Museu Bozen-Bolzano: a 'obra de arte'... |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Uma boa faxineira que trabalha no Museu de Arte Contemporânea de Bolzano, no norte da Itália, consagrado à aberrante “arte contemporânea”, achou que uma “obra de arte” não era mais que sujeira deixada por festeiros beberrões.
E “caprichou na limpeza”, segundo informou a BBC Brasil.
Ela achou que o trabalho – chamado Onde vamos dançar esta noite? – não passava de uma bagunça deixada numa festa realizada no local na noite anterior. A faxineira "limpou" o local como se deve e jogou fora toda a imundície.
Composta por pontas de cigarro, garrafas vazias e confetes na mais degradante desordem, a “obra” pretexta representar o hedonismo e a corrupção dos anos 1980. Mas na prática é um produto eloquente da corrupção de 2015, com um acréscimo especial.
Mau gosto, corrupção e pecado são realidades deploráveis que sempre existiram neste vale de lágrimas. Mas há uma inversão monstruosa quando se tenta não só justificar esses males, mas proclamá-los como um bem digno de “obra de arte”.
Pratica-se assim um atentado contra a própria estrutura do ser e do pensamento humano.
Museu Bozen-Bolzano: a limpeza foi feita! |
O Museu pediu desculpas pelo incidente e lamentou que “teve má sorte com a nova faxineira”.
Em fevereiro do ano passado, noticiou ainda a BBC Brasil, verificou-se em Bari, no sul da Itália, outra reação de bom senso, que a agência informativa qualificou de acidente.
Também uma faxineira jogou fora “trabalhos” que faziam parte de uma instalação da galeria Sala Murat.
Ela tratou a “obra de arte contemporânea” como aquilo que a mesma aparentava ser: lixo. E disse que estava “apenas fazendo seu trabalho”.
Mais de um terá vontade de lhe fazer chegar um aplauso.
Ainda existe um pouco de lógica na humanidade, mesmo que uma grande maioria faça pensar o contrário. Faxineira inteligente!
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