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Cardeal Robert Sarah |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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O trombeteado Sínodo da Alemanha, ou “Caminho Sinodal Alemão” abala a Igreja Católica no mundo com o apoio sorrateiro do Vaticano e o estímulo do poderoso episcopado alemão e do progressismo universal.
Mas seus objetivos que, segundo a fantasia, surgiriam da base de uma igreja “sinodal” ou pirâmide cabeça para baixo, na realidade nasceram fora da Igreja e foram impostos a Ela pela cultura que domina no Ocidente, escreveu o vaticanista
Sandro Magister.
Magister é confirmado por duas análises altamente críticas do estado atual da Igreja Católica altamente representativos.
A primeira é de Danièle Hervieux-Léger, decana dos sociólogos franceses de avançada esquerda, em “Le Monde”, e a segunda de James Carroll em “Politico Magazine”.
Ambos acusam a hierarquia eclesiástica que tratam com menosprezo e falaciosamente de "sistema clerical” como a causa mais profunda do desastre.
Para demolir essa hierarquia estabelecida por Jesus Cristo exigem padres casados, sacerdotisas, nova moral sexual, governo democrático da Igreja, agenda LGBT, democracia, etc. etc.
Nada de novo, são os mesmos objetivos subversivos pregados por teólogos conciliares há décadas. O Sínodo alemão as adotou e são as bandeiras sempre imorais de inúmeras heresias como a protestante.
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O Sínodo Alemão procura o impossível sacerdócio femenino |
Esses analistas querem que o Papa Francisco aprofunde as nada pequenas aberturas, brechas, relativismos e concessões que ele vem abrindo para escândalo de numerosos fiéis.
Apenas no gostam que os abismais avanços desses erros e a corrupção dos costumes venha sendo feito com “uma estratégia de pequenos passos”.
Na homilia da festa de São Pedro e São Paulo, em cuja missa foi dada a comunhão sacrilegamente à extremista política abortista Nanci Pelosi, o Papa Francisco voltou a rotular de “perversão” aquilo que apela de “clericalismo” – em verdade respeito à hierarquia eclesiástica.
Para Magister, ele invectivou uma imagem deturpada da Igreja, com uma outra igreja feita a seu gosto pessoal e ao dos analistas citados da ultra-esquerda.
Seria uma ONG democrática que já não lembra a Igreja milenar, mas é inteiramente “sinodal”, democrática, descentralizada, na qual “todos participam” – “todos os seus coirmãos ideológicos – e ninguém sobe acima dos outros, quando esses outros são da panela.
Exortou a banir a nostalgia do “atraso” que estaria crescendo na Igreja hoje.
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O Caminho Sinodal Alemão procura introduzir a agenda LGBT na estrutura da Igreja para imitar o mundo |
Ele próprio exemplifica dando o último golpe de misericórdia à Missa no rito antigo. Isso é claro não é “subir acima dos outros”!!!
O cardeal, Robert Sarah, 77, que não ocupa mais cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino após ser demitido por Francisco em 2021 publicou o livro “Para a eternidade. Meditações sobre a figura do sacerdote”, edições Cantagalli.
Sarah escreveu livros amplamente conceituados, dos quais o mais curto, se opõe à tendência de Francisco instalar na Igreja padres casados, como foi solicitado pelo Sínodo especial sobre a Amazônia em 2019.
Francisco o “aberto a todos” não aceitou bem a publicação desse livro. Mas quando publicou o documento sumário do Sínodo sobre a Amazônia, ele não autorizou padres casados, muito menos diáconos. E o fez – sublinha hoje Sarah em seu novo livro sobre o sacerdócio – “com palavras semelhantes” às escritas em seu livro.
No novo livro, o cardeal Sarah, diz Magister, faz um desafio total a todos os objetivos atuais de reformar o “sistema clerical”, incluindo a fantasia anti-evangélica do “clero casado”, das “mulheres sacerdotes” e do governo “sinodal” das comunidades em regime autogestionário.
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O Caminho Sinodal Alemão busca uma versão apalhaçada da Igreja. Na foto, o Cardeal Marx |
Tais propostas, diz o cardeal guineano: “são terrivelmente destrutivas da estrutura hierárquica da Igreja, como o próprio Jesus Cristo pensou e quis. ... a função de governo nunca pode ser exercida na Igreja por outros que não sejam ministros ordenados”.
O cardeal lembra elogiosamente à reforma gregoriana medieval que tinha “como objetivo libertar a Igreja das garras das autoridades seculares. ... Na época. Multiplicaram-se os padres concubinatários, dedicados a questões comerciais ou políticas.
“A reforma gregoriana caracterizou-se pelo desejo de redescobrir a Igreja no tempo dos Atos dos Apóstolos e se baseava na renovação da santidade dos padres. Hoje não há necessidade de uma reforma semelhante a ela?”
E acrescenta que
a “cultura relativista, hedonista e consumista se infiltrou em todos os lugares. É hora de rejeitá-la, porque é inconciliável com o Evangelho”.
Mas, pergunta Magister, a reforma gregoriana não é “o programa que deveria ser discutido no futuro conclave? Um
programa radicalmente oposto ao exibido pelo Sínodo Alemão?”