terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Pais não querem celular nas escolas

Celulares afastam do acompanhamento da aula
Celulares afastam do acompanhamento da aula
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A grande mídia propaga que os brasileiros exigem tecnologias para seus filhos, se oporiam só os retrógrados ou broncos. Todas as crianças deveriam ser educadas nos métodos digitais do futuro.

Porém, entrevistas presenciais do Instituto Datafolha a 2.029 pessoas, de 113 municípios, apontaram que 62% dos brasileiros com 16 anos ou mais, querem a proibição dos celulares nas salas de aula e no recreio das escolas.

Aqueles que têm filhos de até 12 anos, o índice é maior, de 65%. O Ministério da Educação (MEC) decidiu então lançar um projeto de lei para banir o aparelho nos colégios do país, noticiou G1.

O próprio G1 visitou três escolas particulares em que os estudantes não podem usar o celular nas aulas.

Os testemunhos colhidos são eloquentes: crianças e adolescentes dizem terem descoberto o jogo, a brincadeira, o estudo, a amizade, etc., quando antes cada um ficava isolado absorto no celular.

Pesquisa análoga de TIC Educação divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil registrou que 28% das instituições de ensino urbanas e rurais já implementaram restrições rígidas aos smartphones.

Renúncia recomendada pela UNESCO
Renúncia recomendada pela UNESCO
Também a UNESCO, agência da ONU, divulgou relatório crítico contra essa tecnologia nas salas de aula e afirmou que seu uso não pode ser “soberano”.

Esse órgão internacional chamou a atenção para os prejuízos verificados na concentração dos estudantes.

Sugeriu então que os celulares sejam banidos das escolas, como está sendo feito em um em cada quatro países do mundo, como os EUA, França, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Canada, Suíça, Portugal e México.

Outro estudo, feito pela Universidade de Stavanger, na Noruega, afirma que surfar num site em vez de virar a página de um livro físico, atrapalha a memória e prejudica a habilidade de interpretação.

A Universidade Harvard, nos EUA, mostrou que o excesso de tecnologia causa prejuízos à comunicação, problemas no sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo.

Para Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, o celular não pode continuar presente no ambiente escolar e servindo de meio para as relações de crianças e adolescentes, como está acontecendo. Também pediu medidas às autoridades de estados e municípios.

Nova Zelanda já interditou nas escolas
Nova Zelândia já interditou nas escolas
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) concluiu que celulares e aparelhos eletrônicos impactam negativamente na capacidade de os alunos prestarem atenção nas aulas.

Nos EUA o estado de Flórida exigiu em lei que escolas distritais barrem o uso de celulares nas aulas.

Na França, desde 2018, o uso é proibido aos menores de 15 anos.

Na Holanda, o governo determinou limitações com o consenso de pais, professores e alunos.

No Canadá, os smartphones foram banidos total ou parcialmente em algumas províncias.

O banimento do uso de celulares por estudantes em todas as escolas do país, públicas e privadas, estaria sendo preparado para melhorar a atenção dos alunos na aula, confirmou o MEC à “Globo”.

O ministro Camilo Santana, disse em Fortaleza, que os “estudos científicos” e a experiência mostram os prejuízos da libertação desses equipamentos nas escolas.

A única dúvida consistiria em saber as condições de aplicação da lei aprovada no Congresso Nacional.

Voltou o interesse pelo estudo, pelo jogo no recreio e pela amizade entre alunos
Voltou o interesse pelo estudo, pelo jogo no recreio e pela amizade entre alunos
Na rede pública municipal do Rio de Janeiro, o prefeito vetou o uso de aparelhos dentro e fora da sala de aula, ou seja, nos intervalos e recreio noticiou a “CNN”.

“Ficar no celular atrapalha a convivência social, deixa a criança isolada em sua própria tela... a tecnologia na educação precisa ser usada de forma consciente e responsável.

“Do contrário, em vez de uma aliada, ela pode se tornar uma vilã do processo educacional”, explicou Renan Ferreirinha, secretário de Educação do Rio.



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