terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Cristãos virariam minoria nos EUA até 2040

Igrejas se esvaziam cada vez mais
Igrejas se esvaziam cada vez mais
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O renomado Centro de Pesquisas Pew elaborou quatro modelos estatísticos sobre os futuros potenciais da religião nos EUA.

Em três das quatro projeções, a porcentagem de cristãos que girava em torno de 90% nas décadas de 1970 e 1980, ficou abaixo de 50% para o próximo meio século. Em dois cenários, a proporção cristã fica abaixo de 50% por volta de 2040, e continua caindo.

Esta é uma catástrofe religiosa histórica pois aponta para um país que efetivaria a canção rock “Imagine” de John Lennon e que poderia adotá-la como seu hino nacional, escreveu o também reputado colunista do “The New York Times” Ross Douthat.

Um mundo, canta Lennon, sem Céu nem inferno, sem países, nenhuma religião ou propriedade, onde não há nada pelo qual matar ou morrer, todos vivendo o hoje na paz; sem necessidade nem fome, uma irmandade entre os homens partilhando o mundo todo, e vivendo como um só, e você também.

Em poucas palavras, o sonho da utopia que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira denominou o “pecado imenso”.

Ou em direção a uma sociedade repleta de formas de espiritualidade novas ou remixadas, todas competindo pelas almas dos antigos católicos, dos ex-metodistas unidos, dos infelizes sem igreja.

Douthat escreveu o livro “Religião ruim, como nos tornamos um país de hereges” sobre o acentuado declínio da fé institucional depois dos anos 1960.

Nele fala que a cultura americana ainda está fascinada pela figura de Jesus, mas não liga para as igrejas, protestantes e católicas.

Em vez disso, faz atualizações americanizadas do evangelho que resultam no triunfo da heresia.

A tentativa de apresentar uma igreja adatada a modernidade esvaziou mais o culto divino
A tentativa de apresentar uma igreja adaptada a modernidade esvaziou mais o culto divino
O cenário religioso está ficando dominado por ideias cristãs populares que “enlouqueceram”, como disse Chesterton, com uma espiritualidade subjetiva que acha ser virtude, e até se diz “conservadora”.

Mas, pergunta-se, o que há no cerne dessas crenças “conservadoras”. Para Douthat é a crença materialista de que Deus não deseja outra coisa senão a prosperidade americana, o sucesso capitalista.

Essa heresia, argumenta, é a mais importante para entender a verdadeira influência da nova religiosidade nos EUA.

A ascensão de Trump foi um testemunho da força das principais heresias – a teologia da prosperidade, a religião da autoajuda e um nacionalismo cristão chauvinista – dentro da direita religiosa.

Trump acabou apelando para as partes mais nacionalistas do evangelismo aprovado por heresias de direita que não se dizem “heresias” mas acham que são “conservadoras”.

O “Grande Despertar” é um exemplo perfeito de energias espirituais cristãs separadas da verdadeira Fé tradicional – uma versão do revivalismo protestante despojado da dogmática protestante, mas mantendo um zelo cruzadista, uma retórica de conversão, confissão e transformação moral, uma necessidade às vezes frenética de expulsar o mal e o impuro modelando cada um sua “igreja”.

Douthat diz que sua ideia de uma “nação de hereges” partia da prática de muitos americanos com laços frouxos com o cristianismo. Eles serão frequentadores de igrejas no Natal e na Páscoa, e acharão ter alguma ideia dos princípios da fé.


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