domingo, 14 de fevereiro de 2016

5° centenário da Reforma de Lutero.
O heresiarca ferido pela mão poderosa de Deus

Lutero máscara mortuária do rosto e mãos exibida na igreja do Mercado, Halle, Alemanha.
Lutero máscara mortuária do rosto e mãos exibida na igreja do Mercado, Halle, Alemanha.



A morte do heresiarca Lutero foi relatada — com base em fontes seguras da História — no livro do Pe. Júlio Maria Lombaerde S.D.N, que leva o título “O Diabo, Lutero e o Protestantismo”, capítulo XI nº 4.

A descrição faz lembrar da sentença de Santo Agostinho: “como foi a vida, assim será a morte” (Talis vita, finis ita).

Analisemos a morte de Martinho Lutero cujo 500 aniversário da mal nomeada Reforma (1517) se começará a lembrar neste ano (1516) em Lund, Suécia:

“A primeira opinião, a mais seguida entre católicos e protestantes, é a seguinte: Tendo Lutero resolvido voltar para Wittemberg, embora estivesse já alquebrado, doente e cansado, convidou os amigos para um banquete.

“Pela tarde do dia 17 o chefe manifestara ligeira melhora, recobrando passageiramente o seu velho bom humor e espírito zombeteiro.

“Comeram, beberam, cantaram; e, para agradar aos convidados, Lutero não deixou de beber bastante do bom vinho de Eisleben. Parecendo, entre os vapores do álcool, esquecer-se do seu estado doentio.

“Alta noite os comensais se retiraram, ficando, somente Lutero, Justo Jonas, dono da casa, seu criado particular e um filho.

“Conduzido ao seu quarto, Lutero sentou-se num sofá, mandando ao criado retirar-se, por não carecer mais dos seus serviços.

“Que aconteceu nesta noite tremenda?

“Só Deus o sabe.

“De manhã, demorando-se Lutero mais que de costume em seu quarto, o criado foi bater-lhe à porta, mas não obteve resposta, nem notou o mínimo ruído.

Lutero en Roma, Francesco de' Rossi (1510-1563), Palazzo Farnese, Roma
Lutero em Roma.
Francesco de' Rossi (1510-1563), Palazzo Farnese, Roma
“Conhecendo o servo o estado de seu mestre e receando qualquer catástrofe, chamou Justo Jonas e o filho de Lutero, e abriram a porta, não fechado por dentro. E uma cena mais horrenda e tétrica se ofereceu então aos seus olhos.

“No meio do quarto, entre o móvel e o leito, o corpo de Lutero estava estendido no chão…. o rosto lívido, azulado, de olhar e boca desmedidamente abertos, os braços estendidos, o abdome intumescido, saindo-lhe as entranhas em redor do corpo.

“Era um cadáver.

“A mão justiceira de Deus havia prostrado aquele que durante tantos anos o blasfemara, na pessoa de seu representante visível na terra.

“Lutero já estava na eternidade: excomungado, herege, apóstata, sacrílego, levando as mãos tintas de sangue e tendo a alma envolta em rancores ao Papa e à Igreja de Cristo.

“Triste… Tristíssima bagagem para comparecer perante o Tribunal de Deus!

“Justo Jonas e o criado, à vista do cadáver, já em começo de decomposição, com as entranhas derramadas pelo chão, recuaram de espanto, enquanto Hans Lutero soltou um grito estridente, caindo de joelhos perto de seu pai, para examinar se realmente estava morto.

“Não havia dúvida; tinham diante de si um corpo frio e rígido; levantaram-no e deitaram-no sobre o sofá, indo um deles chamar o farmacêutico Landau para verificar a morte.

“Lutero falecera, vitimado por um ataque de apoplexia fulminante, proveniente talvez da indigestão dos alimentos e bebidas ingeridos no derradeiro banquete.

“O pretenso reformador da Igreja morrera como vivera: como um trivial gastrônomo.

“A medida da justiça divina estava repleta, e aquele que em vidas se intitulara ‘uma peste’ para o Papa, e que, ao morrer seria a sua morte, foi apenas a peste da seita fundada por ele, em cuja história representa uma negra mancha: o seu desaparecimento não foi a morte do Papa, mas a desgraça espiritual de seus sectários

“Lutero morreu, mas o Papado não. O Papado não morre!

“O padre Leonel Franca, cuja sinceridade e ciência histórica são indiscutíveis, adota a mesma opinião e conclui:

“Assim se calou, como um gastrônomo e libertino vulgar, o apóstata que se arrogava em reformador do cristianismo” (A Igreja, a reforma e a civilização, pg. 200, citando Paulus: Lutero lebesende. Mainz 1896 p. 5).

“Na hierarquia dos anjos rebeldes, ainda que cause pesar aos seus amigos”, diz outro escritor de renome, “Lutero ocupa o grau mais baixo, mais próximo do lodo e do pântano” (Th. Mainage, “Témoignages dês apostats”, Paris 1916, p. 76)”.

Existe, ainda, a hipótese de que Lutero teria se suicidado, baseada em uma suposta carta de um dos criados de Lutero.

Quando a isso, nem a autenticidade da carta e nem a falsidade da carta foram comprovadas. Portanto, parece-me que a hipótese mais coerente com a verdade história seja essa contada pelo Pe. Júlio Maria Lombaerde.

Enterro cheio de simbolismos

Lutero, outra máscara mortuária.
Lutero, outra máscara mortuária.
“O corpo de Lutero, bastante desfigurado e mal suportado pelos circunstantes, foi transportado no dia 20 para Halle, e no dia 22, pela madrugada, para Wittemberg, onde, por ordem do landgrave, devia ser sepultado na igreja, junto ao púlpito donde havia lançado a semente da revolta.

“Dizem os escritores da época que, ao ser ele para lá transportado, o mau cheiro do cadáver se tornou tão penetrante e insuportável que, diversas vezes, os carregadores foram coagidos e deixá-lo por algum tempo, só, no meio dos campos, para poderem respirar um pouco de ar puro.

“Contam ainda ter um bando de corvos, aliciados pela putrefação, seguido o cortejo lúgubre, como se fossem demônio montando guarda de honra a um de seus chefes. Foram tais as diversas opiniões veiculadas a respeito da morte e do enterro do fundador do protestantismo.

“Haverá qualquer exagero nestas narrações?

“É difícil dizê-lo; só me foi possível reproduzir o que os contemporâneos narraram a respeito.

“Que Justo Jonas, Célio, Aurifaber e, provavelmente, os filhos de Lutero tenham guardado silêncio sobre o fato é natural, pois a verdade seria a desmoralização da pessoa de seu amigo, de seu pai e até da reforma que este havia pregado e que eles mesmos seguiam.

“E por isso, conforme o testemunho citado, que todos juraram nada revelar da morte de seu chefe; é por isso também que ficou envolta em tantos mistérios e incertezas uma morte que devia ser notória para todos.”

Como Judas

“Lutero desceu à sepultura, depois de uma morte atribulada e cheia de remorsos. Dele, como de Judas, pode – se repetir a palavra de Jesus Cristo: ‘Bonum erat ei natus non fuisset’ – Melhor fora, para ele, se não tivesse nascido (Mat. 26,24).

“Sua vida, tão triste e tão baixa, foi como que a luta titânica do inferno contra o rochedo indestrutível de Pedro.

“Lutero caiu vencido como Juliano, o apóstata... e, como ele, talvez murmurando: Pedro, venceste, como o imperador gritara: Venceste, Nazareno!

“Sim, Roma, a indestrutível, venceu como sempre ela tem saído vitoriosa.

“E, enquanto em Wittemberg confiavam à terra os restos mortais do reformador já em putrefação, o Papado, cheio de vida e de glória, levantava a fronte, e com aquela mão que a morte não consegue abater, construiu o maior e o mais belo monumento da vida cristã: o grande Concílio de Trento”. (id. ibid. capítulo XI nº 6).

Lutero agiu como um verdadeiro anticristo, já que ele separou da Igreja de Deus e pregou a mentira, o engodo e a impostura.

Assim disse o Apóstolo São João:

‘Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que há já muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos’ (I São João II, 18-19).

(Autor: Pe. Júlio Maria Lombaerde S.D.N., “O Diabo, Lutero e o Protestantismo”, 2ª. Edição 1950. Editora “O Lutador” Manhumirim – Minas)  

(Fonte: Pergunte e responderemos, http://www.pr.gonet.biz/index-read.php?num=3615)


Um comentário:

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