quarta-feira, 23 de outubro de 2024

‘Cápsula de suicídio’ rumo ao inferno

A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A polícia suíça prendeu várias pessoas pela utilização de uma cápsula de suicídio conhecida como Sarco, para tirar a própria vida, no primeiro suicídio desse tipo, noticiou a “BBC”.

Autoridades da região de Schaffhausen informaram que “várias pessoas” foram detidas suspeitas de incitar e auxiliar o suicídio de uma mulher de 64 anos nesse tipo de sarcófago numa cabana na floresta de Merishausen, na fronteira com a Alemanha.

Em 2023, aproximadamente 1.250 pessoas optaram pelo suicídio assistido no país, segundo a mídia estatal suíça, mas a cápsula Sarco não cumpre com os imorais preceitos legais.

Na Suíça, o uso da cápsula enfrenta oposição. Há também a preocupação de que o design moderno da cápsula glamurize o suicídio.

A empresa responsável pela cápsula alega que só pode ser operada pelo suicida sem a necessidade de supervisão médica. Ele a ativa por dentro e possui um botão de emergência para saída.

Sarco a apresentaçao midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Sarco a apresentação midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Já dentro do sarcófago a pessoa que quer suicidar deve deitar-se e responder a uma série de perguntas para confirmar que compreende o que está a fazer antes de acionar um botão que liberta nitrogênio na câmara selada, explicou “La Nación”.

O alerta foi dado por um escritório de advocacia, mas o número de pessoas presas, suas identidades e a identidade do falecido não foram divulgados. “A cápsula suicida foi confiscada e (o corpo) do falecido foi transferido para uma autópsia”, disse a polícia cantonal.

O jornal holandês Volkskrant noticiou que a polícia deteve um dos seus fotógrafos, que queria tirar fotos da utilização do “Sarco”.

No Reino Unido e em grande parte da Europa o suicídio assistido é ilegal, porém muitas pessoas viajam para a Suíça para encerrar suas vidas.

No Brasil, a eutanásia também é proibida e pode ser enquadrada como crime. A pena para quem pratica eutanásia varia de seis a 20 anos de prisão, enquanto auxiliar no suicídio assistido pode resultar em uma pena de seis meses a dois anos de prisão.

O suicídio foi completado com apariências de um retorno à ecologia, e não de cair no precipício infernal
O suicídio foi completado com aparências de um retorno à ecologia,
e não de cair no precipício infernal
Na Suíça, o método mais utilizado envolve a ingestão de líquidos que provocam a morte enquanto que a cápsula Sarco funciona ao ser preenchida com nitrogênio, até a pessoa perder a consciência e morrer asfixiada em cerca de 10 minutos.

Daniel Huerlimann, especialista em direito e professor na Universidade St. Gallen, afirmou à BBC que a cápsula “não constitui um dispositivo médico” pelo que seu uso infringe a legislação.

O Dr. Kerstin Noelle Vkinger, advogado e professor na Universidade de Zurique, defendeu o contrário no jornal Neue Zurcher Zeitung.

A organização Exit International sediada nos Países Baixos defende a legalização da eutanásia voluntária e disse ser a responsável pelo dispositivo, fabricado com impressão 3D e cujo desenvolvimento custou mais de um milhão de dólares.

Numa declaração da Exit International, o Dr. Philip Nitschke Nitschke disse estar “satisfeito com o facto de ‘Sarco’ ter funcionado exatamente como foi concebido”.

Para fugir da lei, o grupo afirmou que a suicida foi uma mulher de 64 anos do centro-norte dos EUA tirou sua vida usando seu sarcófago.

A ministra da Saúde, Elisabeth Baume-Schneider defendeu no parlamento suíço que a utilização do sarcófago não é legal.

Propaganda do suicídio
Propaganda do suicídio
E o jornal suíço Blick noticiou em julho que Peter Sticher, promotor público em Schaffhausen, advertiu aos advogados da Exit International que qualquer operador da cápsula suicida poderia enfrentar processo criminal e receber até cinco anos de prisão.

A BBC publica sua matéria concluindo com um aviso: “Se você está passando por depressão ou tendo pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188. As ligações são gratuitas em todo o Brasil”.

O aviso é um indicador da multiplicação de crises morais e psicológicas que levam ao suicídio numa sociedade cada vez mais afastada de Deus e de sua Igreja.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Milenar abadia trapista fecha as portas

Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O mosteiro Nossa Senhora de Oelenberg, localizado próximo a Mulhouse e rodeado de campos e florestas, o único trapista da Alsácia (leste da França) fundada em 1046 pela condessa de Eguisheim, Heilwige de Dabo, mãe do Papa Leão IX, encerrou por falta de vocações.

Situado numa colina de onde tirou o nome de “Oelenberg” teve sua existência interrompida pelas guerras de religião às quais sobe se sobrepor.

Padeceu o assassino ódio igualitário da Revolução Francesa que dissolveu a comunidade e confiscou seus bens em 1794, vendendo-os em leilão como propriedade nacional até ser convertida em internato para meninas em 1821.

Porém, a Abadia de Oelenberg venceu todas as tempestades e em 1825 renasceu das cinzas quando um grupo de monges trapistas retornou do exílio.

No século XIX, os monges tornaram-se tão numerosos que uma parte deles partiu para fundar um outro mosteiro trapista na Alemanha!

Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
No início do século XX, a abadia tinha 200 monges (80 padres e 120 irmãos) e se tornara um importante local trapista, até intelectual e econômico.

Mais duas vezes, as duas Guerras Mundiais destruíram a abadia: os prédios foram bombardeados e os monges foram dispersos.

Mas eles voltaram e reconstruíram a abadia voltada para aplacar a ira de Deus e salvar as almas.

Os trapistas holandeses da abadia de Zundert ajudaram muito para isso e a abadia de Oelenberg se recuperou de tal maneira que assumiu a abadia austríaca de Engelszell em 1925.

Ela que resistiu a tudo, não conseguiu ficar em pé diante do tufão do progressismo religioso pós-conciliar.

No fim do século XX, só ficavam 20 monges com a única opção de deixar o mosteiro de Oelenberg que caia em ruinas.

Hoje, a imensa abadia de Nossa Senhora de Oelenberg que só contava com apenas nove monges trapistas que viviam a Regra de São Bento, passaram a leigos a administração da propriedade de 370 acres, e o prédio virou loja e pousada.

A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
Num fatídico de junho de 2024, a comunidade abandonou a abadia deixando apenas uma mensagem incomum da extinção da comunidade monástica, com exceção da loja!

O canto dos monges já não ressoará como fizera durante um milênio. O último abade atingiu o limite de idade e nenhum monge se apresentou para sucedê-lo.

Os edifícios estão em mau estado e os monges “exaustos” se dispersaram por outros mosteiros.

Os erros progressistas conseguiram o que nem as guerras mundiais tentaram sem sucesso: silenciar a oração que aplaca a ira de Deus intensamente provocadas pela onda de apostasias e blasfêmias da “era pós-conciliar”.