quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Ensino não-presencial rebaixa a educação e preocupa os pais

As crianças tiveram perdas educativas mensuráveis com o tele-ensino
As crianças tiveram perdas educativas mensuráveis com o tele-ensino
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Quando as aulas foram fechadas pelo Covid-19 os professores – especialmente nas escolas primárias – tiveram dificuldade para se comunicar com seus alunos.

WhatsApp, Zoom, smartphones e novidades pareceram uma panaceia. Porém, durou pouco. Os contatos entre alunos e professores tornaram-se mais espaçados e entrou o que alguns especialistas falam do “efeito fadiga”.

Também entre os adultos a comunicação digital perdeu interesse e intensidade com o avanço da pandemia. Ficou mais comum desligar a câmera e sentir “algum estresse” resultante dos Zooms sucessivos, noticiou “Clarín”.

O Observatório Argentino pela Educação conferiu que a comunicação diária entre alunos e professores em escolas de ensino fundamental estaduais caiu 11% entre junho e novembro.

51% dos meninos estavam online diariamente em junho, mas só 40,1% em novembro.

Sandra Ziegler, pesquisadora de Flacso Argentina uma das autoras do estudo, junto com Víctor Volman e Federico Braga, constatou que a teleducação “produziu uma ruptura de duas funções sociais da escola: disciplina e aplicação. A queda de 11% no contato professor-aluno patenteia vínculos pedagógicos deteriorados”, considerou.

O estudo também constatou que a proporção de alunos que consagram mais de 3 horas por dia às atividades escolares diminuiu 6,5 pontos: de 52,2% para 45,7% no período.

Sociedade Argentina de Pediatria “o retorno presencial às escolas é fundamental”
Sociedade Argentina de Pediatria: “o retorno presencial às escolas é fundamental”
O percentual de pais preocupados com a perda de aprendizagem devido à educação a distância aumentou de 62,7% para 66,7%.

A proporção de famílias que consideram que seus filhos estão perdendo o aprendizado aumentou em quatro pontos percentuais. Passou de 62,7% para 66,7%. 

O que significa que hoje quase sete em cada dez pais no país percebem essa perda de aprendizado.

A Sociedade Argentina de Pediatria (SAP) em duro relatório defende que “o retorno presencial às escolas é fundamental” e increpou o governo por bloqueá-lo.

“É indiscutível que a escola é essencial para o desenvolvimento e bem-estar das crianças, não só para a aquisição de conhecimentos, mas também para o fortalecimento dos aspectos emocionais e sociais, saúde e atividade física”, registrou “La Nación”.

A escola é “um lugar seguro” e “não pode ser relegada nem os direitos das crianças anulados”, alegando a pandemia, concluiu.


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Exército dos EUA recomenda a sesta

Exército americano recomenda favorecer a sesta 03 Fonte U.S. Medicine
Exército americano recomenda favorecer a sesta 03 Fonte U.S. Medicine
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O exército americano é o melhor preparado do mundo e edita um Manual para os soldados se manter com boa saúde. A última versão se denomina “Saúde e boa forma holística” (PDF) e foi reeditado em outubro de 2020.

Ele inclui uma fórmula bem conhecida por nós, povos latinos, mas é pouco praticada nos países nórdicos e anglo-saxônicos. Trata-se do que o Manual chama de “sesta estratégica”.

O manual investiga as diferentes preparações que um soldado precisa: físicas, nutricionais, mentais, espirituais. E, por último, mas não menos importante; o sono, ao qual dedica um capítulo inteiro, conforme relatado pelo The New York Times.

“O sono é um requisito crítico para a saúde e função do cérebro, ensina o manual. A prontidão para dormir é a capacidade de reconhecer e implementar os princípios e comportamentos do sono necessários para apoiar o funcionamento ideal do cérebro.

“A prontidão para dormir, por sua vez, apoia a habilidade de um soldado para satisfazer as demandas físicas e não físicas de qualquer dever ou posição de combate, cumprir a missão e continuar lutando e vencendo”, destaca o texto.

O Exército dos EUA recomenda aos soldados dormir de 7 a 9 horas por noite, a fim de atingir o chamado de “ritmo de alerta circadiano”. Mas para quem não consegue isso recomenda tirar um cochilo à tarde.

Exército americano recomenda favorecer a sesta
Exército americano recomenda favorecer a sesta
O manual destaca que há uma 'queda' temporária no estado de alerta à tarde, especialmente em pessoas com dificuldade para dormir. Por isso recomenda uma “imersão” após a refeição, em que aumenta a atividade digestiva e também o cansaço do corpo.

A sesta é a oportunidade de “um repouso de boa qualidade durante o dia, que ajuda a apagar qualquer carência do sono”.

“Os soldados podem tirar esses cochilos sem interromper significativamente o ritmo circadiano de alerta, desde que não sejam longos ou frequentes ou que prejudiquem a capacidade de iniciar o sono à noite”, diz o documento.

O manual exorta os oficiais a considerarem cochilos longos como uma forma de recuperação para seus soldados, nos casos em que uma missão em andamento não os deixe adormecer à noite.

O manual de aptidão física insiste com os oficiais: “Os ambientes operacionais ou de treinamento devem ser seguros para os soldados dormirem.

“Isso também se aplica a áreas onde os soldados cochilam. Certifique-se que os soldados não tentam tirar uma soneca na frente, atrás ou embaixo de caminhões, tanques ou outros veículos”. 



terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Penitenciário Mor da Igreja: “missas” ou “absolvições” virtuais são inválidas

Cardeal Mauro Pacenza, Penitenciário Mor do Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica
Cardeal Mauro Pacenza, Penitenciário Mor do
Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Em entrevista ao jornal vaticano “L'Osservatore Romano”, o Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Mor do Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica, reiterou o ensinamento imemorial sobre a matéria e a forma dos sacramentos, noticiou “Infocatólica”.

Na nossa época viciada de “virtual” a pergunta mais viva foi: “pode-se usar smartphones ou redes sociais para confessar?”

O Penitenciário Mor da Igreja foi claro: “Podemos afirmar a nulidade da absolvição concedida por esses meios.

“De fato, falta a presença real do penitente e não há transmissão real das palavras de absolvição; são apenas vibrações elétricas que reproduzem a fala humana”.

Também foi interrogado se por causa da situação sanitária, social e econômica, pode se cumprir o preceito de assistir à missa dominical ouvindo a celebração por rádio, streaming ou televisão.

A resposta também foi clara:

“Nada pode substituir a participação na Santa Missa pessoalmente.

“Nas situações em que não é possível assistir à Santa Missa, não há obrigação de substituir a participação com outra coisa”.

“Os deficientes que com motivo válido assistem à celebração pela televisão, realizam apenas um ato piedoso e espiritualmente útil”.

O Cardeal lembrou da vigência da prática da absolvição coletiva, que esta pandemia não mudou. É válida em caso extremo tendo a intenção de se confessar pessoalmente na primeira ocasião possível.