Exorcismo coletivo no Estádio Nacional de Varsóvia. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Na católica Polônia está em andamento uma onda de exorcismos de dimensão nacional.
A preocupação dos fiéis com fenômenos ligados à influência demoníaca no mundo presente explica os grandes eventos de expulsão do demônio.
Por vezes, essas sessões atraem mais pessoas do que partidas de futebol. Foi o caso de uma série recente de exorcismos em massa, “Jesus no estádio”, no Estádio Nacional de Varsóvia, com 58.145 lugares.
Segundo Grzegorz Bacik, assistente para o exorcismo na arquidiocese de Cracóvia e autor de vários livros sobre a ação do preternatural no mundo moderno, cada diocese tem em média três exorcistas.
A revista mensal “Exorcismo”, que é a primeira da Europa consagrada ao problema, triplicou sua tiragem em três anos e chega a 40 mil exemplares.
Segundo Bacik, autor de mais de cinco livros sobre o tema, houve uma explosão da demanda de intervenções sacerdotais na Polônia nos últimos anos, noticiou a revista “Sábado”, de Portugal.
— As pessoas começaram a procurar mais o exorcismo porque são mais vítimas do demônio — disse.
O tema é onipresente em igrejas, lojas de artigos de piedade e reportagens religiosas.
O livro 'Ocultismo' de Grzegorz Bacik. |
As igrejas europeias começaram a ampliar os seus programas após décadas de fugir da realidade dos assaltos do poder das trevas.
Há mais casos na Espanha, na Itália, e até na Alemanha, onde a Conferência dos Bispos abandonou a prática no fim dos anos 1970, seduzida pelas filosofias e teologias progressistas de substrato evolucionista ou ateu.
Na ausência de sacerdotes católicos que acreditam seriamente na existência de Lúcifer e que aplicam contra ele o exigente, ponderado e poderoso ritual do exorcismo, proliferam charlatões, pastores protestantes, curandeiros, ou até “exorcismos” de invenção pessoal, que podem ser muito perigosos.
Em dezembro, uma mulher de 44 anos foi encontrada morta no Hotel Intercontinental de Frankfurt, depois de um “exorcismo” praticado por parentes. Outra vítima do mesmo ritual foi resgatada pela polícia com ferimentos graves.
— Eu nunca vi algo semelhante — observou a promotora Nadja Niesen.
Tampouco faltam ateus ou materialistas não menos perigosos e charlatães que os anteriores. A socióloga Maria Zoltkowska, por exemplo, afirma que a “epidemia” é resultado de sugestão, já que o assunto está constantemente na mídia. “As pessoas acham que a culpa é do demônio, porque é mais fácil culpar Satã do que enfrentar os problemas”, sofismou.
O especialista em demonologia, Pe. John Baptist Bashobora, de Uganda, fez uma série de rituais de exorcismo em massa. De cada um, participaram 58 mil pessoas no Estádio Nacional de Varsóvia, mais do que nos jogos da seleção, segundo “Sábado”.
Especialistas do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia da Clínica Charité, de Berlim, afirmam que há em toda a Europa mais demanda por exorcismo em consequência do baixo oferecimento de atendimento psiquiátrico, acrescentou a revista portuguesa.
Exorcista, revista mensal polonesa dedicada ao problema |
Porém, a intervenção das potências infernais é cada vez mais sensível. Elas atacam com mais facilidade a pessoas psicologicamente doentes ou mais débeis sob diversos pontos de vista.
Doença psiquiátrica e possessão são duas coisas muito diversas que, com frequência, podem se acumular. O bom sacerdote procura logo de início discernir a natureza do caso.
Quantos dos mencionados doentes não estão sendo assediados também pelo pai da mentira? Só um análise bem harmonizada de natureza psiquiátrica e sacerdotal pode esclarecer a realidade.
Mas está difícil achar médicos e sacerdotes que acreditam na existência do diabo e estão dispostos a combatê-lo com as armas certas.
Quem dera que no Brasil houve essa mesma tomada de consciência que há na Europa! No Brasil, além de haver uma grande falta de padres exorcistas, também os meios que são utilizados para socorrer os fieis são insuficientes e, às vezes, inadequados. Isso porque as chamadas missas de cura e libertação são quase que o único meio utilizados pelos padres para atender os fieis com problemas espirituais. Acontece que as missas de cura e libertação só ajudam em casos menos graves. Além do que a Congregação da Doutrina da Fé proibiu que se rezassem orações de cura e libertação dentro da missa. Não digo isso para negar o bem que essas missas de cura e libertação podem fazer, nem para negar a boa vontade de certos sacerdotes que rezam essas missas, mas o ideal seria que os padres que lidam com o ministério de cura e libertação não misturassem as coisas, isto é, procurassem atender os fieis necessitados de libertação fora do contexto da missa, de preferência individualmente.
ResponderExcluirAlex
Deveria haver MESMO! Eu entraria para ser
ExcluirTenho dó dos fieis que no Brasil precisam de exorcismo. O clero católico brasileiro não tá nem aí, salvas raríssimas exceções.
ResponderExcluirGostaria de fazer uma oração por aquelas pessoas que necessitam de exorcismos.
ResponderExcluirSENHOR JESUS, te peço que tenhas misericórdia das pessoas que sofrem nas garras do maligno. Vê o quanto sofrem! Coloca um fim ao sofrimento delas. Suscita sacerdotes exorcistas que possam socorrer essas pessoas! Que toda descrença e indiferença por parte do clero sejam transformadas em fé e caridade para com essas pobres pessoas que tanto sofrem nas garras do maligno. São Miguel e milícia celeste, vinde em nosso socorro!
É interessante ver como na Europa o clero tem se empenhado em ajudar pastoralmente as pessoas necessitadas de exorcismo. Nesse sentido a Europa está a anos luz do Brasil. Nos EUA e no Canadá, até onde tenho notícias, a situação dos fieis que necessitam de exorcismo é melhor do que no Brasil, embora também nos EUA haja muito preconceito fundados em psicologismos e racionalismos. Agora no Brasil, a ajuda pastoral que o clero dá aos fieis que necessitam de exorcismo é quase nula e o pior aqueles sacerdotes que fazem alguma coisa fazem muito pouco e restringem as suas atividades às chamadas missas de cura e libertação. Fico pensando comigo mesmo: o que custa ao clero brasileiro fazer o que a Igreja orienta, atendendo individualmente as pessoas que precisam de exorcismo e não rezando missas de cura e libertação para "atender" muitas pessoas ao mesmo tempo e não precisar de atender individualmente cada fiel que necessita de exorcismo? Essas missas de cura e libertação não resolvem os casos graves, nem dispensam da obrigação de rezar individualmente pelas pessoas que necessitam de exorcismo. E há dioceses em que a situação é ainda pior: não há exorcista nem missa de cura e libertação, a qual poderia na falta de exorcista trazer algum alívio a pessoa atormentada. A verdade é que o clero brasileiro não quer saber de trabalho, de ajudar os fieis; quer saber é de pouco trabalho, de mordomias.
ResponderExcluirUm vídeo que pode interessar aos demais leitores:
ResponderExcluirPERGUNTE AO EXORCISTA - O que pode levar uma pessoa a ter distúrbios Diabólicos?
https://youtu.be/myOePFhFtpw
Vejam essa notícia! É do ano de 2015, mas continua interessante.
ResponderExcluirhttps://www.portalpadom.com.br/padre-realiza-exorcismo-em-massa-com-criancas-fotos/
Estava relendo essa notícia e pensando como seria bom que eventos como esse acontecessem também no Brasil. Mas não falo de missas de cura e libertação, mas sim de sessões de exorcismos para multidões. Eu uso a expressão "sessões de exorcismo" para diferenciar das missas de cura e libertação.
ResponderExcluirAchei essa notícia relacionada interessante! Vejam!
ResponderExcluir'Exorcist' priest wows Warsaw with 'Jesus at the Stadium' show
https://youtu.be/1HITFy3HmeM
Estava tentando acessar o link da revista Sábado, mas parece que o link está errado, pois aparece uma página em branco. Talvez o link tenha sito atualizado. Veja!
ResponderExcluirhttps://www.sabado.pt/vida/detalhe/exorcismos-em-massa-na-terra-de-joao-paulo-ii