terça-feira, 19 de novembro de 2024

“Cruzada” é nome proibido, mas “guerra santa” islâmica não

O esquadrão 14 da RAF da base de Lincolnshire não poderá mais usar o velho apelativo de 'Crusaders'
O esquadrão 14 da RAF da base de Lincolnshire
não poderá mais usar o velho apelativo de 'Crusaders' para não ofender aos islâmicos!!!
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O tradicional 14 Squadron da Força Aérea Real (RAF) do Reino Unido, ficou proibido de seguir usando seu apelido de “Cruzados”. A interdição foi adotada após reclamações confidenciais que alegavam que era ofensivo. Para os muçulmanos obviamente!

Segundo a BBC, o 14 Squadron formado em 1915, ganhou o apelido “Cruzados” durante a Primeira Guerra Mundial realizando missões no Oriente Médio, Egito, Gaza e Palestina. Entre 2003 e 2011, o esquadrão também esteve ativo no Iraque.

O porta-voz da RAF abaixou a cabeça ante pressões externas às forças armadas e disse que, embora as tradições e apelidos informais tenham sua história na RAF, muitos deles não são mais adequados no século XXI.

Nas ruas das cidades inglesas os extremistas islâmicos proclamam em altas vozes as “glórias” de sua guerra santa ou “jihad” e a entrada no paraíso de Alá dos “guerreiros da guerra santa” ou mujaidins que caem apunhalando ou assassinando nas ruas de qualquer parte do mundo.

Tampouco o clube de rugby da Nova Zelandia poderá usar seu nome de 'Crusaders'
Tampouco o clube de rugby da Nova Zelândia poderá usar seu nome de 'Crusaders'
Desde 2016, o 14 Squadron está sediado na base Waddington em Lincolnshire. Ele já tinha ficado sem aviões de combate e dispõe apenas de aviões de vigilância Shadow R1.

A BBC espalhou abatimento moral e comemorou que, a pesar dos pesares, o esquadrão continuará usando o brasão real, aprovado pelo Rei George VI em maio de 1937. 

Só faltará anunciar que a coroa do brasão foi substituída pelo Alcorão, alguma cimitarra islâmica ou a cabeça decapitada de algum cristão.

Mas, a decisão da RAF não é um fato isolado. Ela aconteceu num contexto de crescente apagamento e supressão de termos e imagens associados às Cruzadas medievais, que as organizações islâmicas consideram ofensivos.

Essa campanha cultural e psicológica está obtendo mais vitórias morais para a Meia Lua no reino Unido do III milênio do que no combate contra heróis cruzados como Ricardo Coração de Leão na idade medieval.

Tampouco a apresentação prévia aos jogos poderá ter lugar
Tampouco a apresentação prévia aos jogos poderá ter lugar
Nesse cenário, a RAF adere a uma tendência mais ampla de censurar símbolos e tradições históricas à luz de vilanias contemporâneas. “As tradições e os apelidos informais usados pela RAF não são mais apropriados no século XXI”, frisou o porta-voz da RAF.

Dita tendência impôs que a equipe de rugby neozelandesa “Crusaders” que ganhou um recorde de nove campeonatos do Super Rugby desde que começou em 1996 tirasse de seu logotipo a imagem de um cavaleiro e da espada, noticiou o “New Zealand Herald”.

Antes do ingresso em campo, a equipe era precedida por cavaleiros montados no mais puro estilo guerreiro medieval. 

Fanáticos continuarão a ser celebrados como heróis da 'guerra santa' islâmica
Fanáticos continuarão a ser celebrados como heróis da 'guerra santa' islâmica
A ação tipicamente propagandística era muito do gosto dos torcedores. Esses até endossavam símbolos guerreiros medievais nas tribunas e agora ficaram proibidos de faze-lo.

Um torcedor queixou-se da unilateralidade da proibição dizendo: “um cavaleiro com uma espada não é o mesmo que um cara com uma arma”, em referência ao morticínio de 51 pessoas perto de uma mesquita.

E um usuário das redes chamou a decisão de “covardia vergonhosa escondida atrás de jargões corporativos vazios”. Outros viram uma capitulação.


terça-feira, 12 de novembro de 2024

Alemães saem da Igreja e bispos pedem aumentar as causas da apostasia

As igrejas na Alemanha se esvaziam e o episcopado acentua as causas
As igrejas na Alemanha se esvaziam e o episcopado acentua as causas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A forte crise dos abusos sexuais e a deriva sinodal da Igreja na Alemanha liderada pela maioria do episcopado heterodoxo que busca o confronto contínuo com Roma está fazendo com que a Igreja na Alemanha perca mais fiéis ano após ano, registrou “Infovaticana”.

A Conferência Episcopal Alemã comunicou que 2023 terminou com 20.345.872 católicos professos (24% da população alemã). Portanto, 402.694 pessoas deixaram a Igreja Católica nesse ano.

Mas o episcopado alemão não lamentou nada, antes bem comemorou que o número de apostasias fosse inferior ao das de 2022, quando 522.821 renegaram a Igreja.

Após os sinistros números de 2022, os de 2023 foram os piores da história alemã.

Em 2023 na queda chegou a 131.245 batismos contra 155.173 em 2022. O número de casamentos na Igreja caiu para 27.565 em comparação com 35.467 em 2022.

Em 2023, 151.835 crianças comungaram pela primeira vez, mas em 2022 foram 162.506.

105.942 jovens foram confirmados em todo o país, contra 110.942 em 2022.

O número de enterros religiosos caiu para 226.179 contra 240.144 em 2022.

Ainda segundo a Conferência Episcopal Alemã, as paróquias foram reduzidas em número com reformas estruturais das dioceses: ficaram 9.418, com cerca de 200 a menos que em 2022.

As igrejas vão sendo abandonadas, transformadas em locais de prazer, hoteis ou moradias.
As igrejas vão sendo abandonadas, transformadas em locais de prazer, hotéis ou moradias.
E também caiu o número de sacerdotes a 11.702 dos 11.987 de 2022.

Nem mesmo os badalados diáconos permanentes compensaram as perdas em 2023 com 3.146 e abaixo dos 3.184 de 2022.

Em 2023 houve 38 ordenações sacerdotais longe dos 105 ordenados no mesmo ano na França.

Números assaz raquíticos em ambos países e incapazes de tampar os vazios que se abriram.

O próprio bispo de Limburgo e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Mons. Georg Bätzing, reconheceu que as estatísticas apresentavam quadros alarmantes.

“Os números mostram que a Igreja está numa crise geral”, disse e se resignou a constatar que “os números são um indicador da realidade”.

O bispo Bätzing tentou transmitir um artificioso otimismo dizendo que ainda quando a Igreja se torna menor conserva a tarefa de “anunciar a boa nova de um Deus amoroso, criativo e libertador”.

Mons. Georg Bätzing, presidente da Conferencia Episcopal acompanha alegremente a derrubada da Igreja que Cristo fundou no Calvário
Mons. Georg Bätzing, presidente da Conferencia Episcopal
acompanha alegremente a derrubada da Igreja
que Cristo fundou no Calvário
E é precisamente o que os fiéis não veem mais que venha sendo feito!

O presidente da Conferência dos Bispos apelou a fazer urgentemente mais reformas na Igreja, as mesmas que estão afastando os fiéis dos clérigos tendo perdido a confiança dos velhos tempos.

“As reformas por si só não podem resolver a crise da Igreja, mas sem reformas a crise irá piorar e é por isso mudanças devem ser feitas”, disse Bätzing, omitindo que as que estão sendo feitas são comprovadamente erradas, a acreditar nas estatísticas dos promotores dessas reformas.


terça-feira, 5 de novembro de 2024

A Sodoma mundial que não quer ouvir

O coração dos homens se endureceu à palavra divina como outrora Ssodoma  e Gomorra
O coração dos homens se endureceu à palavra divina como outrora Ssodoma  e Gomorra
Luis Dufaur
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Nosso mundo é um compêndio do que aconteceu em Nínive. Sodoma e Gomorra que foram cidades pecaminosas. O homem abandonou Deus e divinizou-se, desfrutando da sua habilidade técnica e da sua capacidade de controlar e até modificar a natureza, escreveu “Infovaticana”.

Em meio a essa falsa euforia consigo mesmo, o homem criou o monstro do comunismo, que visa acabar com todos os vestígios de religiosidade e exterminou mais de 120 milhões de pessoas (O Livro Negro do Comunismo, Harvard University Press).

O comunismo é mutante como um vírus. Os regimes de planeamento estatal, falharam, mas o vírus mutou, tornou-se muito mais perigoso.

Na China por exemplo, explorou a fórmula de “capitalismo de estado selvagem” que agora está desabando.

No resto do mundo o marxismo cultural visa destruir a cultura cristã, e/ou civilização ocidental, instala o seu ódio ao homem fazendo do crime do aborto um direito.

Visa o mesmo com a agenda LGBTQ+, a eutanásia, e promove os movimentos anti-sistema para apagar os vestígios da civilização.

Adoração do ídolo panteísta da Pachamama em igreja romana
Adoração do ídolo panteísta da Pachamama em igreja romana
O homem, transformado em seu próprio deus, busca destruir a natureza criada por Deus e substituí-la por sua falsificação ecologista ou Pachamama.

Chamam a isto de nova ordem mundial, continua “Infovaticana”.

Seriam mais sinceros se dissessem o verdadeiro nome que, aliás sopram em reuniões fechadas: o reino do demônio no caos instalado no mundo.

Na Igreja Católica, que deveria ser o principal baluarte contra o mal, as forças dissolventes do modernismo se assanham na “autodemolição”.

Elas substituem Deus pela Pachamama preferida do ecologismo panteísta e promovem movimentos de imigração de massa que desagregam a unidade dos países receptores.

Essas afastam a Igreja para muito longe da finalidade de salvação das almas para o que Jesus Cristo a instituiu.

O Sínodo da Sinodalidade não ousou proclamar as piores abominações morais, mas deixou tudo pronto para faze-lo
O Sínodo da Sinodalidade não ousou proclamar as piores abominações morais,
mas deixou tudo pronto para faze-lo
Nínive e Sodoma são jardins de infância do mal, comparados com a cidade mundial corroída por esses mais e outros.

A reação dominante é a indiferença da maioria dos habitantes, cujas consciências estão anestesiadas pela mídia, pela propaganda e pelos divertimentos tecnológicos.

Os “crentes” realmente agem como se não acreditassem em coisa alguma e criam uma religião à medida de suas fantasias cultuando novos bezerros de ouro.

O culto católico está revolucionado, os sacramentos são abandonados ou profanados em massa; não há fé em doutrinas fundamentais, como a Presença Real na Eucaristia, a existência do inferno e a possibilidade da condenação eterna.

Não há consciência do pecado e o prazer torpe é rei, prossegue “Infovaticana”.

A pequena minoria que tenta permanecer fiel à tradição e ao ensinamento milenar da Igreja, é desprezada, marginalizada e perseguida até pelos supremos representantes da hierarquia eclesiástica.

Deus, como em Nínive, nos avisou repetidamente.

Lot foi a exeção que ouviu a advertência
Lot foi a exceção que ouviu a advertência
Desde 1830, na Rue du Bac, em Paris, ocorreram pelo menos 28 aparições marianas verificadas, como as de La Salette, Lourdes, Pontmain, Fátima, Amsterdã, Akita, apontando a premência da conversão, arrependimento, penitência, oração.

Mas face ao anúncio das catástrofes que se adensam sobre o mundo, a reposta enganadora no melhor dos casos está no Youtube com as visões mais falsificadas e deturpadas e concluídas com um clique para qualquer outro entretenimento.

Os ninivitas, com o seu rei à frente, fizeram penitência e a cidade foi salva.

Não foi o caso de Sodoma e Gomorra, que pereceram sob um dilúvio apavorante de fogo exterminador.

Onde estão os justos que poderiam atrair o perdão para o oceano de maldade da cidade mundial?

E se eles estão advertindo, sua voz quase ninguém ouve, conclui “Infovaticana”.


quarta-feira, 23 de outubro de 2024

‘Cápsula de suicídio’ rumo ao inferno

A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
A mulher de 64 anos olha para 'Sarco' antes de ser a primeira em se tirar a vida
Luis Dufaur
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A polícia suíça prendeu várias pessoas pela utilização de uma cápsula de suicídio conhecida como Sarco, para tirar a própria vida, no primeiro suicídio desse tipo, noticiou a “BBC”.

Autoridades da região de Schaffhausen informaram que “várias pessoas” foram detidas suspeitas de incitar e auxiliar o suicídio de uma mulher de 64 anos nesse tipo de sarcófago numa cabana na floresta de Merishausen, na fronteira com a Alemanha.

Em 2023, aproximadamente 1.250 pessoas optaram pelo suicídio assistido no país, segundo a mídia estatal suíça, mas a cápsula Sarco não cumpre com os imorais preceitos legais.

Na Suíça, o uso da cápsula enfrenta oposição. Há também a preocupação de que o design moderno da cápsula glamurize o suicídio.

A empresa responsável pela cápsula alega que só pode ser operada pelo suicida sem a necessidade de supervisão médica. Ele a ativa por dentro e possui um botão de emergência para saída.

Sarco a apresentaçao midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Sarco a apresentação midiática é de um procedimento qualquer, sem moral
Já dentro do sarcófago a pessoa que quer suicidar deve deitar-se e responder a uma série de perguntas para confirmar que compreende o que está a fazer antes de acionar um botão que liberta nitrogênio na câmara selada, explicou “La Nación”.

O alerta foi dado por um escritório de advocacia, mas o número de pessoas presas, suas identidades e a identidade do falecido não foram divulgados. “A cápsula suicida foi confiscada e (o corpo) do falecido foi transferido para uma autópsia”, disse a polícia cantonal.

O jornal holandês Volkskrant noticiou que a polícia deteve um dos seus fotógrafos, que queria tirar fotos da utilização do “Sarco”.

No Reino Unido e em grande parte da Europa o suicídio assistido é ilegal, porém muitas pessoas viajam para a Suíça para encerrar suas vidas.

No Brasil, a eutanásia também é proibida e pode ser enquadrada como crime. A pena para quem pratica eutanásia varia de seis a 20 anos de prisão, enquanto auxiliar no suicídio assistido pode resultar em uma pena de seis meses a dois anos de prisão.

O suicídio foi completado com apariências de um retorno à ecologia, e não de cair no precipício infernal
O suicídio foi completado com aparências de um retorno à ecologia,
e não de cair no precipício infernal
Na Suíça, o método mais utilizado envolve a ingestão de líquidos que provocam a morte enquanto que a cápsula Sarco funciona ao ser preenchida com nitrogênio, até a pessoa perder a consciência e morrer asfixiada em cerca de 10 minutos.

Daniel Huerlimann, especialista em direito e professor na Universidade St. Gallen, afirmou à BBC que a cápsula “não constitui um dispositivo médico” pelo que seu uso infringe a legislação.

O Dr. Kerstin Noelle Vkinger, advogado e professor na Universidade de Zurique, defendeu o contrário no jornal Neue Zurcher Zeitung.

A organização Exit International sediada nos Países Baixos defende a legalização da eutanásia voluntária e disse ser a responsável pelo dispositivo, fabricado com impressão 3D e cujo desenvolvimento custou mais de um milhão de dólares.

Numa declaração da Exit International, o Dr. Philip Nitschke Nitschke disse estar “satisfeito com o facto de ‘Sarco’ ter funcionado exatamente como foi concebido”.

Para fugir da lei, o grupo afirmou que a suicida foi uma mulher de 64 anos do centro-norte dos EUA tirou sua vida usando seu sarcófago.

A ministra da Saúde, Elisabeth Baume-Schneider defendeu no parlamento suíço que a utilização do sarcófago não é legal.

Propaganda do suicídio
Propaganda do suicídio
E o jornal suíço Blick noticiou em julho que Peter Sticher, promotor público em Schaffhausen, advertiu aos advogados da Exit International que qualquer operador da cápsula suicida poderia enfrentar processo criminal e receber até cinco anos de prisão.

A BBC publica sua matéria concluindo com um aviso: “Se você está passando por depressão ou tendo pensamentos suicidas, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188. As ligações são gratuitas em todo o Brasil”.

O aviso é um indicador da multiplicação de crises morais e psicológicas que levam ao suicídio numa sociedade cada vez mais afastada de Deus e de sua Igreja.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Milenar abadia trapista fecha as portas

Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Despedida de uma abadia cisterciense milenar
Luis Dufaur
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O mosteiro Nossa Senhora de Oelenberg, localizado próximo a Mulhouse e rodeado de campos e florestas, o único trapista da Alsácia (leste da França) fundada em 1046 pela condessa de Eguisheim, Heilwige de Dabo, mãe do Papa Leão IX, encerrou por falta de vocações.

Situado numa colina de onde tirou o nome de “Oelenberg” teve sua existência interrompida pelas guerras de religião às quais sobe se sobrepor.

Padeceu o assassino ódio igualitário da Revolução Francesa que dissolveu a comunidade e confiscou seus bens em 1794, vendendo-os em leilão como propriedade nacional até ser convertida em internato para meninas em 1821.

Porém, a Abadia de Oelenberg venceu todas as tempestades e em 1825 renasceu das cinzas quando um grupo de monges trapistas retornou do exílio.

No século XIX, os monges tornaram-se tão numerosos que uma parte deles partiu para fundar um outro mosteiro trapista na Alemanha!

Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
Sem vocações entregaram a propriedade e a cervejaria a leigos
No início do século XX, a abadia tinha 200 monges (80 padres e 120 irmãos) e se tornara um importante local trapista, até intelectual e econômico.

Mais duas vezes, as duas Guerras Mundiais destruíram a abadia: os prédios foram bombardeados e os monges foram dispersos.

Mas eles voltaram e reconstruíram a abadia voltada para aplacar a ira de Deus e salvar as almas.

Os trapistas holandeses da abadia de Zundert ajudaram muito para isso e a abadia de Oelenberg se recuperou de tal maneira que assumiu a abadia austríaca de Engelszell em 1925.

Ela que resistiu a tudo, não conseguiu ficar em pé diante do tufão do progressismo religioso pós-conciliar.

No fim do século XX, só ficavam 20 monges com a única opção de deixar o mosteiro de Oelenberg que caia em ruinas.

Hoje, a imensa abadia de Nossa Senhora de Oelenberg que só contava com apenas nove monges trapistas que viviam a Regra de São Bento, passaram a leigos a administração da propriedade de 370 acres, e o prédio virou loja e pousada.

A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
A Missa para interceder ante Deus não será mais celebrada
Num fatídico de junho de 2024, a comunidade abandonou a abadia deixando apenas uma mensagem incomum da extinção da comunidade monástica, com exceção da loja!

O canto dos monges já não ressoará como fizera durante um milênio. O último abade atingiu o limite de idade e nenhum monge se apresentou para sucedê-lo.

Os edifícios estão em mau estado e os monges “exaustos” se dispersaram por outros mosteiros.

Os erros progressistas conseguiram o que nem as guerras mundiais tentaram sem sucesso: silenciar a oração que aplaca a ira de Deus intensamente provocadas pela onda de apostasias e blasfêmias da “era pós-conciliar”.


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Piora a saúde mental dos jovens em famílias mal constituídas

Luis Dufaur
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A revista científica PNAS estudou 27.572 pessoas na Austrália e detectou a piora da saúde mental dos mais jovens, noticiou “La Nación”.

Os autores do trabalho, liderado por Richard Morris, da Universidade de Sidney, constataram que a má saúde mental vai se tornando mais frequente entre os nascidos desde o fim da década de 1980.

A tendência à degradação mental das gerações australianas mais jovens coincide com os resultados observados em outros países do mundo todo.

Nos EUA, os dados de 2010 a 2017, mostraram maiores níveis de ansiedade e de suicídio entre os nascidos nos anos 80 e 90 do século passado.

No Reino Unido, os sintomas depressivos também ficaram mais comuns entre adolescentes nascidos na década de 2000 do que nas pessoas nascidas na década anterior.

Outro estudo que fez a comparação com alemães nascidos após a Segunda Guerra Mundial e até 1975, também registrou aumento dos sintomas depressivos nas atuais gerações mais jovens.

A causa não está relacionada com a economia.

Os grupos estudados cresceram em tempos econômicos favoráveis quando o consumo de álcool, tabaco ou drogas estava a diminuir, afirmam os autores.

Entre os australianos, os transtornos mentais e comportamentais coletados mostram um aumento de 9,6% em 2001 para aqueles com mais de 15 anos de idade. A percentagem sobe para 20,1% em 2018 e 21,4% em 2021.

Dados semelhantes são encontrados na maioria dos países da OCDE, considerados os mais ricos do planeta, embora haja exceções como no Canadá.

“Os nascidos na década de 90 têm uma saúde mental pior para a sua idade do que qualquer uma das gerações anteriores e que não apresentam melhorias à medida que envelhecem”, explica Richard Morris, da Universidade de Sidney.

O declínio começou a ser percebido a partir de 2010 e impactou também os nascidos na década de 1980 e, em menor proporção, os nascidos na década de 70.

José Luis Ayuso Mateos, professor de psiquiatria da Universidade Autônoma de Madri, afirma que “na prática clínica observamos um aumento muito acentuado dos problemas de saúde mental e da necessidade de assistência”.


Ayuso Mateos aponta “o efeito negativo do excesso de exposição às redes sociais, mais frequente nos mais jovens”.

Mas há outros fatores de degradação como o desmanche da “coesão social” que se verifica até na escola com “problemas como a burla sistemática que as crianças podem fazer a um colega (bullying), que impactam a saúde mental”.

Para Morris, que está penetrado de mentalidade materialista, “as preocupações financeiras devem estar alinhadas com a saúde mental” ou “mais rico é mais saudável”, mas isso não se dá. Então para ele, é uma surpresa que a causa não seja o dinheiro.

Então reconhece que é preciso “olhar mais para a família e as relações sociais” que são as que melhoram o sentimento de felicidade de que os alunos sentem mais a falta.

A carência de um desses fatores pode ser a causa da doença mental, especialmente entre os mais jovens.

Focando mais na família se poderia obter um melhor reconhecimento dos problemas de saúde mental que se exprimem com maior frequência nas sondagens.


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Ratos viciados em tirar selfies

Nossas selfies de roedores, nós mesmos, dizem autores
Nossas selfies de roedores, nós mesmos, dizem autores
Luis Dufaur
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O fotógrafo profissional parisino Augustin Lignier ficou impressionado pela obsessão generalizada de tirar selfies.

Por qué tantos se sentem compelidos a tirar fotos de si próprios e compartilhá-las sem cessar com outros perfis que quiçá lhe consagrem apenas segundos antes de passar para a seguinte?

A matéria foi objeto de coruscante reportagem do “The New York Times”, reproduzida ou glosada por muitos outros médios.

Não é uma pergunta nova, mas o fotógrafo de Paris acabou chegando a uma sugestiva conclusão após fazer uma cabine fotográfica para experiências com ratos.

Ele se inspirou no famoso behaviorista B.F. Skinner, que criou uma câmara de teste para estudar o aprendizado dos ratos.

A caixa de Skinner, como ficou conhecida, distribuía rações de comida quando os ratos empurravam uma alavanca predeterminada.

Equipamento incluía uma câmera e uma tela em que os animais podiam ver a si mesmos
Equipamento incluía uma câmera e uma tela
em que os animais podiam ver a si mesmos
As experiências de Skinner se tornaram paradigmas experimentais aplicados inclusive ao estudo da psicologia humana!

Os cientistas descobriram que na busca de recompensas os ratos pressionavam a alavanca sem cessar.

O faziam repetidas vezes em troca de comida, drogas ou até mesmo de um leve choque elétrico diretamente no centro de prazer do cérebro.

Lignier construiu sua própria caixa de Skinner – uma torre alta e transparente com uma câmera acoplada – e soltou dentro dois ratos adquiridos numa loja.

Sempre que os ratos pressionavam certo botão na caixa, recebiam uma dose de açúcar e a câmera tirava uma foto deles.

As imagens resultantes eram imediatamente exibidas em uma tela, onde os ratos podiam vê-las.

Os roedores rapidamente se tornaram entusiastas do acionamento desse botão.

Nas fases seguintes os ratos eram fotografados toda vez que apertavam o botão, mas as guloseimas vinham aleatoriamente de forma planejada.

As recompensas intermitentes foram suficientemente poderosas para manter os animais grudados fazendo lembrar fãs dos videogames colados em computadores ou fliperamas à procura de ganhar algo.

Por fim, os ratos ignoravam o açúcar até quando ele chegava, dominados pelo impulso de continuar apertando o botão das selfies.

Para Lignier, o paralelismo é óbvio: “as empresas de mídia digital e social usam o mesmo conceito para manter a atenção do espectador pelo maior tempo possível”.

De fato, as redes sociais têm sido descritas como “uma caixa de Skinner para o ser humano moderno”, distribuindo recompensas periódicas e imprevisíveis – um like, um follow, um par romântico promissor – que deixa o usuário grudado em seu smartphone, ou qualquer tela digital, ou fliperama.

Os ratos não paravam de apertar o botão para tirar selfies
Os ratos não paravam de apertar o botão para tirar selfies
Em um estudo de 2014, cientistas concluíram que muitos voluntários humanos “preferiam dar choques elétricos em si mesmos em vez de ficarem sozinhos com seus pensamentos”.

Sintoma, aliás, eloquente do vazio de alma dos homens que esqueceram a Igreja e a Civilização Cristã.

Talvez prefiramos ficar apertando quaisquer alavancas que estejam à nossa frente – mesmo aquelas que possam nos fazer sentir mal – em vez de ficarmos sentados em contemplação silenciosa, comentou o “The New York Times”.

O jornal novaiorquino e numerosos outros médios, brasileiros inclusive, tecnológicos ou de novidades sociais, não conseguiram evitar a comparação com o hábito humano de ficar tirando selfies incansavelmente.

Até virar costume doentio que inclusive levou alguns a acidentes mortais.

Não faltaram comentaristas que acharam que a obsessão pelas selfies é a mesma dos roedores de Augustin Lignier.


terça-feira, 30 de julho de 2024

Zuckerberg pede perdão pelos efeitos nocivos das redes sociais

Zuckerberg pede perdão pelos danos causados. Pais mostram fotos dos filhos vitimados
Zuckerberg pede perdão pelos danos causados. Pais mostram fotos dos filhos vitimados
Luis Dufaur
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Predadores sexuais. Recursos viciantes. Automutilação e transtornos alimentares. Padrões de beleza irrealistas. Assédio.

Esses são apenas alguns dos problemas que os jovens enfrentam nas redes sociais, e os defensores das crianças e os legisladores dizem que as empresas não estão a fazer o suficiente para protegê-los.

Durante uma histórica audiência no Senado dos EUA, o CEO da Meta (Facebook, Whatsapp, Instagram e outras), Mark Zuckerberg, pediu desculpas às famílias pelos males que a mídia social vem causando para às crianças, informou “La Nación”.

A comissão de inquérito exibiu um vídeo em que apareciam crianças vítimas de bullying nas plataformas de redes sociais.

Senadores contaram histórias de jovens que tiraram a própria vida após serem extorquidos por dinheiro após compartilharem fotos com predadores sexuais.

Sob pressão da comissão de senadores que o interrogava, Zuckerberg se levantou e se dirigiu às famílias que seguravam fotos de seus filhos prejudicados pelas redes sociais.

“Gostaria agora de pedir desculpas às vítimas que foram prejudicadas pelo seu produto?”, perguntou o senador Hawley, observando que a audiência foi transmitida ao vivo pela televisão.

No momento em que Zuckerberg se levantou e pediu desculpas para as famílias disse:

“Sinto muito por tudo que vocês passaram.

“Ninguém deveria ter que passar pelas coisas que suas famílias sofreram e é por isso que investimos tanto e continuaremos a fazer esforços em toda a indústria para garantir que ninguém tenha que passar pelas coisas que suas famílias tiveram. Sofrer”, disse ele.

O senador Hawley criticou agressivamente Zuckerberg durante uma troca verbal polêmica.

“Seu produto está matando pessoas”, disse senador a Zuckerberg, cuja empresa é proprietária das plataformas de mídia social Facebook e Instagram, entre outros.


Momentos da agitada sessão no Senado americano





terça-feira, 2 de julho de 2024

Especialistas franceses pedem restringir celulares para os menores

Smartphones destroem a formação das crianças
Smartphones destroem a formação das crianças
Luis Dufaur
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Nenhuma criança francesa poderá usar celular antes dos 11 anos e não terá acesso às redes sociais até os 15.

O governo da França motivou a decisão na vontade de protegê-las das más consequências danosas verificadas pelos cientistas, informou “Clarín”.

Especialistas entregaram um relatório de 125 páginas ao Presidente da República, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, alertando para os perigos que o acesso precoce implica para as crianças, os seus hábitos sociais, a violência multiplicada, o abandono da leitura, a obesidade patológica, e a perda da sociabilidade.

Atualmente na França é proibido o uso de dispositivos LCD nas escolas e universidades, mas apenas para os estudantes.

O pessoal de gestão, bem como as equipes educativas estão obrigados a dar o exemplo de uma utilização razoável dos seus dispositivos de comunicação, para que os alunos compreendam a medida e aprendam a usá-los bem.

O referido relatório pericial recomenda proibir o uso de telas para crianças menores de três anos e de telefones celulares para menores de 11 anos.

Também limita estritamente o acesso aos adolescentes. Foi entregue ao governo francês em 29 de abril de 2024.

Técnicas desenvolvidas para capturar a mente das crianças
Técnicas desenvolvidas para capturar a mente das crianças
No estudo, os autores especialistas informaram Emmanuel Macron sobre os danos da exposição das crianças às telas e às redes sociais. Eles falam da “hiperconexão que as crianças vivenciam”.

O trabalho é assinado por uma comissão de dez especialistas co-presididos pelo neurologista Servane Mouton e pela psiquiatra de dependência química (drogas) Amine Benyamina.

Sem desconhecer os fatores positivos das tecnologias digitais quando usadas com moderação, o estudo reconhece que “como tudo o que é moldado pelo homem, a tecnologia também tem a capacidade de ser usada para confinar, alienar e subjugar crianças”, adverte o preâmbulo do relatório.

Após três meses de trabalho, a Comissão ficou convencida de que “era necessário adotar um discurso de verdade para descrever a realidade da hiperconexão que as crianças vivenciam e as consequências para a sua saúde, o seu desenvolvimento, o seu futuro e também para o nosso futuro. A da nossa sociedade, a da nossa civilização e talvez até a da nossa humanidade”, continuaram.

A Comissão ficou chocada com as estratégias para captar a atenção das crianças, para prender as crianças aos seus ecrãs, controlá-las, reengajá-las e monetizá-las”, estratégias essas desenvolvidas pelas Big Techs donas das redes sociais.

Nossos filhos viraram mercadoria, é o novo eixo de desenvolvimento de algumas empresas digitais. Queremos dizer-lhes que os vimos e que não podemos permitir que façam isso”, continuaram.

Cessa o relacionamento e a sociabilização
Cessa o relacionamento e a sociabilização
“Esta migração da realidade para a virtualidade, é muitas vezes sem os pais e sem qualquer tipo de segurança. Devemos apoiá-los melhor, protegê-los melhor, devolver-lhes o seu lugar”, acrescentam.

As crianças precisam brincar, precisam que os adultos esqueçam o celular para terem tempo livre.

“Eles precisam interagir com os adultos e encontrá-los disponíveis, em casa, nos parques, durante as suas atividades, nas cidades e no campo”, escreveram.

“Perante a mercantilização das nossas crianças, a Comissão propõe recuperar o controle dos ecrãs, devolver as crianças ao centro da nossa sociedade e permitir-lhes crescer e ter sucesso em total liberdade. O que torna uma nação rica é a sua juventude, e a nossa não está à venda”, concluíram.

A saneadora proposta da Comissão não é fruto de um grupo mas de uma opinião geral entre os educadores, médicos e sociólogos.

Surgiu um consenso muito claro sobre os efeitos negativos, diretos e indiretos, dos ecrãs, particularmente no sono, no sedentarismo ou mesmo na miopia”, afirma o relatório.

O trabalho foca os danos das redes sociais ao equilíbrio psicológico dos jovens, em particular nos riscos de depressão ou ansiedade.

“O nível de exposição das crianças” a conteúdos pornográficos e violentos “parece alarmante”, e esse é outro mal para o qual alertam os especialistas.

As crianças menores de três anos não podem ter contado com as telas eletrônicas. Posteriormente, entre os três e os seis anos, deve se proceder a um acesso “muito limitado”, “com conteúdos educativos de qualidade e acompanhados por um adulto”.

Os especialistas apelam ainda a “limitar ao máximo” o uso desses eletrônicos e das televisões nas maternidades, recomendam proibi-lo em creches e salas de aula infantis e pedem “ações reforçadas” interditar brinquedos conectados antes dos seis anos de idade.

O uso dos celulares deveria começar a partir dos 11 anos, apenas da função de telefone sem internet.

A partir dos 13 anos poderia se dar um smartphone sem acesso às redes sociais.

O acesso deveria se iniciar a partir dos 15 anos, nas redes “éticas”.

Redes sociais como TikTok, Instagram ou Snapchat não são recomendadas antes dos 18 anos
.

Hoje, jovens de 7 a 19 anos passam dez vezes mais tempo em frente às telas do que lendo.

Os especialistas pedem combater os “serviços predatórios” dos agentes económicos, e “investir maciçamente em verdadeiras 'alternativas' aos ecrãs”, como o esporte.


terça-feira, 4 de junho de 2024

Mosteiros fecham apagando história católica da Espanha

Igreja do mosteiro de Santo Domingo el Real que fechou sem vocações
Igreja do mosteiro de Santo Domingo el Real que fechou sem vocações
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O mosteiro de Santo Domingo el Real de Madri foi suprimido, após 805 anos de existência, por absoluta falta de religiosas.

Entre suas relíquias se destacava a pia batismal de Santo Domingo de Gusmão na qual são batizados os príncipes da casa real espanhola, informou a própria Ordem Dominicana.

Essa casa religiosa de oração e penitencia foi fundada pelo próprio santo de Burgos, Santo Domingo de Gusmão, durante a sua visita, em 1218, a Madri.

Numa cerimônia privada antes de uma missa especial foi lido o patético decreto suprimindo o Mosteiro. A relíquia vinda de Caleruega, província de Burgos foi transferida para a Basílica de Nossa Senhora de Atocha.

A emoção de irmãs de muitos outros mosteiros que beiram a mesma triste sorte não apagou a conclusão racional: a modernização da vida religiosa e a relativização da disciplina original no período pós-conciliar.

O progressismo prometia que faria florescer a antiga vida monacal relativizando-a.

Na prática derrubou as mais veneráveis comunidades, afastou as vocações e hoje entrega os prédios ao uso secular em proporções assustadoras rumo à extinção a nível nacional.

Por ocasião dos batismos reais, a fonte batismal era transferida para a cerimônia no Palácio Real, pois os herdeiros da Coroa eram confiados à Virgem de Atocha, co-padroeira de Madrid, escreveu “o site “Espanha na história”

A pia batismal é de pedra calcária, do século XII, e coberta por uma tampa prateada, onde se destacam os escudos da Casa Real e da Ordem dos Pregadores.

Mais um ato doloroso da revolução que abala a Igreja e destrói até o passado glorioso da ordem temporal cristã, ou Cristandade.

Carmelita exibe mão de Santa Teresa, em convento em riesgo de fechamento
Carmelita exibe mão de Santa Teresa, em convento em risco de fechamento
Não menos angustiante é o futuro dos Carmelitas Descalças da cidade de Ronda (Málaga) que está por um fio de ser fechado por análogas razões, escreveu o grande jornal de Madri “ABC”.

No sagrado claustro se custodia a muito venerada mão incorrupta de Santa Teresa de Jesus, mas ela poderá ser levada embora caso feche o convento.

As irmãs lançaram um apelo de última instância pedindo a incorporação de pelo menos duas freiras à sua comunidade para evitar que a execução de uma exortação do Papa as obrigue a fechar o mosteiro.

As últimas quatro irmãs são idosas, e uma delas muito doente. “O prédio está desabando”, disse ao jornal “ABC” a madre Jennifer, superiora deste convento do Coração Eucarístico de Jesus.

Falando do mundo atual disse a irmã Jennifer: “buscamos o nosso prazer, e é por isso que há cada vez menos vocações, menos casamentos e menos paternidades”.

As mães carmelitas de Ronda se sustentam fazendo doces conventuais durante todo o ano, embora o seu maior orgulho seja custodiar o relicário do século XVII com a mão incorrupta de Santa Teresa de Jesus.

A extraordinária relíquia é objeto de devoção e peregrinação há séculos e a sua presença em Ronda tem atraído milhares de fiéis em busca de graças, milagres e auxílios espirituais.

Convento del Corazón Eucarístico de Jesús, de Ronda, será clausurado por falta de religiosas
Convento del Corazón Eucarístico de Jesús, de Ronda, será clausurado por falta de religiosas
“Muitas pessoas vêm aqui em busca de Deus. E procuram graça, saúde, cura, ter filhos, todas essas coisas”, conta ela.

E entre os numerosos pereginos não há só espanhóis, mas grande número de estrangeiros. “Muitos vêm da Polónia, da Rússia e até da Coreia e do Iraque”, explica.

A mão de Santa Teresa chegou a Ronda após a exumação dos restos mortais da santa em outubro de 1582, e passar por vários conventos da ordem como o de São José de Ávila e de Santo Alberto de Lisboa.

No século XIX, a revolução portuguesa de 1910 ferozmente antimonárquica e anticatólica, expulsou as carmelitas de Portugal. Algumas foram para o convento de Ronda com o relicário nas mãos.

Na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), a mão foi confiscada pelas tropas de Franco até à morte do ditador. Só então a relíquia foi devolvida ao convento, onde permanece até hoje.

“A maior vergonha consiste em que Ronda fique sem este convento” lamenta a irmã Jennifer, que recorda o fechamento de outras casas religiosas como a das Filhas da Caridade e muitas outras no resto da Espanha por obra do devastador vento pós-conciliar.


terça-feira, 21 de maio de 2024

Internet, desconexão social, pornografía e suicidio

O uso e abuso da vida virtual desconecta da realidade e fere as relações sociais e familiares
O uso e abuso da vida virtual desconecta da realidade e fere as relações sociais e familiares
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Um em cada três meninos, meninas e adolescentes passam mais de seis horas presos diante das telas digitais. Alguns desenvolvem um vício e se isolam física e emocionalmente.

Outros podem perder o controle de seu comportamento, até mesmo praticando automutilação.

O jornalista espanhol Iñaki Gabilondo abordou o mundo privado de vários adolescentes para conhecer as suas experiências com redes sociais, jogos online e pornografia, segundo publicou em site.

Na Espanha, mais de 33% das crianças e adolescentes passam mais de seis horas em frente à tela.

O uso e abuso de jogos online e em smartphones, bem como a impossibilidade de controlar o seu consumo, mantém muitos deles presos nos escrivãs durante horas. Isso os desconecta da realidade e impacta negativamente suas relações sociais e familiares.

Raúl Molia, um jovem de 20 anos que atualmente sonha em trabalhar como engenheiro informático, estava prestes a ver os seus sonhos desaparecerem devido ao seu vício ... com os jogos online.

Meu vício começou há cerca de 7 anos porque eu não me sentia confortável em casa e não me adaptava às aulas, e encontrei refúgio na internet e nos jogos online. No início pensei que era normal, até que percebi que tinha um problema de dependência que estava a atrasar a minha vida acadêmica, social e familiar”, explica.

Agora ele é voluntário no centro que salvou a sua vida. “Acho que o episódio do vício está encerrado, mas tenho muita consciência se esqueço de dormir ou não cumpro com minhas responsabilidades porque estou jogando”.

75% das mulheres jovens sentem-se pior consigo mesmas depois de verem imagens “perfeitas” de outras mulheres

Esse vício “chega a tomar conta de quem sofre, ela perde a liberdade e deixa de controlar o que quer fazer”.

“O problema dos adolescentes escravos das telas também acontece entre os adultos, mas os mais novos sucumbem durante a fase da vida em que estão construindo sua personalidade”, diz María Rodríguez Domínguez, psicóloga sistêmica e especialista em vícios.

Na sua opinião, “as telas invadiram os cérebros [das vítimas do vício] desde muito jovens”, porque alguns pais o promoviam para se livrar do “peso” dos filhos.

Para cortar pela raiz o problema, o movimento Mobile Free Adolescência no WhatsApp proimove atrasar a entrega do primeiro smartphone aos mais pequenos e questiona a influência da tecnologia na formação da identidade, saúde mental e competências sociais da geração mais jovem.

“Quando criamos este grupo de WhatsApp, descobrimos que as tentativas de suicídio aumentaram, há mais cyberbullying, violência contra as mulheres, pornografia”, afirma Elisabet Rodríguez Permanyer, uma de suas idealizadoras.

Nos dormitórios das crianças e adolescentes que possuem smartphones a comunicação congela.

Rocío percebeu tarde os problemas que tinha sua filha Sandra, uma jovem que tentou suicídio quando tinha apenas 15 anos. “Ela se sentia incapaz de se socializar, se automutilou, parou de comer e passou horas trancada no quarto conectada à internet e redes sociais”, conta.

O Observatório do Suicídio na Espanha em 2022, considera que essa é a principal causa de morte em adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos.

Marina Gallego está convencida de que a dependência do computador é forjada na infância: “Crescemos com isso e internalizamos que, no tempo livre, a diversão está na tela, seja nas redes sociais, na internet ou assistindo vídeos”.

Ela também reconhece que os vídeos curtos do TikTok ou do Instagram são especialmente elaborados para não deixar você escapar.

Pediatras alertam para o atraso na fala em crianças menores de 3 anos devido ao uso de telas desde cedo

Hugo Romero acrescenta que quando muitos adolescentes ficam entediados encontram a solução no TikTok ou no Instagram. “Estamos continuamente superestimulados. Você sempre consegue o que quer ver e o que gosta. Eles te dominam e você deixa de controlar o tempo que passa cativo desses aplicativos.”

O acesso de crianças e adolescentes à pornografia ocorre em idades mais imaturas e mais de 40% dos adolescentes afirmam ter recebido mensagens de conteúdo sexual.

María Rodríguez Domínguez está pessimista. “A educação afetivo-sexual chega tarde, porque quando a ensinamos, muitas imagens do que a indústria pornográfica quer compartilhar já chegaram aos ouvidos, à visão e ao cérebro das crianças e adolescentes e começam a condicioná-los.”