Bruxelas: missa em local subterrâneo e apinhado no estilo 'pobre' da reforma. Fiéis acham que reforma terá efeitos contrários aos anunciados. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A maioria das 108 igrejas paroquiais de Bruxelas está ameaçada de fechamento a prazo breve ou médio, segundo projeto pastoral estimulado pelo novo arcebispo.
Os fiéis estão chocados e acham quase indecente esse fechamento maciço, quando milhares de cristãos morrem a cada dia no Oriente para que seus templos prossigam abertos, escreveu o blog Riposte-Catholique.
De fato, na capital da Bélgica e da União Europeia, aos domingos está havendo cada vez menos missas, em virtude de um projeto pastoral pouco conhecido dos fiéis na época da “sinodalidade”.
O referido projeto visa fundir as paróquias e concentrar as missas de domingo com o argumento de agrupar mais os fiéis e assim conseguir maior movimentação. As igrejas dos bairros correm mais risco.
Para os fiéis, o projeto vai criar grandes circunscrições impessoais que extinguirão a vida paroquial.
O desaparecimento programado teria então efeitos evidentemente opostos às intenções anunciadas: afastará as pessoas das igrejas, diminuirá o número dos fiéis, debilitará o tecido eclesial e penalizará os católicos dos bairros mais pobres.
Essa política pastoral, apresentada como mais condizente com a linha do pontificado do Papa Francisco, é vista pelos fiéis como o contrário da aproximação dos mais pobres nos locais onde transcorre a sua vida quotidiana.
A prática religiosa, o número dos seminaristas e dos batismos de adultos vinha aumentando após o pontificado do arcebispo anterior, que imprimiu uma tendência tradicional à arquidiocese.
Notre Dame du Sablon, uma das mais belas igrejas paroquiais de Bruxelas. |
Em Bruxelas há também numerosas comunidades católicas estrangeiras – entre as quais a polonesa – que pedem igrejas para as atividades religiosas em suas respectivas línguas.
Essas e ainda outras realidades fazem com que os católicos se interroguem profundamente sobre as verdadeiras causas dessa retirada e do abandono das igrejas históricas.
O custo de manutenção desses 108 templos é inferior a 4 euros por habitante ao ano e por sinal foi assumido pelos órgãos públicos regionais.
Os fiéis lançaram um abaixo assinado pedindo ao arcebispo Dom De Kesel e ao bispo-auxiliar Dom Kockerols que renunciem a esse plano demolidor.
Segundo o vaticanista Marco Tosatti, o arcebispado já efetivou outras medidas polêmicas que reduzem a presença católica na cidade e o bispo auxiliar responsável pelo projeto faz ouvidos surdos aos rogos do povo.
Nomeado muito recentemente, o arcebispo Dom De Kesel adotou uma linha pastoral oposta à do antigo arcebispo, Dom Léonard.
Esse foi acusado de excessivamente tradicional pela minoria radical progressista e, de modo especial, pelo discutido arcebispo emérito Cardeal Danneels, ferrenho promotor do Concilio Vaticano II, amigo e conselheiro do atual Pontífice Francisco I.
Isso me faz lembrar da profecia de Joseph Ratzinger sobre o futuro da Igreja, pelo menos na Europa, ela parece estar se realizando:
ResponderExcluirUma Igreja redimensionada, com menos seguidores, obrigada inclusive a abandonar boa parte dos lugares de culto que construiu ao longo dos séculos. Uma Igreja católica de minoria, pouco influente nas decisões políticas, socialmente irrelevante, humilhada e obrigada a “voltar às suas origens”.
Prezado Luis, A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!
ResponderExcluirHá tema relacionado à missa ou à Eucaristia que tem-me preocupado. É a chamada abominação da desolação, que segundo alguns místicos seria um período de três anos e meio em que a Santa Missa deixaria de ser celebrada. O Pe. Gobbi, por exemplo, falava muito nisso em suas alocuções marianas. Quando olho para a desacralização da missa e a falta crescente de fé e os diversos tipos de hostilidade à fé católica, parece que estamos caminhando para esse período de cessação do santo sacrifício da missa. Mas, às vezes, tenho medo de isso ser um medo infundado. O senhor tem alguma opinião sobre esse assunto? Algum santo padre ou santo da Igreja falou desse período em que a missa deixaria de ser celebrada?
O catolicismo tem sido cada vez mais hostilizado no mundo. Penso que seja possível chegar ao ponto de a missa ser proibida no futuro. Um exemplo nesse sentido é dizer que a transubstanciação é charlatanismo e daí proibir a missa. Veja!
Excluirhttps://youtu.be/QHSdkS38sqo
"Acolhendo a doutrina protestante se dirá que a Missa não é um sacrifício, mas somente a santa ceia, ou seja, a recordação do Jesus fez na sua última ceia. E assim será suprimida a celebração da Santa Missa. Nessa abolição do sacrifício cotidiano consiste o horrível sacrilégio cometido pelo anticristo, cuja duração será aproximadamente três anos e meio, isto é, mil duzentos e noventa dias." Alocução interior ao Pe. Gobbi
Excluirhttp://www.rainhamaria.com.br/Pagina/7978/O-Fim-dos-Tempos-Mensagem-de-Nossa-Senhora-ao-Pe-Stefano-Gobbi
Aqui em minha cidade, no interior de Minas Gerais, algo parecido tem acontecido: há uma certa tendência do clero de concentrar os fieis em determinados horários de missas. As missas em minha cidade tem ficado sempre lotadas. Precisava de mais horários de missa e de mais igrejas na cidade, sobretudo no centro da cidade, mas, como já disse, parece que há um desejo do clero de concentrar os fieis nas celebrações da missas. Do ponto de vista psicológico, isso não é bom. As missas se tornam cansativas.
ResponderExcluirOnde o clero é progressista, os fieis padecem!
ResponderExcluirEstão comentando em outros sites a desocupação de uma igreja (Eglise Sainte-Rita) em Paris. Achei interessante um comentário que fizeram.
ResponderExcluirA DEMOLIÇÃO de Santa Rita na França
https://youtu.be/SM5G9lsPX8g
O Carlos Ramalhete fez um comentário ainda melhor sobre esse acontecido.
ExcluirSacrilégio em Paris
A história não é o que parece
https://medium.com/@carlosramalhete/sacril%C3%A9gio-em-paris-1d9f73eb764b#.i4f9wp935
Esse projeto de diminuição das paróquias em Bruxelas tá parecendo um processo de laicização. Diminui-se o número de paróquias para diminuir o número de párocos e, consequentemente, dar maior espaço aos leigos. O que seria também uma forma de protestantização da Igreja.
ResponderExcluirO assunto é importante e reflecte o que se passa na Europa. É bom falar dos assuntos com conhecimento de causa.Apesar desta reserva de principio, julgo também que o pior mal para Igreja Católica dos nossos dias vem claramente do seu "interior". É por outro lado importante que os católicos se sintam abanados e reajam aos Lobos com pele de cordeiro dentro da Igreja.
ResponderExcluirFaz em Maio 100 anos das aparições de Fátima e parece que estamos justamente a sofrer as consequências da não conversão e oração insistentemente pedida em Fátima pela nossa Mãe Santíssima