio sexual de Maomé a uma criança de 9 anos, relatada no Corão e glosada por militantes islâmicos.

Por sua vez, outro alto órgão da União Europeia, o Tribunal de Justiça da União com sede no Luxemburgo, definiu que a religião e as convicções, inclusive as políticas, se encaixam num mesmo e único critério de discriminação, em nome da igualdade, noticiou “Infocatólica”.

Então se declarar ateu marxista ou fiel católico dá legalmente na mesma.

A decisão do tribunal saiu em favor de uma trabalhadora muçulmana, que usa o véu islâmico contrariando a norma da empresa que a emprega. O tribunal condenou a empresa por discriminação em razão da religião.


terça-feira, 25 de outubro de 2022

Cristãos sofrem mais de 3 ataques por dia na França

Atentado incendiario contra a catedral de Nantes
Atentado incendiário contra a catedral de Nantes
Luis Dufaur
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Ocorrem três ataques anticristãos por dia na França segundo os deputados franceses Nicolas Dupont-Aignan e Agnès Thill.

O jornalista Jean-Marie Guénois, do periódico “Le Figaro” de tendência oposta aos deputados, fez uma vasta pesquisa sobre o assunto, confirmando que esses números são, lamentável e preocupantemente, bem reais, escreveu “Aleteia”.

O mesmo “Le Figaro” publicou também entrevista em que o jornalista Marc Eynaud mostra que “a religião cristã é de longe a mais atacada na França”, a “filha primogênita da Cristandade”.

Furtos e depredação na catedral de Ooloron-Sainte-Marie, Pyrenées-atlantiques
As últimas cifras citadas por Eynaud que o Ministério do Interior deixa transparecer intimidado falam de, no último ano [2022] de 1052 atentados confirmados, compostos de 996 atos e 56 ameaças.

A pesquisa do jornalista de “Le Figaro” foi tema de matéria do site L’observatoire de la Christianophobie, que monitora os atos de perseguição anticristã na França e no mundo.

Duas instituições do Estado francês corroboram os números: a DILCRAH (Delegação Interministerial para a luta contra o racismo, o antissemitismo e o ódio anti-LGBT), ligada ao gabinete do Primeiro-Ministro, e o SCRC (Serviço Central de Inteligência Criminal), da gendarmeria francesa.

Em março de 2020, o SCRC divulgou dados consolidados de 2018 que confirmam pelo menos 877 danos propositais cometidos contra edifícios católicos só naquele ano.

Domingo de ódio na França incendiaram igrejas, derrubaram cruzes em Saint Louis Fontainebleau, sul de Paris
Domingo de ódio na França incendiaram igrejas em Saint Louis Fontainebleau, sul de Paris
Por serem apenas danos materiais, eles não incluem nenhum outro tipo de ataque.

Já a DILCRAH, que publica relatórios de “atos antirreligiosos, antissemitas, racistas e xenófobos”, anunciou, na edição de 28 de janeiro, que foram registrados 1.052 atos anti-cristãos em 2019, bem como 1.063 em 2018 e 1.036 em 2017.

Se os deputados Dupont-Aignan e Thill “erraram”, como murmuraram seus detratores, não foi por “exagero” mas porque os números reais dos ataques diários anticristãos na França são ainda piores do que a média que eles haviam denunciado.


terça-feira, 11 de outubro de 2022

A beata Serafina Micheli e a visão de Lutero no Inferno

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Em 1883 a Bem-aventurada Sóror Maria Serafina Micheli (1849-1911), fundadora do Instituto das Irmãs dos Anjos, passava pela cidade de Eisleben, na Saxônia, Alemanha.

Eisleben é a cidade natal de Lutero. E, naquele dia comemorava-se o quarto centenário do nascimento daquele grande heresiarca (10 de novembro de 1483) e que dividiu a Igreja e a Europa, fato que provocou crudelíssimas guerras de religião que duraram décadas a fio.

A população aguardava o imperador alemão Guilherme I que devia presidir as solenidades.

A futura beata não se interessou pela agitação e seu único desejo era encontrar uma igreja onde pudesse rezar e visitar a Jesus Sacramentado.

As igrejas estavam fechadas e já era noite.

Na escuridão localizou uma com as portas trancadas, mas se ajoelhou nos degraus de acesso.

Pela falta de luz não percebeu que a igreja não era católica, mas protestante. Enquanto rezava lhe apareceu o anjo da guarda e lhe disse:

‒ ”Levante porque este é um templo protestante”.

E acrescentou:

‒ ”Eu quero te fazer ver o lugar aonde Martinho Lutero foi condenado e a pena que sofre como castigo de seu orgulho”.

Depois destas palavras, a santa religiosa viu uma horrível voragem de fogo, na qual era cruelmente atormentado um número incalculável de almas.

No fundo dessa voragem via-se um homem, Martinho Lutero, que se distinguia dos outros: estava rodeado de demônios que o obrigavam a ficar de joelhos, e todos eles equipados com martelos se esforçavam, em vão, para enfiar-lhe na cabeça um grande prego.

A freira achou que se o povo que estava na festa visse aquela cena dramática, certamente não tributariam honras, lembranças, comemorações e festejos a semelhante personagem.

Desde então, Sóror Serafina sempre que aparecia a ocasião exortava suas irmãs de religião a viverem na humildade e no esquecimento dos outros.

Ela estava convencida que Martinho Lutero foi condenado ao Inferno, sobretudo por causa do primeiro pecado capital: a soberba.

O orgulho fez que ele caísse no pecado capital e o levou para a aberta rebelião contra a Igreja Católica.

A sua péssima conduta moral, sua atitude de revolta contra o Papado e a sua pregação de más doutrinas pesaram muito no desvio de muitas almas superficiais e mundanas que caíram na perdição eterna.

Sóror Serafina foi beatificada na diocese de Cerreto Sannita, província de Benevento, em 28 de maio de 2011.


A beata Serafina Micheli e a visão de Lutero no Inferno
 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

5.000 igrejas históricas em risco de demolição

Demolição da igreja de Gesté, departamento de Maine-et-Loire
Demolição da igreja de Gesté, departamento de Maine-et-Loire
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Cinco mil igrejas históricas da França correm o risco de serem demolidas ou vendidas. 

Neste último caso, pode ocorrer o que já aconteceu com inúmeras igrejas europeias transformadas em hotéis, cafés e até discotecas, informou o site Aleteia.

Muitas delas foram erigidas na Idade Média pela piedade e trabalho dos fiéis, mas agora correm o risco de serem entregues ao uso profano, por vezes à profanação, o que as deturpa cruelmente.

Os números foram levantados e divulgados pelos parlamentares franceses Pierre Ouzoulias e Anne Ventalon, cujo relatório alerta para a necessidade de manutenção mais adequada do patrimônio histórico nacional, particularmente das igrejas.

Eles sugerem que o governo francês disponibilize uma linha especial de financiamento para a manutenção desse patrimônio.

Desde 1905, em decorrência da separação entre Estado e Igreja feita pela Revolução Francesa, todas as propriedades da Igreja Católica na França foram expropriadas pelo governo.

Demolição sem permissão na França
Demolição sem permissão na França
A Igreja, porém, manteve o direito de utilizá-las para o culto, mas a responsabilidade pela manutenção cabe aos respectivos municípios. 

Estes, porém, não honram este dever, o que acarreta a decadência visível de grande quantidade de templos.

Segundo o relatório preparado pelos parlamentares, a França tem mais de 100 mil espaços religiosos, dos quais 15 mil sofrem condições inadequadas de preservação – muito embora estejam protegidos como monumentos históricos.

Há cerca de 500 igrejas fechadas permanentemente.

Alarmante, em especial, é a perspectiva de que, até 2030, aproximadamente 5 mil locais religiosos sejam demolidos ou vendidos a particulares e transformadas em hotéis, cafés e até discotecas e locais suspeitos.

Além disso, há o risco de tráfico de objetos religiosos.

Os parlamentares enfatizam que, “estes edifícios têm valor não somente espiritual, mas também cultural, histórico, artístico e arquitetônico”.


terça-feira, 13 de setembro de 2022

Cardeal africano pede uma reforma como a medieval adversa ao herético Sínodo Alemão

Cardeal Robert Sarah
Cardeal Robert Sarah
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O trombeteado Sínodo da Alemanha, ou “Caminho Sinodal Alemão” abala a Igreja Católica no mundo com o apoio sorrateiro do Vaticano e o estímulo do poderoso episcopado alemão e do progressismo universal.

Mas seus objetivos que, segundo a fantasia, surgiriam da base de uma igreja “sinodal” ou pirâmide cabeça para baixo, na realidade nasceram fora da Igreja e foram impostos a Ela pela cultura que domina no Ocidente, escreveu o vaticanista Sandro Magister.

Magister é confirmado por duas análises altamente críticas do estado atual da Igreja Católica altamente representativos.

A primeira é de Danièle Hervieux-Léger, decana dos sociólogos franceses de avançada esquerda, em “Le Monde”, e a segunda de James Carroll em “Politico Magazine”.

Ambos acusam a hierarquia eclesiástica que tratam com menosprezo e falaciosamente de "sistema clerical” como a causa mais profunda do desastre.

Para demolir essa hierarquia estabelecida por Jesus Cristo exigem padres casados, sacerdotisas, nova moral sexual, governo democrático da Igreja, agenda LGBT, democracia, etc. etc.

Nada de novo, são os mesmos objetivos subversivos pregados por teólogos conciliares há décadas. O Sínodo alemão as adotou e são as bandeiras sempre imorais de inúmeras heresias como a protestante.

O Sínodo Alemão procura o impossível sacerdócio femenino
O Sínodo Alemão procura o impossível sacerdócio femenino
Esses analistas querem que o Papa Francisco aprofunde as nada pequenas aberturas, brechas, relativismos e concessões que ele vem abrindo para escândalo de numerosos fiéis.

Apenas no gostam que os abismais avanços desses erros e a corrupção dos costumes venha sendo feito com “uma estratégia de pequenos passos”.

Na homilia da festa de São Pedro e São Paulo, em cuja missa foi dada a comunhão sacrilegamente à extremista política abortista Nanci Pelosi, o Papa Francisco voltou a rotular de “perversão” aquilo que apela de “clericalismo” – em verdade respeito à hierarquia eclesiástica.

Para Magister, ele invectivou uma imagem deturpada da Igreja, com uma outra igreja feita a seu gosto pessoal e ao dos analistas citados da ultra-esquerda.

Seria uma ONG democrática que já não lembra a Igreja milenar, mas é inteiramente “sinodal”, democrática, descentralizada, na qual “todos participam” – “todos os seus coirmãos ideológicos – e ninguém sobe acima dos outros, quando esses outros são da panela.

Exortou a banir a nostalgia do “atraso” que estaria crescendo na Igreja hoje.

O Caminho Sinodal Alemão procura introduzir a agenda LGBT na estrutura da Igreja para imitar o mundo
O Caminho Sinodal Alemão procura
introduzir a agenda LGBT na estrutura da Igreja para imitar o mundo
Ele próprio exemplifica dando o último golpe de misericórdia à Missa no rito antigo. Isso é claro não é “subir acima dos outros”!!!

O cardeal, Robert Sarah, 77, que não ocupa mais cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino após ser demitido por Francisco em 2021 publicou o livro “Para a eternidade. Meditações sobre a figura do sacerdote”, edições Cantagalli.

Sarah escreveu livros amplamente conceituados, dos quais o mais curto, se opõe à tendência de Francisco instalar na Igreja padres casados, como foi solicitado pelo Sínodo especial sobre a Amazônia em 2019.

Francisco o “aberto a todos” não aceitou bem a publicação desse livro. Mas quando publicou o documento sumário do Sínodo sobre a Amazônia, ele não autorizou padres casados, muito menos diáconos. E o fez – sublinha hoje Sarah em seu novo livro sobre o sacerdócio – “com palavras semelhantes” às escritas em seu livro.

No novo livro, o cardeal Sarah, diz Magister, faz um desafio total a todos os objetivos atuais de reformar o “sistema clerical”, incluindo a fantasia anti-evangélica do “clero casado”, das “mulheres sacerdotes” e do governo “sinodal” das comunidades em regime autogestionário.

O Caminho Sinodal Alemão busca uma versão apalhaçada da Igreja. Na foto, o Cardeal Marx
O Caminho Sinodal Alemão busca uma versão apalhaçada da Igreja. Na foto, o Cardeal Marx
Tais propostas, diz o cardeal guineano: “são terrivelmente destrutivas da estrutura hierárquica da Igreja, como o próprio Jesus Cristo pensou e quis. ... a função de governo nunca pode ser exercida na Igreja por outros que não sejam ministros ordenados”.

O cardeal lembra elogiosamente à reforma gregoriana medieval que tinha “como objetivo libertar a Igreja das garras das autoridades seculares. ... Na época. Multiplicaram-se os padres concubinatários, dedicados a questões comerciais ou políticas.

“A reforma gregoriana caracterizou-se pelo desejo de redescobrir a Igreja no tempo dos Atos dos Apóstolos e se baseava na renovação da santidade dos padres. Hoje não há necessidade de uma reforma semelhante a ela?”

E acrescenta que a “cultura relativista, hedonista e consumista se infiltrou em todos os lugares. É hora de rejeitá-la, porque é inconciliável com o Evangelho”.

Mas, pergunta Magister, a reforma gregoriana não é “o programa que deveria ser discutido no futuro conclave? Um programa radicalmente oposto ao exibido pelo Sínodo Alemão?”