A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A polícia suíça prendeu várias pessoas pela utilização de uma cápsula de suicídio conhecida como Sarco, para tirar a própria vida, no primeiro suicídio desse tipo, noticiou a “BBC”.
Autoridades da região de Schaffhausen informaram que “várias pessoas” foram detidas suspeitas de incitar e auxiliar o suicídio de uma mulher de 64 anos nesse tipo de sarcófago numa cabana na floresta de Merishausen, na fronteira com a Alemanha.
Em 2023, aproximadamente 1.250 pessoas optaram pelo suicídio assistido no país, segundo a mídia estatal suíça, mas a cápsula Sarco não cumpre com os imorais preceitos legais.
Na Suíça, o uso da cápsula enfrenta oposição. Há também a preocupação de que o design moderno da cápsula glamurize o suicídio.
A empresa responsável pela cápsula alega que só pode ser operada pelo suicida sem a necessidade de supervisão médica. Ele a ativa por dentro e possui um botão de emergência para saída.
Sarco a apresentação midiática é de um procedimento qualquer, sem moral |
O alerta foi dado por um escritório de advocacia, mas o número de pessoas presas, suas identidades e a identidade do falecido não foram divulgados. “A cápsula suicida foi confiscada e (o corpo) do falecido foi transferido para uma autópsia”, disse a polícia cantonal.
O jornal holandês Volkskrant noticiou que a polícia deteve um dos seus fotógrafos, que queria tirar fotos da utilização do “Sarco”.
No Reino Unido e em grande parte da Europa o suicídio assistido é ilegal, porém muitas pessoas viajam para a Suíça para encerrar suas vidas.
No Brasil, a eutanásia também é proibida e pode ser enquadrada como crime. A pena para quem pratica eutanásia varia de seis a 20 anos de prisão, enquanto auxiliar no suicídio assistido pode resultar em uma pena de seis meses a dois anos de prisão.
O suicídio foi completado com aparências de um retorno à ecologia, e não de cair no precipício infernal |
Daniel Huerlimann, especialista em direito e professor na Universidade St. Gallen, afirmou à BBC que a cápsula “não constitui um dispositivo médico” pelo que seu uso infringe a legislação.
O Dr. Kerstin Noelle Vkinger, advogado e professor na Universidade de Zurique, defendeu o contrário no jornal Neue Zurcher Zeitung.
A organização Exit International sediada nos Países Baixos defende a legalização da eutanásia voluntária e disse ser a responsável pelo dispositivo, fabricado com impressão 3D e cujo desenvolvimento custou mais de um milhão de dólares.
Numa declaração da Exit International, o Dr. Philip Nitschke Nitschke disse estar “satisfeito com o facto de ‘Sarco’ ter funcionado exatamente como foi concebido”.
Para fugir da lei, o grupo afirmou que a suicida foi uma mulher de 64 anos do centro-norte dos EUA tirou sua vida usando seu sarcófago.
A ministra da Saúde, Elisabeth Baume-Schneider defendeu no parlamento suíço que a utilização do sarcófago não é legal.
Propaganda do suicídio |
A BBC publica sua matéria concluindo com um aviso: “Se você está passando por depressão ou tendo pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188. As ligações são gratuitas em todo o Brasil”.
O aviso é um indicador da multiplicação de crises morais e psicológicas que levam ao suicídio numa sociedade cada vez mais afastada de Deus e de sua Igreja.
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