terça-feira, 25 de janeiro de 2022

'Entre celular e drogas não há muita diferença’, diz psicólogo espanhol

O psicólogo espanhol Marc Masip trabalha com jovens para educá-los sobre o uso adequado da tecnologia e evitar a dependência
O psicólogo espanhol Marc Masip trabalha com jovens
para educá-los sobre o uso adequado da tecnologia e evitar a dependência
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







“O celular é a heroína do século 21” explicou o psicólogo espanhol Marc Masip em entrevista à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Facebook, Instagram ou WhatsApp pedem prestar atenção ao nosso grau de dependência das novas tecnologias, porque podemos estar feiamente viciados.

No dia 4 de outubro, milhões de pessoas ficaram frustradas quando as três plataformas acima ficaram fora do ar por seis horas.

Para alguns foi como a síndrome de abstinência que sofrem os que abandona as drogas, o álcool ou o cigarro.

Não é uma comparação exagerada diz o psicólogo espanhol Marc Masip: “O celular é a heroína do século 21”, diz ele sem rodeios.

Ele cuida do tratamento de desintoxicação em clínicas para viciados em tecnologia e onde a reabilitação pode se tornar mais difícil do que a dos dependentes dos narcóticos.

“Todo mundo sabe que as drogas fazem mal, enquanto que todos nós usamos as novas tecnologias sem saber o tamanho do dano que podem causar”, explica Masip na entrevista.

“As pessoas enlouqueceram [quando as mencionadas plataformas ficaram fora do ar] quando na realidade nada estava acontecendo. Estamos todos um pouco perdidos. Os vícios são como todos os vícios, e não há muita diferença entre o vício em drogas e o vício em telefone celular.

Adição às telas a ponto de esquecer as amizades é sintoma de vício
Adição às telas a ponto de esquecer as amizades é sintoma de vício
“As drogas não podem ser bem usadas, mas o celular pode. E tem gente que compara o celular a um martelo que pode ser utilizado bem ou mal, mas não conheço ninguém viciado em martelo”.

“Quando a heroína começou a ser consumida, não se sabia o quão ruim era, e no final morreu muita gente. Espero que não seja assim agora, mas tem gente que morre porque usa o celular até quando está dirigindo.

Há consequências para a saúde mental que ainda não entendemos por conta do abuso do telefone celular.

“Estamos vendo consequências no desempenho acadêmico dos jovens, acidentes de trânsito que podem levar ao pior, ansiedade, estresse, frustração, transtornos alimentares desencadeados pelo Instagram.

“Vemos como os jovens se comunicam por meio das telas de forma rápida, fácil e confortável, mas no cara a cara eles são covardes porque não têm ferramentas para sentir empatia, olhar ou abraçar.

“Mas acima de tudo o pior é a dependência, o humor das pessoas muda para pior quando ficam sem Facebook ou WhatsApp.

“Achamos que nossos filhos não terão amigos se não tiverem smartphone e redes sociais, mas isso é mentira.

Temos que proteger as crianças das telas para que não precisem tanto delas. Para uma criança, ter um smartphone antes dos 16 anos traz mais desvantagens do que vantagens.

Dependência do smartphone precede crises depressivas perigosa
Dependência do smartphone precede crises depressivas perigosas
“Se os adolescentes exigem smartphone, é sobretudo por causa das redes sociais. Mas o que as redes sociais oferecem para eles? Curtidas? Essa não é uma contribuição real. A curtidas são apenas uma injeção cavalar de dopamina.

“Na verdade, quanto mais o eu virtual se afasta do eu real, mais gera frustração. E essa frustração é muito próxima da dependência e do vício.

“É importante educar, sobretudo os mais jovens, que não é preciso mostrar sempre o que não somos ou o que gostaríamos ser para sermos aceitos. É preciso trabalhar muito a autoestima dos jovens.

“Por mais tecnologia que criem e mais dinheiro que invistam, nada será capaz de dar um abraço como outra pessoa te dá ou um beijo como a pessoa que você ama.

“Meça sua síndrome de abstinência. Se você precisa consumir algo quando não tem. É algo bastante evidente nas drogas, mas também acontece com as novas tecnologias.

“Observe também se você substitui atividades, se você deixa de fazer algo para ficar mais atento ao celular. Isso pode acontecer quando você passa tempo com a família, trabalha, dirige, pratica esportes ou sai de casa.

“Preste atenção se o celular faz você se evadir. Se você pega (o celular) para ver uma coisa, e passa uma hora sem que você perceba. Com esses exemplos, você pode se avaliar muito bem.

“É preciso regulamentar os próprios aplicativos, as próprias empresas, para que depois as coisas cheguem bem ao resto do mundo, sem elementos nocivos ou viciantes”.



terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Imoralidade e satanismo em catedrais sob pretexto de “cultura”

Beijo de Judas, Giotto  (1266-7 – 1337) Capela degli Scrovegni, Padua
Beijo de Judas, Giotto  (1266-7 – 1337) Capela degli Scrovegni, Padua
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Santos dotados de luzes proféticas ensinaram que a fúria do inferno só pode atingir seus objetivos atacando a Igreja por dentro. Cfr. Beato Palau: Misteriosa estirpe espiritual de Judas agindo na Igreja

Nem o Sinédrio, nem Pilatos, nem Herodes, nem Barrabás impediram a pregação do Divino Redentor. Foi necessário um Judas Iscariotes, um do círculo seleto dos apóstolos, para entregar Cristo aos carrascos. E com um beijo! “Jesus perguntou-lhe: ‘Judas, com um beijo trais o Filho do Homem!’”. São Lucas, 22

Desde então, o inferno tenta infiltrar a Igreja para destruí-la por dentro. A autodemolição da Igreja explicitada por Paulo VI adquire hoje plena e terrífica aplicação.

Essa autodemolição vem provocando uma devastadora sucessão de profanações de sagradas catedrais com a anuência dos respectivos bispos, em diversas cidades e países, sob pretexto de “cultura”.

Assim aconteceu recentemente na catedral de Toledo, primada da Espanha, onde foi gravado o vídeo musical “Ateu” focado em danças sensuais e relações carnais, como informou ACIPrensa.

Não reproduzimos imagens do vídeo 'cultural' pela sua obscenidade
Não reproduzimos imagens do vídeo 'cultural' pela sua obscenidade
Ante as críticas indignadas dos fiéis, o bispo esboçou uma retratação.

Outra tentativa – corajosamente impedida in extremis pelos fiéis – deveria ter acontecido na catedral de Nantes, França, com músicas e cenas “satanistas”, exaltando relações sexuais com o diabo ou sugerindo missas negras, segundo noticiou “Corrispondenza Romana”.

Outro recente passo desse método da autodemolição visou a catedral de Bariloche financiado pelo governo da província (estado) de Río Negro em apresentações “culturais” obscenas e sacrílegas rotuladas “Retorno ao ritual” e “Rédeas livres” no âmbito do FIMBA (Festival Internacional de Música de Bariloche), segundo noticiou “Infocatólica”.

Um fiel testemunhou o ato sacrílego em Bariloche com luzes de boate e música extravagante para conformar um espetáculo ímpio.

Uma moça comentou após a sessão: “é profundamente triste ver luzes de boate, telas com uma garota dançando sensualmente e aparentemente nua, diante do tabernáculo onde Jesus estava verdadeiramente presente ... É como matar Cristo pela segunda vez ...”.

Fiéis impedem ato 'cultural' sacrílego na catedral de Nantes
Fiéis impedem ato 'cultural' sacrílego na catedral de Nantes
Uma mulher presente afirmou que “havia uma sensação de domínio do maligno dentro da Catedral”.

“Eles nem mesmo removeram o Santíssimo Sacramento”, deplorou outro fiel. Teria o bispo percebido a gravidade do insulto a Deus que havia aprovado?

Não foi mero acaso que isso acontecesse na véspera da festa satânica do Halloween, observaram muitos.

O reitor da catedral nem por delicadeza retirou o Santíssimo Sacramento e se exibiu de jeans rasgados só interessado pelas medidas pandêmicas.

O bispo de Bariloche, Mons. Juan José Chaparro, há apenas um mês e meio, defendeu que “cada um deve buscar a sua fidelidade naquilo que pensa e acredita (...) as religiões e as igrejas devem estar a serviço da humanidade porque o que Deus quer é um mundo melhor e mais fraterno”.

Festival Internacional de Música de Bariloche
Festival Internacional de Música de Bariloche
No festival que o prelado aprovou em sua catedral, os fiéis só viram um mundo sinistramente pior e o furor do ódio autodemolidor anticristão que nada tem de fraterno e tem tudo de fratricida como o exorcismo de Leão XIII aplica aos espíritos das trevas.

Um sacerdote e alguns fiéis perplexos tentaram evitar aquele fruto envenenado de uma “cultura” erroneamente chamada de moderna porque Satanás é malfeitor desde o início da Criação. Mas o exemplo de autoridade vinha de Roma...

Quem promove e permite este tipo de “espetáculo” já não é católico, opinou “Infocatólica”.


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Natal de 2021: proibido por marxistas e “conservadores”

China policiais desmontam arranjo comercial de Natal
China: policiais desmontam arranjo comercial de Natal
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Mais uma vez a China marxista interditou as comemorações do Natal com velhos pretextos ideológicos: “é uma festa ocidental” e o Partido Comunista Chinês (PCCh) está engajado na “sinização” dos cultos. Em algumas cidades foi acrescentado o Covid-19 como pretexto.

O governo passou uma circular estritamente confidencial com o intuito de que a proibição não fosse conhecida fora da China.

Também montou umas poucas comemorações cristãs “cosméticas” abundantemente fotografadas e filmadas para difundir nas redes sociais e enganar no exterior.

Porém, Bitter Winter obteve de fonte confidencial um documento do Departamento de Educação do condado de Rong’an contendo a proibição do governo de Pequim para as escolas primárias e jardins de infância.

Nele se pode ler: “o dia de Natal ou Santa Noite está profundamente penetrado pela cultura religiosa ocidental. Isto é danoso para nossa cultura chinesa”.

E prossegue: “de acordo com as diretivas do mais alto governo, fica decidido: proibir mestres e alunos de organizar qualquer celebração deste festival ocidental.

“Todos os maestros e alunos, e não só do PCCh, devem obedecer a regra do Comitê Central do Partido. Se alguém vê indivíduos ou organizações festejando Natal ou a Santa Noite deve avisar imediatamente à polícia” (segue o endereço para contato policial).


Mais espantosa resultou a proibição da União Europeia de usar a palavra Natal ou “nomes abertamente cristãos” nas últimas festas.

A UE reverencia como fundadores políticos democrata-cristãos e até se falou, aliás falaciosamente, que seu símbolo – um círculo de estrelas – estaria inspirado na visão de Nossa Senhora no Apocalipse.

Mas toda a política da UE foi desde o início de achincalhar os princípios cristãos. Nisso deu o espírito democrata-cristão!

Não foi apenas mais um ato persecutório anticristão da UE.

Na EU proibido falar 'Natal'. 'Il Giornale' de Milão. Na foto a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen
Na EU proibido falar 'Natal'. 'Il Giornale' de Milão.
Na foto a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen
No Reino Unido que abandonou a UE, Celia Walden pode escrever no jornal londrino “The Telegraph” que “o Natal já foi apagado há anos”, segundo registrou o site italiano “La Nuova Bussola Quotidiana”

Ela fundamentou a espantosa constatação com documentos emitidos por vários governos, todos conservadores, que banem o uso do termo Natal “para não ofender as minorias religiosas”.

Ela cita um e-mail de um funcionário do Parlamento britânico a todos os membros dizendo atender a “um aviso do Gabinete”, que é chefiado pelo chanceler conservador Boris Johnson.

Esse diz “que não devemos usar a palavra Natal porque o governo pretende ser inclusivo e algumas religiões não o celebram”.

Não se pode condenar a UE apenas por ter agido contra o Natal. É um infantilismo.

A realidade é que se a Revolução Francesa foi um “bloco”, como disse um dos seus fanáticos, o premier francês Georges Clemenceau, na qual não pode se separar uma parte “boa” de uma “ruim”, assim também de Pequim a Bruxelas, passando por Londres e tantas outras capitais, no espírito revolucionário igualitário e anticristão não se pode separar “bons” e “ruins”, “girondinos” e “jacobinos”, “conservadores” e “progressistas” pois todos fazem parte de um mesmo bloco.

É o “mundo moderno” que hoje se insurge contra o Divino Redentor e sua entrada na História acontecida maravilhosamente em Belém.

Nem “conservadores” e nem “progressistas”, nem seudo “bons” e autênticos “ruins” poderão se queixar quando o Rei dos Reis decida proceder à execução dos castigos anunciados em Fátima