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Retorno ao trabalho no escritório |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A empresa de videocomunicações Zoom tinha virado sinônimo de trabalho remoto, mas agora ordenou que seus funcionários voltassem ao escritório, informou largamente a imprensa internacional, como o jornal “La Nación”.
E esse foi só o mais clamoroso exemplo de uma série de grandes empresas a reverter sua política de trabalho flexível. Amazon e Disney foram outras duas das empresas que reduziram os dias de trabalho remoto.
A certa altura, Zoom disse que sua equipe poderia trabalhar remotamente indefinidamente. Mas agora a empresa inverteu seu pensamento e escalou um cronograma de retorno ao trabalho presencial.
Zoom indicou que continuaria a “contratar os melhores talentos, independentemente da localização”, mas ficou claro que só o faria com aqueles que seguem sua disciplina de trabalho.
Em setembro de 2022, apenas cerca de 1% dos trabalhadores da empresa tinha uma "presença regular no escritório". Mas Zoom começou a perder terreno face aos seus competidores e seu crescimento diminuiu drasticamente.
No início deste ano, a empresa anunciou que cortaria 15% de sua equipe e que os principais executivos sofreriam cortes salariais significativos. Suas ações valem apenas abaixo de US$ 68 cada, quando superavam os US$ 500 em em outubro de 2020.
Também Google e Facebook estão abandonando o home office e estão voltando a ter mesas e cadeiras dos escritórios ocupadas. As empresas pioneiras no trabalho de casa decidiram encabeçar o movimento pelo retorno ao formato presencial.
O The Washington Post publicou um memorando draconiano enviado aos funcionários inclusive no Brasil, informou o “Estado de S.Paulo”.
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Grandes empresas mandam retornar ao trabalho no escritório |
Google mandou um ultimato em que oferece comida grátis e outras regalias a quem volte a comparecer ao escritório. Os funcionários que não comparecessem três dias por semana teriam rebaixadas suas avaliações de desempenho.
A Farmers Insurance anunciava no ano passado que o trabalho remoto viera para ficar mas agora os seus trabalhadores estão sendo solicitados a retornar aos escritórios.
A gigante da tecnologia Salesforce, maior empregadora de tecnologia de São Francisco, fará doações para instituições de caridade cada dia que os trabalhadores vierem ao escritório.
Muitos executivos estão convencidos de que o escritório ainda é um vínculo necessário para inovação e colaboração, e os governos locais estão ansiosos pelo retorno dos trabalhadores e ajudar a revitalizar os centros de cidades em dificuldades.
Outras grandes empresas como Disney, Starbucks e AT&T exigiram que os trabalhadores voltem aos escritórios. Uma enorme onda de demissões continua no Vale do Silício e a inquietação econômica geral persiste em todo o país e voltar ao tradicional parece mais garantido.
O Google se gabou de ser das primeiras grandes empresas dos EUA a mandar trabalhadores para casa com trabalho remoto, recreação e educação. Mas agora é uma das maiores que pressiona pelo retorno ao escritório.
Os funcionários da empresa também acham que “não há dúvida de que trabalhar juntos na mesma sala faz uma diferença positiva”.
Trombeteou-se que o trabalho remoto era a tendência do futuro. Mas o pontapé para voltar atrás abriu o espaço à dúvida: o home office deu errado?
O trabalho presencial revelou-se muito mais humano, convivial e simpático em coerência com os valores da tradição e da natureza humana.
O fiasco acabou sendo toda uma lição para os que acreditam apressadamente em ‘avanços da tecnologia’ que no fim mostram não ser o que diziam.
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