terça-feira, 4 de março de 2025

Os últimos ‘bastiões’ católicos do Brasil?

No Círio de Nazaré, em Belém do Pará, participam millhões de católicos
No Círio de Nazaré, em Belém do Pará, participam millhões de católicos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O Nordeste e o Sul do Brasil (incluindo partes de Minas Gerais e a extensa área sulista colonizada por católicos italianos) são as últimas regiões onde a população católica ainda não caiu abaixo de 70%, em virtude de uma redução mais lenta do que no resto do país na última década, informou a BBC e o portal “Terra”.

Os dados são do Censo 2010 do IBGE, o qual confirmou a triste queda do contingente católico no País, que ficou em 64,6% da população total, enquanto os evangélicos subiram a 22,2%.

A proporção de católicos era de quase 100% nos tempos de Dom Pedro II, mas caiu para 91,8% em 1970.

Com os abalos trazidos no período dito “pós-conciliar” se acentuou a queda, com o número de católicos baixando quase 10 pontos percentuais por década até o atingir o atual 64,6%.

As regiões com a menor proporção de católicos no Brasil são o Sudeste e o Centro-Oeste, ambos com 59,5% de sua população autodeclarada católica.

No Nordeste a proporção de católicos é de 72,2% enquanto que no Sul é de 70,1%, sendo as maiores taxas do país, como aconteceu no censo de 2000.

O cientista político Cesar Romero Jacob, professor da PUC-Rio desenvolveu a pesquisa “Atlas da Filiação Religiosa” e atribuiu a decadência à própria Igreja Católica, “que não tem agilidade para deslocar padres e paróquias”.

Romaria do Pe. Reus em São Leopoldo, RS
Romaria do Pe. Reus em São Leopoldo, RS
De uma maneira geral, o catolicismo continua mais forte em áreas rurais, com 78% da população; outros 15% são evangélicos.

Nas áreas urbanas, 62% dos brasileiros se declaram católicos, enquanto 23,5% se dizem evangélicos.

A perspectiva é que a queda continue, considera o jornalista Luiz Paulo Horta. Obviamente, acrescentamos nós, com um espantoso aumento da perda das almas que não parece preocupar à CNBB, e ainda menos à Teologia da Libertação.

Também se multiplicaram os adeptos do espiritismo (2% da população total); os que praticam “outras religiosidades” (2,7%); e as pessoas sem religião (8%). Pela primeira vez, o censo registrou um número apresentável de ateus no país, chegando a 615 mil.