terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Saudade dos presépios e do Natal cheios de unção católica

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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Postamos uma lembrança do tempo em que o autor das linhas era criança. Entretanto, é muito oportuna para o tempo de Natal.

Na festa de Natal, católicamente vivida, se concentram como em seu fulcro os aspectos mais maravilhosos que todos os contos podem conter.

Copiamos o post do blog "Luzes de Esperança".

Eis um artigo tocante sobre o Natal publicado num jornal que com freqüência vem carregado de notícias em sentido oposto:


MENINO, LÁ EM MINAS , eu tinha inveja dos católicos. Eu era protestante sem saber o que fosse isso.

Sabia que, pelo Natal, a gente armava árvores com flocos de algodão imitando neve que não sabíamos o que fosse. Já os católicos faziam presépios.

Os pinheiros eram bonitos, mas não me comoviam como o presépio: uma estrela no céu, uma cabaninha na terra coberta de sapé, Maria, José, os pastores, ovelhas, vacas, burros, misturados com reis e anjos numa mansa tranqüilidade, os campos iluminados com a glória de Deus, milhares de vagalumes acendendo e apagando suas luzes, tudo por causa de uma criancinha.

Veja vídeo
Como a Igreja Católica
canta o Natal
A contemplação de uma criancinha amansa o universo.

O Natal anuncia que o universo é o berço de uma criança.

Até os católicos mais humildes faziam um presépio.

As despidas salas de visita se transformavam em lugares sagrados.

As casas ficavam abertas para quem quisesse se juntar aos reis, pastores e bichos.

E nós, meninos, pés descalços, peregrinávamos de casa em casa, para ver a mesma cena repetida e beijar a fita.

Nós fazíamos os nossos próprios presépios. Os preparativos começavam bem antes do Natal. Enchíamos latas vazias de goiabada com areia, e nelas semeávamos alpiste ou arroz.

Logo os brotos verdes começavam a aparecer. O cenário do nascimento do Menino Jesus tinha de ser verdejante.

Sobre os brotos verdes espalhávamos bichinhos de celulóide.

Veja vídeo
A Igreja Católica
alma do Natal
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Naquele tempo ainda não havia plástico. Tigres, leões, bois, vacas, macacos, elefantes, girafas.

Sem saber, estávamos representando o sonho do profeta que anunciava o dia em que os leões haveriam de comer capim junto com os bois e as crianças haveriam de brincar com as serpentes venenosas.

A estrebaria, nós mesmos a fazíamos com bambus. E as figuras que faltavam, nós as completávamos artesanalmente com bonequinhos de argila.

Tinha também de haver um laguinho onde nadavam patos e cisnes, que se fazia com um pedaço de espelho quebrado.

Não importava que os patos fossem maiores que os elefantes. No mundo mágico tudo é possível. Era uma cena "naïve". Um presépio verdadeiro tem de ser infantil.

E as figuras mais desproporcionais nessa cena tranqüila éramos nós mesmos. Porque, se construímos o presépio, era porque nós mesmos gostaríamos de estar dentro da cena. (Não é possível estar dentro da árvore!).

Éramos adoradores do Menino, juntamente com os bichos, as estrelas, os reis e os pastores.

Será que essa estória aconteceu de verdade? Foi daquele jeito descrito pelas escrituras sagradas?

As crianças sabem que isso é irrelevante. Elas ouvem a estória e a estória acontece de novo.

Não querem explicações. Não querem interpretações. A beleza da estória lhes basta.

O belo é verdadeiro. Os teólogos que fiquem longe do presépio. Suas interpretações complicam o mundo.

O presépio nos faz querer "voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de um outro mundo." (Octávio Paz )

Seria tão bom se os pais contassem essa estória para os seus filhos!"

Autor: Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 23.12.2008

E, acrescentamos nós do blog, como seria bom que os sacerdotes contassem essa estória para os fiéis nas igrejas!!!


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Centenas de igrejas à venda nos EUA

Igreja de Cahills convertida em casa de família
Igreja de Cahills convertida em casa de família
Luis Dufaur
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Em Green Mountain, um casal que converteu o prédio da igreja em um lar, outrora tinha doado muitos dos bancos para os membros da congregação, e agora consertaram o antigo campanário, que passou anos em e o tocam aos domingos para preencher o patético vazio religioso.

A Kidder Mathews estima que haja cerca de 1.100 antigas igrejas atualmente à venda nos EUA e há compradores privados que gostam de campanários e grandes fachadas, e trazem ideias para transformar o prédio de referência de uma religião em qualquer outra coisa, segundo pormenorizada reportagem do “The New York Times”.

Não é a Rússia dos sovietes nem terra conquistada pelo Islã: é o espantoso ateísmo que resulta de igrejas modeladas segundo o capricho dos leigos que pretendem instituir o que bem entendem por cima da vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A igreja de Santa Maria Madalena, em Homestead, Pensilvânia, faz concursos de exercícios sobre de cordas. A abandonada igreja católica de São Libório em St. Louis é parque de skate.

Em Utica, Michigan, Mike Messier vendedor de igrejas há mais de diz que “agora há muitas em escolas, creches e residências”. 

Igrejas da Holanda estão dando o péssimo exemplo
Igrejas da Holanda estão dando o péssimo exemplo
Os compradores instalam cozinhas, banheiros e quartos num ambiente que conserva o estilo sagrado.

Num outro caso, o pastor Oliverio, de Key West, Flórida, enfrentou muitas pessoas que se opunham à venda porque tinha ligação com o templo como batizados, casamentos e funerais. 

Mas ele a está reformando para criar plataformas de aluguel de curto prazo.

Em outras regiões, igrejas vazias aguardam comprador ou até são leiloada para pagar dívidas.


terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Islâmicos em pé de guerra dentro da Europa

Luis Dufaur
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Nova e abrangente pesquisa de opinião mostrou que 49% dos muçulmanos franceses querem que os católicos se convertam ao Islã, 36% querem transformar as igrejas católicas em mesquitas e 25% deles rejeitam a palavra “França”.

A pesquisa foi publicada no fim de janeiro de 2024 pelo jornal dominical francês Le Journal du Dimanche, e foi comentada por Guy Millière, professor da Universidade de Paris, autor de 27 livros sobre a França e a Europa, no reputado Gatestone Institute.

O prof. Millière observa que na França do século XXI esses sentimentos islâmicos ultrapassaram o ódio comum.
Quarenta e cinco por cento dos muçulmanos franceses diz querer a total destruição de Israel. Se for com esse fim, aprovam o massacre, estupro, tortura, decapitação e a queima de inimigos vivos como um “ato de resistência”.

Na França homens vêm sendo decapitados por muçulmanos radicalizados, inclusive são vitimados sacerdotes católicos ecumenistas com o Islã e outras religiões.

O Pe. Jacques Hamel, para citar só um exemplo, foi decapitado em 26 de julho de 2016 em Saint-Étienne-du-Rouvray, na Normandia, enquanto celebrava uma missa numa igreja quase vazia.

E os assassinos foram muçulmanos cuja comunidade o vitimado sacerdote beneficiava.

A França com pelo menos 751 “zonas proibidas sensíveis” é o país europeu com o maior número dessas zonas. Os verdadeiros mandantes nelas são gangues muçulmanas e imãs radicais.

Os não-muçulmanos ainda podem morar ali, sob a condição de aceitarem o status de dhimmi (tolerados como cidadãos de segunda categoria), baixarem a cabeça e admitirem residir em jurisdição do Islã.

As gangues não respeitam mais a polícia. Não estranha que mais de 70% dos presidiários sejam maometanos.

Os cristãos franceses são insultados caso ostentem uma cruz na rua. A cada ano, dezenas de igrejas francesas são profanadas e saqueadas.

Mais de 120 ataques com facadas ocorrem todos os dias e podem acontecer a qualquer hora em qualquer lugar.

Os criminosos dizem à polícia que esfaquearam as vítimas porque odeiam os infiéis e odeiam a França.

Os jornais só informam dos ataques mais sanguinários e envolvem com um véu de silêncio estupros, agressões e espancamentos, e demais atentados.

Éric Zemmour, único político que falou que um crescente perigo islâmico ameaça a França apanhou inúmeras condenações judiciárias e pesadas multas por “provocar a discriminação e o ódio em relação à comunidade muçulmana”.

Até os padres 'ecumênicos' e dialogantes acabam sendo assassinados
Em 2020 o presidente francês Emmanuel Macron disse que combateria o “separatismo islâmico” sem sequer enxergar que os islâmicos não querem se “separar”, mas sim sujeitar a população francesa sob seu arbítrio, alerta o prof. Millière.

No livro “A guerra civil está vindo” publicado em 2016, o jornalista francês Ivan Rioufol, escreveu: “Se não forem tomadas decisões emergenciais com extrema rapidez e se não cessar a virtual cegueira voluntária generalizada dos líderes do país, o futuro da França será trágico e violento”.

Cerca de 10% da população francesa de 67,75 milhões é composta por muçulmanos e por volta de 2050, a percentagem pulará para 17%, de acordo com o Pew Research Center.

Situação parecida se verifica em outros países da Europa Ocidental. Melanie Phillips, jornalista britânica, em seu livro “Londonistan” de 2006, registrou zonas de Londres controladas pela lei islâmica, a Sharia, que “60% dos muçulmanos querem estabelecer na Grã-Bretanha”.

Na Alemanha, Bélgica, Suécia e Holanda já há zonas onde se impõe a Sharia.

O ex-chefe da Agência de Inteligência Interna da Alemanha, órgão federal para a proteção da Constituição, Hans-Georg Maaßen, enfatizou em entrevista que os “europeus irão sucumbir ao Islã”.

Em 2015, o escritor argelino Boualem Sansal em “2084: O fim do Mundo” prevê um futuro totalitário no qual um califado opressor abole a liberdade de pensamento e de ação.

Sobre a França de 2084 respondeu sem pestanejar “será islamita e a Europa também”.

Se os europeus não quiserem abrir os olhos e agir, diz o prof. Millière, poderá se dizer que nós testemunhamos o fim da civilização europeia cristã.


terça-feira, 26 de novembro de 2024

“Guerra civil inevitável” no Reino Unido?

Assassinatos na punhalada tipico de islamistas provocaram respostas violentas
Assassinatos na punhalada típico de islamistas provocaram respostas violentas
Luis Dufaur
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Semanas de violência de rua aconteceram no Reino Unido, após o assassinato de três meninas na cidade de Southport, no noroeste da Inglaterra.

Os manifestantes atribuíram logo a autoria a terroristas islâmicos que cometem crimes nesse estilo há muito tempo.

Em consequência partiram para uma violência quase incontrolável sobre os muçulmanos que tanto fizeram para se forjar tão péssima fama.

A grande mídia bradou ao uníssono se tratar de militantes de extrema direita.

Segundo o “The New York Times”, a violência no até então ordeiro mundo britânico ficou angustiante.

De lado a lado incendiam-se carros, se assediam redutos islâmicos ou “direitistas”, se saqueiam lojas e se atacam mesquitas ou hotéis que abrigam imigrantes vindos de terra do Islã.

Num só fim de semana em agosto, houve mais de 50 protestos e quase 400 prisões, centenas de manifestantes foram acusados e dezenas condenados.

A loucura que atordoa o país não deveria surpreender, comenta o jornal novaiorquino. As autoridades achavam que com leis e regulamentos segurariam o povo britânico amante das normas.

Esquerdas entraram na briga em favor dos islâmicos
Esquerdas entraram na briga em favor dos islâmicos
Não viam que a barragem que erigiam um dia haveria de ceder e então ninguém conteria o “tsunami” do ódio acumulado contra a muçulmanos e migrantes.

Durante anos se disparavam os crimes em nome do islã conquistador e se agigantava o clamor de “parar os barcos” que traziam novas ondas de migrantes às costas britânicas.

A desinformação está furiosa e multiplica os incendiários tumultos. As redes sociais espalham alegações falsas ou não, inverificáveis, logo superadas por outras mais aterradoras.

Chats de Telegram, X, WhatsApp e outras redes sociais incitam à eliminação de “bases importantes”, apelam à ação, Ligas de Defesa pululam como fungos, despejam coisas inverossímeis, mas incendiárias, fomentam o ódio, pessoas invadem as ruas causando estragos.

E os grandes promotores do terrorismo islâmico veem sua meta fundamental sendo realizada: desarticular no caos um país que querem ver escravizado aos pés do Corão.

Quando as negras nuvens acumuladas há décadas descarregam cataratas de “grandine grossa, acqua nera e neve” como Dante Alighieri descreve a chuva que cai incessantemente no inferno, “putre la terra che questo riceve”, ou apodrece tudo o que toca.

Então as leis e forças públicas são também elas passadas por cima.

A legislação sobre segurança na Internet é obscura e confusa, diz o jornal americano.

Não há nenhuma referência clara na lei à desinformação e não adianta que o governo queira supostamente fortalece-la.

Instalou-se o caos num pais ordeiro, como queriam os mestres do terrorismo islâmico
Instalou-se o caos num pais ordeiro, como queriam os mestres do terrorismo islâmico
Num ambiente desequilibrado por décadas, tentar um equilíbrio artificial é até prejudicial.

As ferozes guerras de religião que deram em espantosas chacinas nos séculos XVI e XVII são um precedente a ter em vista.

Elon Musk, dono de X (ex-Twiter) aduz que “a guerra civil é inevitável”. Nisso concorda com o que está, do outro lado, no Corão segundo alegam os pregadores radicais islâmicos.

O primeiro-ministro Keir Starmer promete “trégua alguma” aos agitadores de um e outro lado, ameaça ações legais contra manifestantes, processos por ações online ou “offline”, anuncia criar mais um batalhão de combate contra os baderneiros.

Mas, o jornal novaiorquino reconhece que o governo pode fazer pouco.

A explosão desses tumultos, ódios raciais e religiosos turbinados pela tecnologia, era uma questão de tempo.

Chegou o tempo e o mais assustador é o quão pouco podemos fazer para detê-los, conclui.


terça-feira, 19 de novembro de 2024

“Cruzada” é nome proibido, mas “guerra santa” islâmica não

O esquadrão 14 da RAF da base de Lincolnshire não poderá mais usar o velho apelativo de 'Crusaders'
O esquadrão 14 da RAF da base de Lincolnshire
não poderá mais usar o velho apelativo de 'Crusaders' para não ofender aos islâmicos!!!
Luis Dufaur
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O tradicional 14 Squadron da Força Aérea Real (RAF) do Reino Unido, ficou proibido de seguir usando seu apelido de “Cruzados”. A interdição foi adotada após reclamações confidenciais que alegavam que era ofensivo. Para os muçulmanos obviamente!

Segundo a BBC, o 14 Squadron formado em 1915, ganhou o apelido “Cruzados” durante a Primeira Guerra Mundial realizando missões no Oriente Médio, Egito, Gaza e Palestina. Entre 2003 e 2011, o esquadrão também esteve ativo no Iraque.

O porta-voz da RAF abaixou a cabeça ante pressões externas às forças armadas e disse que, embora as tradições e apelidos informais tenham sua história na RAF, muitos deles não são mais adequados no século XXI.

Nas ruas das cidades inglesas os extremistas islâmicos proclamam em altas vozes as “glórias” de sua guerra santa ou “jihad” e a entrada no paraíso de Alá dos “guerreiros da guerra santa” ou mujaidins que caem apunhalando ou assassinando nas ruas de qualquer parte do mundo.

Tampouco o clube de rugby da Nova Zelandia poderá usar seu nome de 'Crusaders'
Tampouco o clube de rugby da Nova Zelândia poderá usar seu nome de 'Crusaders'
Desde 2016, o 14 Squadron está sediado na base Waddington em Lincolnshire. Ele já tinha ficado sem aviões de combate e dispõe apenas de aviões de vigilância Shadow R1.

A BBC espalhou abatimento moral e comemorou que, a pesar dos pesares, o esquadrão continuará usando o brasão real, aprovado pelo Rei George VI em maio de 1937. 

Só faltará anunciar que a coroa do brasão foi substituída pelo Alcorão, alguma cimitarra islâmica ou a cabeça decapitada de algum cristão.

Mas, a decisão da RAF não é um fato isolado. Ela aconteceu num contexto de crescente apagamento e supressão de termos e imagens associados às Cruzadas medievais, que as organizações islâmicas consideram ofensivos.

Essa campanha cultural e psicológica está obtendo mais vitórias morais para a Meia Lua no reino Unido do III milênio do que no combate contra heróis cruzados como Ricardo Coração de Leão na idade medieval.

Tampouco a apresentação prévia aos jogos poderá ter lugar
Tampouco a apresentação prévia aos jogos poderá ter lugar
Nesse cenário, a RAF adere a uma tendência mais ampla de censurar símbolos e tradições históricas à luz de vilanias contemporâneas. “As tradições e os apelidos informais usados pela RAF não são mais apropriados no século XXI”, frisou o porta-voz da RAF.

Dita tendência impôs que a equipe de rugby neozelandesa “Crusaders” que ganhou um recorde de nove campeonatos do Super Rugby desde que começou em 1996 tirasse de seu logotipo a imagem de um cavaleiro e da espada, noticiou o “New Zealand Herald”.

Antes do ingresso em campo, a equipe era precedida por cavaleiros montados no mais puro estilo guerreiro medieval. 

Fanáticos continuarão a ser celebrados como heróis da 'guerra santa' islâmica
Fanáticos continuarão a ser celebrados como heróis da 'guerra santa' islâmica
A ação tipicamente propagandística era muito do gosto dos torcedores. Esses até endossavam símbolos guerreiros medievais nas tribunas e agora ficaram proibidos de faze-lo.

Um torcedor queixou-se da unilateralidade da proibição dizendo: “um cavaleiro com uma espada não é o mesmo que um cara com uma arma”, em referência ao morticínio de 51 pessoas perto de uma mesquita.

E um usuário das redes chamou a decisão de “covardia vergonhosa escondida atrás de jargões corporativos vazios”. Outros viram uma capitulação.


terça-feira, 12 de novembro de 2024

Alemães saem da Igreja e bispos pedem aumentar as causas da apostasia

As igrejas na Alemanha se esvaziam e o episcopado acentua as causas
As igrejas na Alemanha se esvaziam e o episcopado acentua as causas
Luis Dufaur
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A forte crise dos abusos sexuais e a deriva sinodal da Igreja na Alemanha liderada pela maioria do episcopado heterodoxo que busca o confronto contínuo com Roma está fazendo com que a Igreja na Alemanha perca mais fiéis ano após ano, registrou “Infovaticana”.

A Conferência Episcopal Alemã comunicou que 2023 terminou com 20.345.872 católicos professos (24% da população alemã). Portanto, 402.694 pessoas deixaram a Igreja Católica nesse ano.

Mas o episcopado alemão não lamentou nada, antes bem comemorou que o número de apostasias fosse inferior ao das de 2022, quando 522.821 renegaram a Igreja.

Após os sinistros números de 2022, os de 2023 foram os piores da história alemã.

Em 2023 na queda chegou a 131.245 batismos contra 155.173 em 2022. O número de casamentos na Igreja caiu para 27.565 em comparação com 35.467 em 2022.

Em 2023, 151.835 crianças comungaram pela primeira vez, mas em 2022 foram 162.506.

105.942 jovens foram confirmados em todo o país, contra 110.942 em 2022.

O número de enterros religiosos caiu para 226.179 contra 240.144 em 2022.

Ainda segundo a Conferência Episcopal Alemã, as paróquias foram reduzidas em número com reformas estruturais das dioceses: ficaram 9.418, com cerca de 200 a menos que em 2022.

As igrejas vão sendo abandonadas, transformadas em locais de prazer, hoteis ou moradias.
As igrejas vão sendo abandonadas, transformadas em locais de prazer, hotéis ou moradias.
E também caiu o número de sacerdotes a 11.702 dos 11.987 de 2022.

Nem mesmo os badalados diáconos permanentes compensaram as perdas em 2023 com 3.146 e abaixo dos 3.184 de 2022.

Em 2023 houve 38 ordenações sacerdotais longe dos 105 ordenados no mesmo ano na França.

Números assaz raquíticos em ambos países e incapazes de tampar os vazios que se abriram.

O próprio bispo de Limburgo e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Mons. Georg Bätzing, reconheceu que as estatísticas apresentavam quadros alarmantes.

“Os números mostram que a Igreja está numa crise geral”, disse e se resignou a constatar que “os números são um indicador da realidade”.

O bispo Bätzing tentou transmitir um artificioso otimismo dizendo que ainda quando a Igreja se torna menor conserva a tarefa de “anunciar a boa nova de um Deus amoroso, criativo e libertador”.

Mons. Georg Bätzing, presidente da Conferencia Episcopal acompanha alegremente a derrubada da Igreja que Cristo fundou no Calvário
Mons. Georg Bätzing, presidente da Conferencia Episcopal
acompanha alegremente a derrubada da Igreja
que Cristo fundou no Calvário
E é precisamente o que os fiéis não veem mais que venha sendo feito!

O presidente da Conferência dos Bispos apelou a fazer urgentemente mais reformas na Igreja, as mesmas que estão afastando os fiéis dos clérigos tendo perdido a confiança dos velhos tempos.

“As reformas por si só não podem resolver a crise da Igreja, mas sem reformas a crise irá piorar e é por isso mudanças devem ser feitas”, disse Bätzing, omitindo que as que estão sendo feitas são comprovadamente erradas, a acreditar nas estatísticas dos promotores dessas reformas.


terça-feira, 5 de novembro de 2024

A Sodoma mundial que não quer ouvir

O coração dos homens se endureceu à palavra divina como outrora Ssodoma  e Gomorra
O coração dos homens se endureceu à palavra divina como outrora Ssodoma  e Gomorra
Luis Dufaur
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Nosso mundo é um compêndio do que aconteceu em Nínive. Sodoma e Gomorra que foram cidades pecaminosas. O homem abandonou Deus e divinizou-se, desfrutando da sua habilidade técnica e da sua capacidade de controlar e até modificar a natureza, escreveu “Infovaticana”.

Em meio a essa falsa euforia consigo mesmo, o homem criou o monstro do comunismo, que visa acabar com todos os vestígios de religiosidade e exterminou mais de 120 milhões de pessoas (O Livro Negro do Comunismo, Harvard University Press).

O comunismo é mutante como um vírus. Os regimes de planeamento estatal, falharam, mas o vírus mutou, tornou-se muito mais perigoso.

Na China por exemplo, explorou a fórmula de “capitalismo de estado selvagem” que agora está desabando.

No resto do mundo o marxismo cultural visa destruir a cultura cristã, e/ou civilização ocidental, instala o seu ódio ao homem fazendo do crime do aborto um direito.

Visa o mesmo com a agenda LGBTQ+, a eutanásia, e promove os movimentos anti-sistema para apagar os vestígios da civilização.

Adoração do ídolo panteísta da Pachamama em igreja romana
Adoração do ídolo panteísta da Pachamama em igreja romana
O homem, transformado em seu próprio deus, busca destruir a natureza criada por Deus e substituí-la por sua falsificação ecologista ou Pachamama.

Chamam a isto de nova ordem mundial, continua “Infovaticana”.

Seriam mais sinceros se dissessem o verdadeiro nome que, aliás sopram em reuniões fechadas: o reino do demônio no caos instalado no mundo.

Na Igreja Católica, que deveria ser o principal baluarte contra o mal, as forças dissolventes do modernismo se assanham na “autodemolição”.

Elas substituem Deus pela Pachamama preferida do ecologismo panteísta e promovem movimentos de imigração de massa que desagregam a unidade dos países receptores.

Essas afastam a Igreja para muito longe da finalidade de salvação das almas para o que Jesus Cristo a instituiu.

O Sínodo da Sinodalidade não ousou proclamar as piores abominações morais, mas deixou tudo pronto para faze-lo
O Sínodo da Sinodalidade não ousou proclamar as piores abominações morais,
mas deixou tudo pronto para faze-lo
Nínive e Sodoma são jardins de infância do mal, comparados com a cidade mundial corroída por esses mais e outros.

A reação dominante é a indiferença da maioria dos habitantes, cujas consciências estão anestesiadas pela mídia, pela propaganda e pelos divertimentos tecnológicos.

Os “crentes” realmente agem como se não acreditassem em coisa alguma e criam uma religião à medida de suas fantasias cultuando novos bezerros de ouro.

O culto católico está revolucionado, os sacramentos são abandonados ou profanados em massa; não há fé em doutrinas fundamentais, como a Presença Real na Eucaristia, a existência do inferno e a possibilidade da condenação eterna.

Não há consciência do pecado e o prazer torpe é rei, prossegue “Infovaticana”.

A pequena minoria que tenta permanecer fiel à tradição e ao ensinamento milenar da Igreja, é desprezada, marginalizada e perseguida até pelos supremos representantes da hierarquia eclesiástica.

Deus, como em Nínive, nos avisou repetidamente.

Lot foi a exeção que ouviu a advertência
Lot foi a exceção que ouviu a advertência
Desde 1830, na Rue du Bac, em Paris, ocorreram pelo menos 28 aparições marianas verificadas, como as de La Salette, Lourdes, Pontmain, Fátima, Amsterdã, Akita, apontando a premência da conversão, arrependimento, penitência, oração.

Mas face ao anúncio das catástrofes que se adensam sobre o mundo, a reposta enganadora no melhor dos casos está no Youtube com as visões mais falsificadas e deturpadas e concluídas com um clique para qualquer outro entretenimento.

Os ninivitas, com o seu rei à frente, fizeram penitência e a cidade foi salva.

Não foi o caso de Sodoma e Gomorra, que pereceram sob um dilúvio apavorante de fogo exterminador.

Onde estão os justos que poderiam atrair o perdão para o oceano de maldade da cidade mundial?

E se eles estão advertindo, sua voz quase ninguém ouve, conclui “Infovaticana”.


quarta-feira, 23 de outubro de 2024

‘Cápsula de suicídio’ rumo ao inferno

A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
Luis Dufaur
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A polícia suíça prendeu várias pessoas pela utilização de uma cápsula de suicídio conhecida como Sarco, para tirar a própria vida, no primeiro suicídio desse tipo, noticiou a “BBC”.

Autoridades da região de Schaffhausen informaram que “várias pessoas” foram detidas suspeitas de incitar e auxiliar o suicídio de uma mulher de 64 anos nesse tipo de sarcófago numa cabana na floresta de Merishausen, na fronteira com a Alemanha.

Em 2023, aproximadamente 1.250 pessoas optaram pelo suicídio assistido no país, segundo a mídia estatal suíça, mas a cápsula Sarco não cumpre com os imorais preceitos legais.

Na Suíça, o uso da cápsula enfrenta oposição. Há também a preocupação de que o design moderno da cápsula glamurize o suicídio.

A empresa responsável pela cápsula alega que só pode ser operada pelo suicida sem a necessidade de supervisão médica. Ele a ativa por dentro e possui um botão de emergência para saída.

Sarco a apresentaçao midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Sarco a apresentação midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Já dentro do sarcófago a pessoa que quer suicidar deve deitar-se e responder a uma série de perguntas para confirmar que compreende o que está a fazer antes de acionar um botão que liberta nitrogênio na câmara selada, explicou “La Nación”.

O alerta foi dado por um escritório de advocacia, mas o número de pessoas presas, suas identidades e a identidade do falecido não foram divulgados. “A cápsula suicida foi confiscada e (o corpo) do falecido foi transferido para uma autópsia”, disse a polícia cantonal.

O jornal holandês Volkskrant noticiou que a polícia deteve um dos seus fotógrafos, que queria tirar fotos da utilização do “Sarco”.

No Reino Unido e em grande parte da Europa o suicídio assistido é ilegal, porém muitas pessoas viajam para a Suíça para encerrar suas vidas.

No Brasil, a eutanásia também é proibida e pode ser enquadrada como crime. A pena para quem pratica eutanásia varia de seis a 20 anos de prisão, enquanto auxiliar no suicídio assistido pode resultar em uma pena de seis meses a dois anos de prisão.

O suicídio foi completado com apariências de um retorno à ecologia, e não de cair no precipício infernal
O suicídio foi completado com aparências de um retorno à ecologia,
e não de cair no precipício infernal
Na Suíça, o método mais utilizado envolve a ingestão de líquidos que provocam a morte enquanto que a cápsula Sarco funciona ao ser preenchida com nitrogênio, até a pessoa perder a consciência e morrer asfixiada em cerca de 10 minutos.

Daniel Huerlimann, especialista em direito e professor na Universidade St. Gallen, afirmou à BBC que a cápsula “não constitui um dispositivo médico” pelo que seu uso infringe a legislação.

O Dr. Kerstin Noelle Vkinger, advogado e professor na Universidade de Zurique, defendeu o contrário no jornal Neue Zurcher Zeitung.

A organização Exit International sediada nos Países Baixos defende a legalização da eutanásia voluntária e disse ser a responsável pelo dispositivo, fabricado com impressão 3D e cujo desenvolvimento custou mais de um milhão de dólares.

Numa declaração da Exit International, o Dr. Philip Nitschke Nitschke disse estar “satisfeito com o facto de ‘Sarco’ ter funcionado exatamente como foi concebido”.

Para fugir da lei, o grupo afirmou que a suicida foi uma mulher de 64 anos do centro-norte dos EUA tirou sua vida usando seu sarcófago.

A ministra da Saúde, Elisabeth Baume-Schneider defendeu no parlamento suíço que a utilização do sarcófago não é legal.

Propaganda do suicídio
Propaganda do suicídio
E o jornal suíço Blick noticiou em julho que Peter Sticher, promotor público em Schaffhausen, advertiu aos advogados da Exit International que qualquer operador da cápsula suicida poderia enfrentar processo criminal e receber até cinco anos de prisão.

A BBC publica sua matéria concluindo com um aviso: “Se você está passando por depressão ou tendo pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188. As ligações são gratuitas em todo o Brasil”.

O aviso é um indicador da multiplicação de crises morais e psicológicas que levam ao suicídio numa sociedade cada vez mais afastada de Deus e de sua Igreja.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Milenar abadia trapista fecha as portas

Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O mosteiro Nossa Senhora de Oelenberg, localizado próximo a Mulhouse e rodeado de campos e florestas, o único trapista da Alsácia (leste da França) fundada em 1046 pela condessa de Eguisheim, Heilwige de Dabo, mãe do Papa Leão IX, encerrou por falta de vocações.

Situado numa colina de onde tirou o nome de “Oelenberg” teve sua existência interrompida pelas guerras de religião às quais sobe se sobrepor.

Padeceu o assassino ódio igualitário da Revolução Francesa que dissolveu a comunidade e confiscou seus bens em 1794, vendendo-os em leilão como propriedade nacional até ser convertida em internato para meninas em 1821.

Porém, a Abadia de Oelenberg venceu todas as tempestades e em 1825 renasceu das cinzas quando um grupo de monges trapistas retornou do exílio.

No século XIX, os monges tornaram-se tão numerosos que uma parte deles partiu para fundar um outro mosteiro trapista na Alemanha!

Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
No início do século XX, a abadia tinha 200 monges (80 padres e 120 irmãos) e se tornara um importante local trapista, até intelectual e econômico.

Mais duas vezes, as duas Guerras Mundiais destruíram a abadia: os prédios foram bombardeados e os monges foram dispersos.

Mas eles voltaram e reconstruíram a abadia voltada para aplacar a ira de Deus e salvar as almas.

Os trapistas holandeses da abadia de Zundert ajudaram muito para isso e a abadia de Oelenberg se recuperou de tal maneira que assumiu a abadia austríaca de Engelszell em 1925.

Ela que resistiu a tudo, não conseguiu ficar em pé diante do tufão do progressismo religioso pós-conciliar.

No fim do século XX, só ficavam 20 monges com a única opção de deixar o mosteiro de Oelenberg que caia em ruinas.

Hoje, a imensa abadia de Nossa Senhora de Oelenberg que só contava com apenas nove monges trapistas que viviam a Regra de São Bento, passaram a leigos a administração da propriedade de 370 acres, e o prédio virou loja e pousada.

A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
Num fatídico de junho de 2024, a comunidade abandonou a abadia deixando apenas uma mensagem incomum da extinção da comunidade monástica, com exceção da loja!

O canto dos monges já não ressoará como fizera durante um milênio. O último abade atingiu o limite de idade e nenhum monge se apresentou para sucedê-lo.

Os edifícios estão em mau estado e os monges “exaustos” se dispersaram por outros mosteiros.

Os erros progressistas conseguiram o que nem as guerras mundiais tentaram sem sucesso: silenciar a oração que aplaca a ira de Deus intensamente provocadas pela onda de apostasias e blasfêmias da “era pós-conciliar”.


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Piora a saúde mental dos jovens em famílias mal constituídas

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A revista científica PNAS estudou 27.572 pessoas na Austrália e detectou a piora da saúde mental dos mais jovens, noticiou “La Nación”.

Os autores do trabalho, liderado por Richard Morris, da Universidade de Sidney, constataram que a má saúde mental vai se tornando mais frequente entre os nascidos desde o fim da década de 1980.

A tendência à degradação mental das gerações australianas mais jovens coincide com os resultados observados em outros países do mundo todo.

Nos EUA, os dados de 2010 a 2017, mostraram maiores níveis de ansiedade e de suicídio entre os nascidos nos anos 80 e 90 do século passado.

No Reino Unido, os sintomas depressivos também ficaram mais comuns entre adolescentes nascidos na década de 2000 do que nas pessoas nascidas na década anterior.

Outro estudo que fez a comparação com alemães nascidos após a Segunda Guerra Mundial e até 1975, também registrou aumento dos sintomas depressivos nas atuais gerações mais jovens.

A causa não está relacionada com a economia.

Os grupos estudados cresceram em tempos econômicos favoráveis quando o consumo de álcool, tabaco ou drogas estava a diminuir, afirmam os autores.

Entre os australianos, os transtornos mentais e comportamentais coletados mostram um aumento de 9,6% em 2001 para aqueles com mais de 15 anos de idade. A percentagem sobe para 20,1% em 2018 e 21,4% em 2021.

Dados semelhantes são encontrados na maioria dos países da OCDE, considerados os mais ricos do planeta, embora haja exceções como no Canadá.

“Os nascidos na década de 90 têm uma saúde mental pior para a sua idade do que qualquer uma das gerações anteriores e que não apresentam melhorias à medida que envelhecem”, explica Richard Morris, da Universidade de Sidney.

O declínio começou a ser percebido a partir de 2010 e impactou também os nascidos na década de 1980 e, em menor proporção, os nascidos na década de 70.

José Luis Ayuso Mateos, professor de psiquiatria da Universidade Autônoma de Madri, afirma que “na prática clínica observamos um aumento muito acentuado dos problemas de saúde mental e da necessidade de assistência”.


Ayuso Mateos aponta “o efeito negativo do excesso de exposição às redes sociais, mais frequente nos mais jovens”.

Mas há outros fatores de degradação como o desmanche da “coesão social” que se verifica até na escola com “problemas como a burla sistemática que as crianças podem fazer a um colega (bullying), que impactam a saúde mental”.

Para Morris, que está penetrado de mentalidade materialista, “as preocupações financeiras devem estar alinhadas com a saúde mental” ou “mais rico é mais saudável”, mas isso não se dá. Então para ele, é uma surpresa que a causa não seja o dinheiro.

Então reconhece que é preciso “olhar mais para a família e as relações sociais” que são as que melhoram o sentimento de felicidade de que os alunos sentem mais a falta.

A carência de um desses fatores pode ser a causa da doença mental, especialmente entre os mais jovens.

Focando mais na família se poderia obter um melhor reconhecimento dos problemas de saúde mental que se exprimem com maior frequência nas sondagens.


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Ratos viciados em tirar selfies

Nossas selfies de roedores, nós mesmos, dizem autores
Nossas selfies de roedores, nós mesmos, dizem autores
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O fotógrafo profissional parisino Augustin Lignier ficou impressionado pela obsessão generalizada de tirar selfies.

Por qué tantos se sentem compelidos a tirar fotos de si próprios e compartilhá-las sem cessar com outros perfis que quiçá lhe consagrem apenas segundos antes de passar para a seguinte?

A matéria foi objeto de coruscante reportagem do “The New York Times”, reproduzida ou glosada por muitos outros médios.

Não é uma pergunta nova, mas o fotógrafo de Paris acabou chegando a uma sugestiva conclusão após fazer uma cabine fotográfica para experiências com ratos.

Ele se inspirou no famoso behaviorista B.F. Skinner, que criou uma câmara de teste para estudar o aprendizado dos ratos.

A caixa de Skinner, como ficou conhecida, distribuía rações de comida quando os ratos empurravam uma alavanca predeterminada.

Equipamento incluía uma câmera e uma tela em que os animais podiam ver a si mesmos
Equipamento incluía uma câmera e uma tela
em que os animais podiam ver a si mesmos
As experiências de Skinner se tornaram paradigmas experimentais aplicados inclusive ao estudo da psicologia humana!

Os cientistas descobriram que na busca de recompensas os ratos pressionavam a alavanca sem cessar.

O faziam repetidas vezes em troca de comida, drogas ou até mesmo de um leve choque elétrico diretamente no centro de prazer do cérebro.

Lignier construiu sua própria caixa de Skinner – uma torre alta e transparente com uma câmera acoplada – e soltou dentro dois ratos adquiridos numa loja.

Sempre que os ratos pressionavam certo botão na caixa, recebiam uma dose de açúcar e a câmera tirava uma foto deles.

As imagens resultantes eram imediatamente exibidas em uma tela, onde os ratos podiam vê-las.

Os roedores rapidamente se tornaram entusiastas do acionamento desse botão.

Nas fases seguintes os ratos eram fotografados toda vez que apertavam o botão, mas as guloseimas vinham aleatoriamente de forma planejada.

As recompensas intermitentes foram suficientemente poderosas para manter os animais grudados fazendo lembrar fãs dos videogames colados em computadores ou fliperamas à procura de ganhar algo.

Por fim, os ratos ignoravam o açúcar até quando ele chegava, dominados pelo impulso de continuar apertando o botão das selfies.

Para Lignier, o paralelismo é óbvio: “as empresas de mídia digital e social usam o mesmo conceito para manter a atenção do espectador pelo maior tempo possível”.

De fato, as redes sociais têm sido descritas como “uma caixa de Skinner para o ser humano moderno”, distribuindo recompensas periódicas e imprevisíveis – um like, um follow, um par romântico promissor – que deixa o usuário grudado em seu smartphone, ou qualquer tela digital, ou fliperama.

Os ratos não paravam de apertar o botão para tirar selfies
Os ratos não paravam de apertar o botão para tirar selfies
Em um estudo de 2014, cientistas concluíram que muitos voluntários humanos “preferiam dar choques elétricos em si mesmos em vez de ficarem sozinhos com seus pensamentos”.

Sintoma, aliás, eloquente do vazio de alma dos homens que esqueceram a Igreja e a Civilização Cristã.

Talvez prefiramos ficar apertando quaisquer alavancas que estejam à nossa frente – mesmo aquelas que possam nos fazer sentir mal – em vez de ficarmos sentados em contemplação silenciosa, comentou o “The New York Times”.

O jornal novaiorquino e numerosos outros médios, brasileiros inclusive, tecnológicos ou de novidades sociais, não conseguiram evitar a comparação com o hábito humano de ficar tirando selfies incansavelmente.

Até virar costume doentio que inclusive levou alguns a acidentes mortais.

Não faltaram comentaristas que acharam que a obsessão pelas selfies é a mesma dos roedores de Augustin Lignier.