“A entrada do inferno”, ou superpoço soviético de Kola foi selado com formigão. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Na península de Kola, quase Círculo Polar Ártico há uma estação científica soviética abandonada. Ali, uma pesada tampa de metal está lacrada num piso de concreto por um anel de ferrolhos grossos e enferrujados.
Para muitos, essa é a entrada do inferno, segundo pormenorizada reportagem da BBC News.
Trata-se do Poço Superprofundo de Kola, o que mais se internou nas entranhas secretas da Terra cavado pelo homem.
Ele desce até 12,2 km e moradores locais juram que nele se podem ouvir os gritos das almas torturadas no inferno.
Os soviéticos levaram quase 20 anos para conclui-lo, mas nem de longe puderam atingir o manto da Terra que era seu objetivo. O projeto foi interrompido na Rússia pós-soviética.
“A perfuração começou na época da Cortina de Ferro”, conta Uli Harms, do Programa Internacional de Perfuração Continental Científica (ICDP, na sigla em inglês).
Portanto, no auge do ateísmo de Estado russo.