terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Nicarágua: socialismo priva doentes até da extrema-unção

Cristo da Catedral de Managua, destruído por bomba jogada por mãos suspeitas guvernamentais
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Na Nicarágua, o governo de Daniel Ortega na sua política de perseguição à Igreja, proibiu os padres de visitar os doentes nos hospitais e de lhes dar a extrema-unção, segundo informou “Aleteia”.

O futuro da Igreja no país fica mais sombrio a cada mês. A advogada e investigadora nicaraguense Martha Patricia Molina recolheu recentemente uma dezena de testemunhos de sacerdotes de diversas dioceses confirmando a proibição de entrar nos hospitais.

Contudo, o sacramento dos enfermos é essencial na miissao da Igreja para salvar as almas. Pode ser recebido em qualquer idade e quantas vezes forem necessárias.

Por exemplo, na velhice extrema, numa doença crónica, ou em riscos de vida.

A Igreja é muito clara sobre isso ensinando que “um doente poderá receber novamente este sacramento em caso de outra doença grave. Se o estado da pessoa piorar, o sacramento pode ser repetido.

“É aconselhável receber a unção dos enfermos pouco antes de uma operação séria. O mesmo se aplica aos idosos cada vez mais frágeis.”

Acresce que o “socialismo para o século XXI” da Nicarágua, grande amigo do PT brasileiro, dissolveu dez organizações, incluindo universidades, grupos religiosos e organizações não governamentais (ONG) pretextando “irregularidades financeiras” nas entidades, segundo o Vatican News, citado por “Aleteia”.

Mons. Rolando Álvarez, bispo perseguido acabou expulso do país
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Isto faz parte de um contexto ditatorial de restrições à sociedade. Desde 2018, mais de 3.500 entidades, incluindo partidos políticos e ONG, foram fechadas pelo socialismo do ex-guerrilheiro Ortega, hoje ditador.

As últimas medidas afetaram especialmente a Igreja Católica, que já sofria pelas repressões anteriores.

Quase 40% dos padres da diocese de Matagalpa teriam morrido suspeitamente ou fugido do país desde 2018.

Muitas comunidades ficaram sem seus líderes religiosos e a capacidade da Igreja Católica de servir os seus membros foi prejudicada significativamente.

O padre nicaraguense exilado Carlos Adolfo Zeledón Montenegro descreveu a situação como “devastadora”.

Ele destacou as dificuldades que enfrentam os fiéis devido à falta de clero. Acrescentou que a capacidade da Igreja de fornecer serviços religiosos básicos ficou muito enfraquecida.

Pelo menos 97 padres foram forçados a deixar a Nicarágua desde 2018 e outros 13 morreram estranhamente no mesmo período.

Essa perda total de 110 sacerdotes representou a diminuição de 20% do clero ativo em 2020.


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