Sem vocações no mundo, franciscano fecham o convento São Francisco, em San Marino. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Após 800 anos de gloriosa presença na pequenina e simpática República de San Marino, encravada na Itália, os Frades Franciscanos abandonarão o país no próximo mês de outubro. A tremenda decisão poderá se tornar definitiva no próximo ano, explicou a Rádio Vaticano.
A causa está no esvaziamento das casas religiosas franciscanas no mundo inteiro. No convento do Centro Histórico de San Marino, que no passado chegou a contar com até 30 filhos de São Francisco, só restam três.
Devido à crise de vocações que se seguiu ao aggiornamento disposto pelo Concílio Vaticano II para atrair novos membros, a Ordem dos Frades Menores Conventuais teve agora de reestruturar as jurisdições na Itália central, fechando por volta de 15 conventos.
Ela visa assim reconcentrar os sobreviventes, em geral muito idosos, em comunidades onde possam subsistir numericamente como comunidade.
A “modernização” esvaziou cruelmente os mosteiros de conteúdo religioso e afastou as bênçãos de outrora. Entre as vítimas encontra-se o convento de Titano, em San Marino.
A venerável casa vinha sobrevivendo sob a direção do Padre Iulian, de 38 anos, de origem romena, que foi para San Marino em 2010.
Mas a Ordem Franciscana, resplandecente de santidade e de vocações nos tempos de fidelidade à tradição do Seráfico Francisco, hoje não tem mais quem enviar para preencher os vazios nos históricos conventos, sendo obrigada a abandoná-los.
O Padre Iulian lamentou sair, dando um argumento insólito: perderá as ligações com a Sociedade Esportiva ‘Ter Penne’, onde joga no time de Futebol 5.
Todo um símbolo do esvaziamento de conteúdo religioso e da entrada do mundanismo nas comunidades que fecham. O que diria São Francisco de Assis se visse seus exemplos, ensinamentos, milagres, dons e carismas transmitidos a seus filhos, serem tão materialistamente esquecidos ou relegados?
A decisão dos Frades Conventuais de deixar San Marino em outubro já foi tomada, mas ainda existe uma fímbria de esperança, diz a Rádio Vaticano, visto que só no próximo ano será pronunciada a sentença definitiva.
O mais importante, porém, é a recuperação do espírito sobrenatural e seráfico de São Francisco, a fidelidade exímia a seus exemplos e ensinamentos, que atraía vocações e enchia os conventos.
Mas essa problemática espiritual hoje não é sequer mencionada, nem mesmo na matéria da própria Rádio Vaticano!
Triste ver que apenas os "Franciscanos da Imaculada" abundavam em novas vocações justamente por se voltar ao "Franciscanismo" tradicional e que, justamente por isso, essa florescente ordem foi sufocada por ninguém menos que... O PAPA!
ResponderExcluirComo imaginar algo assim?
Muito triste..
Bom lembrar dos Franciscanos da Imaculado! Eles estão meio esquecidos. Que a provação tão pesada que abateu sobre eles possa passar logo.
ExcluirPor falar nos Franciscanos da Imaculada, eis aí uma notícia boa envolvendo eles. No santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, em La Crosse, Wisconsin (EUA), santuário administrado por eles, todas as missas no rito ordinário passarão a ser rezadas ad orientem, conforme pediu o Cardeal Sarah ano passado (2016).
ExcluirFonte:
https://odogmadafe.wordpress.com/2016/07/07/ad-orientem/comment-page-1/#comment-470
Uma boa notícia relacionada aos Franciscanos da Imaculada!
Excluirhttp://www.guadalupeshrine.org/cardinal-burke-announces-offering-of-the-holy-mass-ad-orientem
Muito triste isso! O pior é que todas as Ordens religiosas estão passando por isso. Sinal de que o mundo passa por uma profunda crise espiritual. Só uma intervenção divina para mudar o mundo. O mundo do jeito que está não tem mais conserto.
ResponderExcluirAcho que é um sinal dos tempos o fechamento dos conventos, a falta de vocações. Nosso Senhor Jesus Cristo mesmo questionou se ele encontraria fé no mundo quando voltasse. Acredito que a diminuição das vocações religiosas e o fechamento dos conventos e casas religiosas continuará a crescer e que sobrarão poucas Ordens religiosas no final dos tempos.
ResponderExcluirAcabo de ver um artigo da Rádio Vaticano em que um bispo do nordeste admite "uma crise epocal" na vida religiosa:
ResponderExcluir"(...) e aponta também a diminuição na América Latina da presença do carisma da vida religiosa reconhecendo nisso “uma crise epocal”."
http://media02.radiovaticana.va/audio/audio2/mp3/00553944.mp3
http://br.radiovaticana.va/news/2016/10/20/falta_padres_muita_sacramentaliza%C3%A7%C3%A3o_e_pouca_evangeliza%C3%A7%C3%A3o/1266996
Os capuchinhos brasileiros das Províncias de MG/ES/RJ/SP estão fazendo o seu noviciado juntos em Teresópolis, ou seja, em um noviciado interprovincial. Acredito que isso seja uma forma de driblar a escassez de vocações, pois, ao fazerem juntos o noviciado de várias províncias, eles estão unindo esforços e dando um novo impulso vocacional para a Ordem deles. Confira a notícia no site dos Capuchinhos, Ordem a quem pertenceu o glorioso Santo Padre Pio e São Leopoldo Mandic, os quais foram grande confessores.
ResponderExcluir"Desde 2012 as Províncias do sudeste optaram por enviar seus noviços para realizarem juntos esta etapa de formação da vida de um Frei Capuchinho."
http://capuchinhos.org.br/procamig/noticias/detalhes/animacao-vocacional/10-novicos-recebem-o-primeiro-habito-religioso-em-teresopolis-rj
Uma notícia franciscana interessante: as três Ordens franciscanas estão estudando a possibilidade de voltarem a formar uma única ordem franciscana como nos inícios dos tempos de São Francisco.
ExcluirMinistros Gerais dão um passo para a unidade franciscana
http://capuchinhos.org.br/caprs/noticias/detalhes/igreja/tres-ministros-generais-dao-um-passo-para-a-unidade-franciscana
As Ordens Ciscercienses, da Comum Observância e da Estrita Observância, poderiam fazer algo parecido com isso que as Ordens Franciscanas estão fazendo.
ExcluirDe fato, não é muito condizente ao espírito franciscano de pobreza viver em meio ao luxo de San Marino, onde os clérigos tropeçam uns nos outros.
ResponderExcluirMelhor partir para a África ou Ásia, onde não se vê um padre ou religioso por meses ou anos...