quarta-feira, 13 de julho de 2016

Lord Lawson: melhor para a Europa que a UE se dissolva

Sir Nigel Lawson: melhor para a Europa que a UE se dissolva
Sir Nigel Lawson: melhor para a Europa que a UE se dissolva
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Lord Nigel Lawson, ministro das finanças britânico de 1983 a 1989, ocupa hoje sua cadeira na Câmara dos Lordes ingleses. Em entrevista ao jornal madrilense “El País”, ele explicou antecipadamente as razões que levariam os súditos de Sua Majestade a votarem pela saída da União Europeia.

A primeira causa que preocupa os britânicos é a perda do controle das próprias fronteiras, controle este que toda nação cônscia de sua soberania deve ter, disse o experimentado político.

Acrescentou que são numerosos os exemplos de que estamos perdendo nossa capacidade de nos governarmos a nós mesmos.

Segundo ele, pode-se aceitar um determinado número de imigrantes, mas não uma imigração ilimitada.

E o que acontece é que no Reino Unido a população cresce mais do que em qualquer outro país europeu, por efeito de uma imigração que não traz beneficio algum. Dessa maneira, a renda per capita vai caindo e os cidadãos estão se empobrecendo.

Outro fator de inconformidade é o fato de as leis excogitadas pelos órgãos da União Europeia passarem por cima de qualquer lei do Parlamento britânico. Da mesma maneira, os acórdãos do Tribunal Europeu de Justiça abalroam e esmagam qualquer decisão das instâncias dos Judiciários nacionais.



Profundamente inglês, Lord Lawson adora a França e por isso nela reside. E acha que o voto pelo Brexit não é contra Europa, mas contra a União Europeia.
O ex-chanceler explica que durante grande parte de sua vida a União Europeia não existiu, e nem por isso ele deixou de gostar da civilização europeia. Do que ele não gosta é da União Europeia, ou UE.

A UE não trouxe nenhuma, mas absolutamente nenhuma harmonia para os povos da Europa, embora declarasse que pretendia fazê-lo.

Abandonar o navio! Para muitos britânicos, e europeus continentais também, a União Europeia entrou numa corrida louca para o fundo dos abismos.
Abandonar o navio! Para muitos britânicos, e europeus continentais também,
a União Europeia entrou numa corrida louca para o fundo dos abismos.
Caricatura de Ben Garrison.
A campanha pela permanência do Reino Unido na federação europeia não ousou dizer que a UE é maravilhosa. Ela apenas explorou o medo pelo desconhecido que aconteceria se o país deixasse a União.

Ninguém com alguma expressão ou peso defende que a Grã-Bretanha devia continuar unida à UE porque esse é um projeto maravilhoso, sublinhou Lord Lawson.

E prosseguiu: “Minha sensação é de que se a UE fez algo de bom, foi no passado. Quando o império soviético veio abaixo, a UE forneceu aos países do bloco soviético uma direção para onde rumar. Mas isso já é passado.

“A UE já cumpriu qualquer objetivo útil para o qual poderia ter servido. Seria melhor para a Europa considerada em seu conjunto que a UE se dissolva. Todos os impérios, e esse é uma espécie de império, acabam se dissolvendo. Não durará para sempre”, explicou.

El acrescentou que o projeto da UE é político e não econômico. Bruxelas está querendo uma união política que a maioria nos povos não quer.

A manchete "Estamos fora!" do Daily Mail sintetizou o brado de alivio da maioria dos britânicos
A manchete "Estamos fora!" do Daily Mail
ecoou o brado de alivio da maioria dos britânicos
Os inimigos do Brexit levantaram o espantalho de uma explosão do Reino Unido após a separação – da Escócia, por exemplo. Mas Lord Lawson acredita que essa não é a ideia do povo escocês.

Para ele, tampouco o Brexit vai significar uma grande catástrofe.

A maior parte do mundo não está na UE e não está morrendo ou sofrendo por causa disso.

Até que para muitos países será melhor estarem fora da EU, e por certo melhor do que os países que estão dentro da União.

O problema não é econômico. O problema é que a UE sempre foi um projeto político, sem dizê-lo claramente, enquanto que a maioria das pessoas não quer isso.

Por isso, é um projeto profundamente antidemocrático. 

E é estúpido tentar que os povos façam parte de um projeto cujos objetivos não compartilham. É um projeto absurdo, sublinhou.

Se opção pela permanência tivesse ganhado, o povo britânico teria acabado se arrependendo amargamente. Ele teria percebido que poderia recuperar a liberdade e que só por medo fracassou na tentativa, conclui o Lord.


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