Casais sem filhos são maiores donos de animais de estimação, diz pesquisa Radar Pet |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A fabricante de eletrônicos Multi (antiga Multilaser) iniciou um projeto de criação de artigos para pets em 2020 após incursionar seis anos no mercado de produtos para bebês, noticiou “O Estado de São Paulo”.
Hoje fabrica cerca de 300 produtos para o setor, e vê um grande potencial de crescimento, superando os produtos para bebês, como resultado de um forte desinteresse neles patenteada na queda da taxa de natalidade no Brasil e no mundo.
Thiago Maniezzo, gerente das áreas de bebês e pets na Multi, conta que a entrada da empresa atendeu o “boom” de pet shops e de pessoas adotando cães e gatos.
“Em cinco ou dez anos, o mercado pet vai crescer mais do que o de bebês”, explicou.
Não são pais com seu bebê, mas com seu cachorro |
O consumidor desses produtos compra, por vezes, mais com a emoção do que com a razão, escreve “O Estado”. E leia-se: há menos amor pelos filhos.
A Fisher Price também criou uma linha voltada para animais caseiros, para os quais vende brinquedos e até um carrinho para eles inspirado nos carrinhos de bebês.
A Purina Brasil, que vende alimentos para bebês agora se voltou para rações para pets da Nestlé, porque as vendas no País dobraram nos últimos três anos.
“Purina é o pilar da Nestlé que mais cresce no mundo”, explicou e “o Brasil é o terceiro maior mercado do mundo para o segmento pet”, diz a diretora de marketing de Purina Brasil.
O afeto materno virou em favor do animal caseiro |
No País, o número de crianças com até 12 anos de idade era de 35,5 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2018. Mas hoje o número de pets é bem mais expressivo, 139,3 milhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos Para Animais de Estimação (Abinpet), citado pelo “Estado”.
A UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas) registrou em 2021 que o Brasil está tendo forte queda na taxa de fecundidade. No final da década de 1960, o número de filhos por mulher era de seis, hoje é 1,7, abaixo da média mundial de 2,4.
Animais caseiros vão sendo preferidos aos filhos |
Regina Schneidewind, co-CEO da Sestin, destacou que o incremento produtivo visa “estreitar a convivência dos pets com seus tutores e que os animais sejam levados para passeios, viagens e acompanhem sempre os tutores”, afirma.
O que será do futuro do Brasil, se continua por essa senda de distorção da ordem natural?
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