“O Observatório iniciou suas atividades em junho, com uma conferência de imprensa sobre as ameaças à liberdade religiosa nos Estados Unidos. Sua preocupação, portanto, não é apenas com a Ásia e com a África” – explicou Introvigne.
E prosseguiu:
“Nós acompanhamos de perto o processo da denúncia contra a Alemanha, que acaba de ser apresentada ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas pelo Observatório da Intolerância e da Discriminação contra os Cristãos, de Viena, uma importante instituição católica não-governamental que várias vezes foi elogiada pela Santa Sé.
“A denúncia contém seis acusações contra a Alemanha. Primeiro, a violação dos direitos dos pais cristãos, pelas severas limitações que afetam a educação domiciliar, ou seja, a possibilidade de as famílias darem aulas para os filhos em casa, o chamado homeschooling.
“Segundo, apesar de uma circular ministerial de 1986, continua dúbio o direito de um farmacêutico cristão de não vender a pílula abortiva por objeção de consciência.
“Terceiro, as organizações que se opõem ao aborto têm muitas vezes proibidas, especialmente em Munique e Friburgo, suas manifestações pacíficas e até mesmo sua simples presença perto dos hospitais e das clínicas que praticam abortos.
“Em quarto lugar, os tribunais não punem, ou tratam com grande leniência, os casos de ofensas e insultos contra o cristianismo e contra a religião católica, mas intervêm com maior rigidez quando são ofendidas outras religiões.
“Quinto, cresce o vandalismo contra igrejas e cemitérios cristãos.
“Sexto, os alunos não podem ser isentos das aulas de educação sexual que inculcam princípios diametralmente opostos à moralidade ensinada pela Igreja Católica e por outras denominações cristãs.
“Ninguém – prossegue Introvigne – quer comparar a discriminação e a intolerância praticadas contra os cristãos na Alemanha, ou nos Estados Unidos por parte da administração Obama, ou de outros países ocidentais, com a tortura e os assassinatos de cristãos na África e na Ásia. A Alemanha é um país que em outros aspectos está empenhado em proteger a liberdade religiosa, compromisso que deve ser reconhecido.
“Mas o nosso Observatório esforça-se para deixar claro que há uma lógica do plano inclinado no campo de aversão ao cristianismo.
“Ela começa com a intolerância, que é uma coisa cultural.
“A partir daí, pode-se passar para a discriminação, que é um conjunto de normas jurídicas.
“E, finalmente, chega-se à terceira fase: os crimes de ódio reais, a violência contra os cristãos.
“Se não se quer chegar à violência, deve-se parar antes, deve-se parar a intolerância e a discriminação. Por isto é que o caso da Alemanha é importante”.
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