|
Imagem de Cristo salpicada de sangue de vítimas cristãs no Egito. |
|
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
|
Sem olhar para os cadáveres de cristãos massacrados por ordem do Corão de Maomé, apóstolos de
um incompreensível e falso ecumenismo continuam a martelar que “o islã é uma religião de paz”.
Em dioceses e templos católicos está proibidíssimo falar de “guerra de religião” ou de “terrorismo islâmico”, ainda quando na mesquita vizinha o pregador conclame a exterminar os cristãos em nome de Alá.
Em 2014, na histórica revista dos jesuítas italianos
La Civiltà Cattolica – conta o
vaticanista Sandro Magister –, o Pe. Luciano Larivera deixou-se levar pela realidade.
Eis o que ele escreveu num editorial sobre a ala mais extremista do Islã:
“A guerra deles é de religião e de aniquilação. Instrumentaliza o poder da religião, e não vice-versa”.
Isso foi suficiente para que o referido sacerdote fosse catapultado da revista pelo seu diretor, Pe. Antonio Spadaro S.J., muito próximo do Papa Francisco.
O mantra salpicado de sangue “Islã religião de paz” voltou a ser ouvido durante a viagem do Papa Francisco ao Cairo. A visita fora precedida por horríveis massacres de cristãos que rezavam em suas igrejas.
Na véspera da viagem, o padre jesuíta Henri Boulad, concedeu no dia 13 de abril, Quinta-feira Santa, uma entrevista ao jornal
L’Osservatore Romano, pertencente ao Vaticano.
O religioso é egípcio, tem 86 anos e é descendente de uma família católica de rito melquita que conseguiu fugir dos massacres na Síria no longínquo ano de 1860.
A entrevista foi reproduzida pelo vaticanista
Sandro Magister em seu blog.
Como o Pe. Boulad fora reitor do Colégio dos Jesuítas no Cairo, o jornal vaticano aproveitou esse antecedente para lhe pedir exemplos concretos sobre o convívio entre muçulmanos e cristãos.
|
Padre Henri Boulad SJ: “As três quartas partes do Corão
são um apelo à guerra, à violência e à luta contra os cristãos” |
O sacerdote chamou então o jornalista à realidade:
“Mas de qual Islã estamos falando? No Corão há versículos escritos em Meca onde Maomé fala de amor, que judeus e cristãos são amigos dele. (...)
“Mas, em Medina, Maomé mudou: de chefe espiritual passou a chefe militar e político.
“As três quartas partes do Corão foram escritas em Medina e são um apelo à guerra, à violência e à luta contra os cristãos”, explicou o experimentado sacerdote.
Os doutores muçulmanos perceberam a contradição do Corão e nos séculos IX e X decidiram que os versículos belicosos de Medina revogavam os pacíficos da Meca.
E não só isso. Bibliotecas inteiras foram queimadas no Egito e na África do Norte para evitar que sobrassem edições com os versículos “heréticos”.
Por isso,
“a religião muçulmana é uma religião da espada”, concluiu a resposta o Pe. Boulad.
Embebido do mantra “Islã religião de paz”, o jornalista voltou à carga citando genéricos e impessoais “observadores e analistas” que “falam de um Islã moderado”.
O velho sacerdote não temeu represálias e respondeu:
“O islã moderado é uma heresia. A ideologia ensinada nos manuais escolares é radical. Todas as sextas-feiras [N.T.: dia santo da semana do Islã] as crianças têm que ouvir a pregação na mesquita.
“E é uma contínua incitação: quem deixa a religião muçulmana deve ser punido com a morte, não deve cumprimentar uma mulher ou um infiel.
“Pode ser que eles não pratiquem isso, mas os Irmãos Muçulmanos [movimento que anima os grupos extremistas] e os salafistas [rigoristas que apregoam a ‘guerra santa’ ou jihad] querem impor essa doutrina.
|
Atentado anti-católico no Egito. |
“Os que têm o poder não são os muçulmanos que procuram adaptar-se à modernidade, mas os radicais, que aplicam uma interpretação literal do Corão e recusam qualquer diálogo”.
O jornalista vaticano insistiu no mantra, acenando que isso não podia ser assim porque vai contra antigos filósofos árabes como Avicenas ou Al-Ghazali.
Talvez o jornalista tenha percebido sua ignorância ouvindo a resposta do Pe. Boulad sobre o fracasso das tentativas de introduzir um pouco de racionalidade no Islã.
Pois o sacerdote explicou que o califa abássida El Maamoun – nascido em Bagdá em 786 e morto em Tarso no ano 833 – tentou uma reforma. Mas quem se lembra dele?
Prevaleceu o islã fechado e rigorista de Muhammad ibn Abd al-Wahhab.
A última tentativa de reforma havia sido feita pelo sheik Mahmoud Taha, do Sudão, que acabou enforcado em praça pública porque disse que os versículos pacíficos de Meca deveriam revogar os belicistas ferozes de Medina.
|
O "eu acuso!" do Pe. Henri Boulad SJ: “a religião muçulmana é uma religião da espada” |
O jornalista procurou então fugir do assunto, perguntando sobre outros problemas do Egito atual.
O Pe. Boulad falou do crescimento do ateísmo nesse país, cuja religião oficial é o Islã e onde há mais de dois milhões de ateus porque
muitos não suportam mais a religião da incitação à violência ou das execuções capitais.
Não querem mais saber do fanatismo do cerimonial islâmico, que é uma repetição mecânica de gestos e orações, explicou o sacerdote. A queda no ateísmo é algo inteiramente novo no Egito e no mundo árabe. Porque eles correm o risco de serem mortos.
É claro que uma entrevista como esta não teve eco na grande mídia brasileira ou mundial.
Mídia “livre e democrática” zelosa contra as
“fake news” e defensora dos “direitos humanos”, mas que censura e distorce à vontade a informação.